Autoconhecimento

A dor

Mulher abraçando suas pernas com tristeza
Engin Akyurt/Pexels
Escrito por Vander Luiz Rocha

Ao ensejo do nosso viver terreno, abraçamos a incumbência de rever aquilo que não aprendemos bem e de nos ajustarmos perante aqueles outros parceiros do noviciado corpóreo.

Oportunidades nos são dadas para a execução produtiva dessa razão de viver na matéria. E para total aproveitamento tudo nos é preparado para o nosso avanço em novas conquistas de aprendizado, sendo-nos ministrados mais pontos necessários ao nosso maior saber à vida.

Estamos na escola deste mundo e tal como a professora dedicada dá mais exercícios ao aluno mais fraco em determinada matéria nós também, no transcurso da nossa existência por cá, vamos recebendo mais exercícios nos temas espirituais nos quais não vamos bem. Assim como ao escolar, a maior exercitação lhe impede de dedicar mais tempo aos brinquedos, em nós, viventes terrenos, tais exercícios nos limitam no alcance das ilusões efêmeras que a matéria nos traz.

Mulher se olhando em um espelho quebrado
Ismael Sanchez/Pexels

A esses exercícios de ajustes damos o nome de dor. O conscientizar das razões desses aprendizados, entendendo-os, nos permite minorar o padecimento. Portanto, não nos revoltemos, esse tipo de sofrer não é castigo divino, mas o caminho que nos é dado para novas conquistas. Se não fossem essas sacudidelas, o que nos motivaria ao avanço interior?

Toda evolução é dolorida. O atleta em sua exercitação sente dor muscular, o estudante sente dor pela fadiga ocular, e assim em diante… A dor aqui tratada é a da evolução, propriamente o sofrer.

Por não entendermos as razões da vida, buscamos o alívio do padecimento nas alegrias, confundindo-as com felicidade. A alegria é um estado de euforia temporário oriundo de uma satisfação material externa qualquer, enquanto a felicidade é um estado de júbilo permanente oriundo da conquista da paz interior. Maior a paz, maior a felicidade e quanto menor for a harmonia interior, maior será a necessidade das satisfações externas.

Mulher em um campo de flores, durante o dia, com as mãos para cima e os cabelos ao vento
Maksim Goncharenok / Pexels

A repetição das mesmas satisfações tende a torná-las habituais, cessando o efeito da alegria, gerando a imposição de satisfações mais intensas. O descalabro desse desvio atinge situações extremas com dedicação às fortes emoções decorrentes da violência, do sexo promíscuo, desregrado e animalesco; da ingestão de bebidas alcoólicas e do uso de drogas alucinógenas. São dores inúteis, agravantes espirituais.

O sofrer do aprendizado somado à dor do desvio se torna cada vez mais intenso, insuportável até, levando a pessoa à loucura ou ao autoextermínio. Portanto, o nosso equilíbrio espiritual há de estar aliado ao aprumo da matéria corpórea para nos permitir crescer interiormente e, simultaneamente, desfrutar dos deleites sadios oferecidos pelo viver terreno.

Os desajustados de todas as espécies estão a causar tormentos por onde quer que passem, penar que não nos pertence. Cabe-nos saber das razões da nossa vida e entender que eles engatinham em suas lições ou delas se desviaram. Havemos de saber separar o que é da nossa consciência e o que é da consciência alheia. Ao assim procedermos, conscientemente, conseguimos transformar essa aflição em evolução, seremos melhores.

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Seja qual for a origem do amargor, havemos de tirar lições desses momentos e nunca sofrimento, lamentação, mágoa, rancor ou ódio. Somos nós, apenas nós, que decidimos sofrer ou não.

Sobre o autor

Vander Luiz Rocha

Nascido em Conselheiro Lafaiete–MG em 19/09/1939, é um escritor e palestrante brasileiro, conhecido por suas contribuições na área de literatura e desenvolvimento pessoal. Com uma abordagem que combina a arte de dissertar, usando técnicas de roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível com reflexões profundas sobre a vida, ele visa inspirar e motivar seu público através de suas obras e palestras.
Como autor, aborda temas variados, desde ficção até não ficção, sempre buscando transmitir mensagens que promovam o autoconhecimento e a superação.

Suas palestras costumam ser dinâmicas e envolventes, permitindo que os participantes se conectem com suas experiências e aprendizados.
Além de sua atuação como escritor e palestrante, Vander também é colunista em portal web e está envolvido em projetos sociais ou iniciativas que visam impactar positivamente a comunidade.

Seu trabalho é uma combinação de criatividade, empatia e um forte desejo de auxiliar os outros a encontrarem seu próprio caminho.

Suas obras são:
1. Manual do Passe Espírita;
2. O Andarilho do Cosmo. (Metáfora sobre o caminhar do espírito);
3. Confluências–Coletânea de novelas. (Ou macrocontos);
4. Voltei, Quero Viver. (História contada por um abortado);
5. Deixo-lhe a Rosa;
6. O Baile do Palhaço;
7. Alma maculada;
8. A Noite da Formatura (Espiritualista)
9. Escapando da Paranoia. — Relata momentos difíceis vividos nos dias da ação militar em 1964;
10. Acidente no Motel;
11. Ady-Hes: A Missão;
12. Um Artista Brilhante;
13. Seja Bem-vindo, Filho!

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