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Canteiros coletivos: auxiliando na recuperação de praças

Escrito por Eu Sem Fronteiras

As praças das cidades estão sendo cada vez mais ocupadas. Algumas não são tão convidativas assim, pois ficaram abandonadas. Mas em Salvador (BA), o projeto Canteiros Coletivos está recuperando praças e canteiros da cidade. Conversamos com Débora Didone e ela nos falou um pouco deste movimento. Confira a entrevista.

Eu sem Fronteiras:  Quando e por que surgiu o Canteiros Coletivo? 

Canteiros Coletivos: O movimento Canteiros Coletivos é uma iniciativa cidadã, autônoma e apartidária de recuperação de praças e canteiros abandonados da cidade de Salvador.

Eu sem Fronteiras: De quem foi à iniciativa?

Canteiros Coletivos: O movimento Canteiros Coletivos nasceu em fevereiro de 2012 a partir de debates sobre a cidade de Salvador nas redes sociais, quando foi programada a primeira ação, no canteiro do Vale do Canela. Com a visibilidade gerada pela primeira experiência, o coletivo recebeu convites para atuar em outras áreas da capital. O Curiar – Escritório Modelo de Arquitetura da UFBA convidou os Canteiros para recuperar áreas verdes na comunidade do Gantois, na qual iniciou um projeto com a proposta de levar seus conhecimentos para fora dos muros da universidade.  

Eu sem Fronteiras: E se outra pessoa de outro estado tiver interesse pode fazer também? 

Canteiros Coletivos: Nosso objetivo é inspirar grupos de moradores de qualquer cidade a replicar essas práticas em suas cidades e bairros, por isso temos em nosso site um Guia Básico de Intervenção Urbana e vídeos tutoriais que podem ajudar a tirar dúvidas. 

Eu sem Fronteiras: Como funciona o Canteiro Coletivo? E quantas pessoas estão envolvidas? 

Canteiros Coletivos: Fazemos ações em áreas prioritárias, entre elas, Vale do Canela e Comunidade do Gantois, e em parceria com instituições que custeiam materiais e apoiam a ação com grupos de pessoas, como é o caso da disciplina Matas Urbanas, da UFBA, com quem estamos iniciando a segunda parceria neste semestre para ações no Gantois.   Também vendemos oficinas para empresas, eventos, festivais e instituições de ensino como uma forma de dar sustentabilidade ao movimento e às ações nos espaços públicos, como é o caso da Feira da Cidade, que ocorre quinzenalmente em diversos espaços públicos de Salvador e financia oficinas de jardinagem para crianças. O número de pessoas envolvidas é incalculável, mas atualmente temos cerca de 6 pessoas apoiando a organização das ações mais diretamente.

Eu sem Fronteiras: Quais as propostas de trabalho do Canteiro Coletivo? 

Canteiros Coletivos: O movimento vende oficinas de jardinagem e arte urbana para feiras, eventos, empresas e instituições de ensino como forma de manter as ações voluntárias no espaço público.  

Eu sem Fronteiras: Vocês têm dimensão de quanto já conseguiram recuperar praças e canteiros em Salvador? 

Canteiros Coletivos: Trabalhamos em áreas prioritárias justamente porque quem faz essa recuperação são os moradores. Agimos em comunidades fixas no intuito de passar a metodologia de ação e mobilização para que as próprias comunidades passem a organizar ações em seus bairros.  Fora isso, já fizemos ações pontuais em inúmeros lugares, mas são ações simbólicas e insuficientes para afirmar que os espaços foram “recuperados”. 

Eu sem Fronteiras: Qual o maior desafio encontrado até aqui?  

Canteiros Coletivos: Financiamento para ter condições de fazer ações mais contínuas nas comunidades e conseguir sua adesão na prática. Toda adesão precisa de muito tempo e de muitas trocas para se tornar mais sólida.

Eu sem Fronteiras: Deixe uma mensagem.

Canteiros Coletivos: É extremamente necessário que ocupemos os espaços públicos com criatividade e façamos sua gestão participativa. Os Canteiros Coletivos propõem uma maneira lúdica de instigar diálogos entre a sociedade civil e os governos locais. Ações de plantio e arte urbana, além de ocupações culturais, provocam interações entre gente de diferentes bairros da cidade e mostram que a cidade é nosso grande quintal, do qual temos que cuidar coletivamente para nos sentirmos seguros e felizes. 

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Texto escrito por Angélica Fabiane Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras

Imagens: Reprodução/Facebook.

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