Convivendo

A Inspiração veio do Futebol

Escrito por Marisa Pretti
A inspiração veio observando uma partida de futebol e o depois do jogo.

Do futebol, da convivência com as pessoas, “da cerveja” e de uma porção de pessoas diferentes, mas que, ao mesmo tempo, compartilham sentimentos muito semelhantes.

A vida é feita de incontáveis peças, que ora se juntam, ora se afastam.

Creio que alguém já disse isso, alguém já disse tudo, é sempre assim, as experiências acabam sendo muito parecidas.

Após conhecer melhor algumas pessoas, a gente vê que o quebra-cabeça tem sempre as mesmas peças.

A diferença é a ordem que cada um de nós dá à sua montagem, a peça pela qual cada um de nós prefere iniciar a composição.

Uns pensam nas cores, outros vão pelas formas, outros pelo centro e outros pelas bordas. 

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Alguns conseguem montar o todo, aos poucos, outros rapidamente e até mesmo colam os pedacinhos para garantir que não se separem, garantindo a perpetuação da vitória.

Outros ainda desistem, largam tudo e começam outro quebra-cabeça, iludidos com a possibilidade da facilidade.

A maioria acomoda-se ou simplesmente prefere continuar o jogo com a esperança que as peças se tornem mais afáveis à compreensão, ao olhar, à necessidade…

De uma partida de futebol à cerveja, muita coisa muda.

O adversário agora é o amigo. O xingamento cala e explode em incontroláveis e divertidas gargalhadas.

Suados, eles parecem soldados sobreviventes de uma batalha.

Homens travestidos de meninos, super-heróis, não são mais jogadores. 

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Apenas compartilham as experiências em uma deliciosa resenha.

Não há apito e impedimento, não há juiz e julgado.

As mulheres entraram nessa área não mais restrita, a diferença é que não estão travestidas de meninas depois do jogo.

Pegaram pesado, no corpo a corpo, no futebol… E em tudo!

Encontrar o melhor ângulo e a força para dar o chute é questão de treino.

E o futebol acontece como um balé: com passos harmônicos, se desenvolve uma linda dança.

Esses passos e passes nos colocam em ação, seja no movimento solo, em equipe ou em um íntimo “pas de deux”.

Eu te vejo, você me vê. O seu movimento determina o meu. 

Quanto mais eu observar os seus passos, com mais desenvoltura e graça serão os meus.

Eu faço o passe certo para você e, juntos, nós fazemos o gol! Não importa quem colocou a bola dentro da rede.

As posições não são fixas e todos ganham medalhas apenas de participação.

Eu te ajudo, você me ajuda. A sua bondade estimula a minha.

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Eu tenho uma parte de você e você tem uma parte de mim.

Não somos metades, incompletos, que unidos formam o inteiro.

Somos inteiros que juntos formam muito mais do que dois.

Indivíduos em harmonia brilhando no mesmo jogo. E a galera vibra!

A solidão não é a nossa inimiga por si só. A solidão por se estar só ao lado de alguém, sim, é o pior opositor.

Gostar de estar sempre sem ninguém é cômodo e covarde. É existir e passar.

É bom ter amigos de infância, ou então de longa data, para caminharmos paralelos na vida, tendo “causos” para comentar.

A presença e o afeto do outro nos fazem entender que fomos criados para o comum, para a comunidade.

É atividade diária que envolve tolerância, criatividade, bom humor e nada de vaidade.

No final, quem sabe, ou muito provavelmente, com sorte, sol, vitamina e exercícios, teremos como resultado uma existência plena e com muitos gols para contar!


Você também pode gostar de outro artigo desta autora. Acesse: MEU PAI E A BERGÈRE SEM FUTURO

Sobre o autor

Marisa Pretti

Amigo leitor...

Caro leitor...

Querido leitor...

Prefiro chamar você de Passageiro leitor.

Afinal, você está aqui de passagem como eu. Caminhando nesta Terra cheia de buracos e tanta água que haja braços fortes e pernas ligeiras para não se afogar.

Viver, a começar pelo ato de nascer, é para quem tem pacto fechado com a teimosia. O ar inflando os pulmões e o primeiro choro para que ninguém se engane: não estamos aqui só para sorrir, mas principalmente. Sim!

Sou mãe por vocação. Atriz por formação. Entusiasta por opção. Audiodescritora por paixão e profissão desde 2010.

Minha profissão, em uma breve descrição, se resume em traduzir imagens em palavras com o maior detalhamento possível para a pessoa com deficiência visual. Um recurso acessível também para idosos, disléxicos, pessoas com deficiência intelectual e para quem mais sentir necessidade dessa ferramenta assistiva. Simples e complicado assim. Trabalho com filmes, espetáculos de dança, teatro, vídeos, suportes empresariais, e o maior desafio foi levar acessibilidade visual ao Carnaval paulistano, desde 2017.

O mundo é visual, estímulos visuais são constantes! Por meio da audiodescrição qualquer produto pode ser traduzido em palavras.

Trabalhar com inclusão é estar atento ao outro, é ser um facilitador e igualar oportunidades.

Provavelmente foi esse gosto pelas letras encadeadas, mastigadas e saboreadas na língua como um demorado beijo que me trouxe até aqui.

Pretendo contribuir com minhas vivências e reflexões sem pretensão alguma, apenas para compartilhar alguns saberes. Uma leitura leve, um livre pensar, mas nem por isso descompromissado com a sua inteligência.

E porque creio na humanidade, na diversidade e na inclusão aceitei colaborar com o #EuSemFronteiras.

Abraços acessíveis!

OBRIGADA.

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