Pais, responsáveis, cuidadores…
Hoje presenciei a cena de uma mãe “obrigando” um garotinho a beijar a vovó quando ele não queria, mas a mãe sentia-se na obrigação de apresentar essa atitude da criança àquela avó. Ahhh, a cara da vovó de desaprovação ao mau criado e à mamãe incompetente davam dó. Dó da criança e da mãe.
Lembrei dos meus filhos, tenho dois que hoje já são homens lindos e que fizeram isso muitas vezes.
O meu pequeno dava a cabeça para beijar quando insistíamos no cumprimento. Naquela época eu não sabia e insistia um pouco, não muito a ponto de forçá-los, mas me sentia mal, como uma mãe ruim que não dá educação ao filho, rs. Claro, naquela época eu estava bem dentro da caixinha das idealizações onde me colocaram.
Hoje, bem fora dela, vejo tudo diferente e acho que vale a informação de que, principalmente no primeiro setênio, ou seja, nos primeiros sete anos da sua vida, a criança aprende pelo exemplo, imitando os adultos com quem convive. Nessa fase nem tanto importam as lições morais ou valores que tentamos lhes transmitir verbalmente.
Por isso, pensem, não os obriguem a amar parentes ausentes, distantes, ou que são próximos, mas que simplesmente não se importam com eles, apenas por terem laços de sangue.
Cabe aos adultos criarem vínculos com os pequenos. Ou não. Vai da disposição de cada um, porque dá trabalho mesmo, demanda tempo mesmo… Apenas não lhes cobrem um amor e uma intimidade que não receberam.
Relacionamentos precisam ser cultivados, não forçados.
Hoje já sabemos que o bebê sente tudo durante sua gestação, inclusive e principalmente o amor e a rejeição.
A gente colhe aquilo que plantou, e seria muito cruel ensinar esses seres que nos foram confiados a serem dissimulados e fingirem o que não sentem. Nossa obrigação como guardiões é manter sua alma, sua espontaneidade, deixá-los Ser o que são e fazer o que vieram realizar.
Educação é uma coisa, amor é outra.
Ah, esses aí abaixo são meus filhos, sobreviveram a tudo e estão muito bem, obrigada!
Com amor.