Autoconhecimento Psicanálise

Amar: é possível aprender a amar?

Escrito por Ana Racy

Ah, esse interminável processo de crescimento…Tenho pensado muito ultimamente sobre esse processo evolutivo, sobre o crescimento interior e o que isso demanda.

Muitas vezes, percebo que as pessoas querem que esse crescimento chegue até elas como um presente oferecido por alguém. Ou ainda desejam isso ao próximo, porque elas já sabem tudo. E é justamente sobre esse ponto que eu gostaria de falar um pouco.

Será que já pensamos na distância que existe entre “saber” e “fazer”?

Amar está intimamente relacionado ao sentir, perceber, compreender. Mas, como fazer para que o “amar” aconteça em nossas vidas? É nesse momento que entra na conversa o “fazer”. De que vale o conhecimento senão para colocá-lo em prática em nosso dia a dia, com aqueles que fazem parte do nosso núcleo mais próximo e, também, com aqueles que nem conhecemos, mas podemos enviar boas energias, bons pensamentos para que possam se sentir envolvidos?

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Amar não significa apenas encher de beijinhos aqueles que amamos, mas especialmente oferecer o que há de melhor em nós para qualquer pessoa que necessite. E, muitas vezes, entre esses necessitados, podem estar alguns desafetos.

Desafetos são aqueles que fazem coisas que nos desagradam, que agem diferente de nós. No entanto, será que isso significa que são piores que nós? Certamente não! Apenas são e agem de forma diferente. Amar é compreender essas diferenças e respeitar o outro como ele é, assim como também queremos ser compreendidos e aceitos pelo que somos.

Podemos pensar que o amar está ligado às pessoas, no entanto, amar é muito mais simples do que imaginamos. Aprender a admirar uma flor, o colorido da natureza, os animais, agradecer a beleza oferecida pelo sol cada vez que ele nasce e se põe. Quando sentimos cada uma dessas coisas e que nos arrepiamos com a beleza, estamos amando. O sol não quer saber se somos bons ou maus, ele simplesmente nasce para todos.

Aprender com a natureza sobre o amor doação, sem julgamento. A flor, o sol, nascem para todos em todos os cantos do mundo e não apenas para aqueles que julgam ser bons. Que lindo exemplo, a irmã natureza nos dá!  E nós, ainda estamos escolhendo para quem devemos oferecer o nosso amor. Amar, se oferece e, quem está pronto, recebe. É simples assim.

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Podemos buscar exemplos em alguns contemporâneos nossos. Madre Teresa, Irmã Dulce, Chico Xavier, será que eles escolhiam a quem amar? Não, eles simplesmente amavam e ofereciam amor. Não esperavam nada em troca.

Portanto, se almejamos nos tornar melhores a cada dia, o caminho é o amor. Necessário identificarmos o divino que há em nós e em tudo ao nosso redor. Que seja esse o nosso exercício daqui para a frente.

Desejo a todos um delicioso caminhar de descobertas, sensações, respeito e compreensão, que são algumas formas de amar.

Sobre o autor

Ana Racy

Psicanalista Clínica com especialização em Programação Neurolinguística, Métodos de Acesso Direto ao Inconsciente, Microexpressões faciais, Leitura Corporal e Detecção de Mentira. Tem mais de 30 anos de experiência acadêmica e coordenação em escolas de línguas e alunos particulares. Professora do curso “Psicologia do Relacionamento Humano” e participou do Seminário “O Amor é Contagioso” com Dr. Patch Adams.

E-mail: anatracy@terra.com.br