Autoconhecimento

Criatividade e afirmatividade

Jovem em traje de super-heróis,, segurando vários desenhos como se fossem balões.
2018 foi o ano em que voltei a estudar formalmente Psicologia, e escolhi como tema de estudos a relação entre arte e terapia. Transições de carreira são curiosas, mas obedecem a necessidades e interesses íntimos e vêm de transformações lentas. Eu já estava preocupado com a formulação de aspectos básicos da saúde mental antes de fazer estas escolhas claras e conscientes. O movimento todo que tenho feito, há mais de um ano, é neste sentido: começar a clinicar, estudar psicologia mais uma vez, e novamente na interjunção de arte com terapia e inaugurar perfis nas redes sociais voltados à saúde e à psicologia. Fiz isso às custas de meu emprego, de uma jornada de 40 horas semanais, da renda segura e fixa que ele oferecia, de minha atuação na Psicologia Organizacional e da residência em meu estado natal.

Dardo cravado no centro de um alvo, com uma lâmpada incandescente em cima do alvo.

Parte do que quero dizer aqui é que tanto criatividade quanto afirmatividade são aspectos ou capacidades que deveriam ser consideradas fundamentais, ou seja, tidos pela legislação, pelas escolas e pelas instituições de fomento como um direito inalienável. Não apenas a criatividade, mas também o humor – o próprio fato de brincarmos com realidades, com fatos e opiniões, isso é um mandado de segurança contra as difíceis e nunca plenamente satisfazíveis demandas fisiológicas, sociais e culturais.

Estas duas capacidades são fundamentais em qualquer adversidade: a capacidade de criar e a capacidade de encontrar ou enxergar positividade em qualquer evento. Criar é adaptar-se, aprender, inventar a solução para uma situação específica. E ver a positividade em cada evento é primeiramente aceitar que nem tudo que acontecer em nossa vida será em nosso favor. Em segundo lugar, aceitar o negativo como uma experiência e um aprendizado. Digo que estas duas capacidades são fundamentais porque entendo que sem elas é muito difícil ou mesmo impossível resolver nossos problemas e também porque outras capacidades, ainda que valorosas, não parecem tão necessárias quanto essas duas.

Homem jovem, vestido de super herói, segurando uma lâmpada acesa como um balão, no meio de uma cidade com o céu da noite.

A pergunta que nos vêm é: como, afinal, cultivá-las? Existe mais de algumas maneiras, mas certamente podemos destacar duas: 1. Engajar-se em um processo artístico: criar uma obra de arte, ou tentar fazê-lo, é simultaneamente estimular nosso senso de superação das adversidades e trabalhar com fins estéticos. 2. Engajar-se em um relacionamento psicoterapêutico: muito embora a terapia da fala não vá fazê-lo engajar-se tão diretamente com sua criatividade quanto a arte o faria, pode trabalhar alguns aspectos que dificultam suas percepções e suas tomadas de decisão; ademais, a afirmatividade em face ao vivido ou às próprias potencialidades sempre emerge como uma busca natural na terapia – aqui é seu ponto forte. Como tens estimulado tua alma?


Você também pode gostar de outros artigos do autor: Como evitar o ciclo da negatividade

Sobre o autor

Guilherme Henz Franco

Psicólogo desde 2007, com formação em Antropologia Social na Alemanha (2015), trabalhou por 8 anos em Psicologia Organizacional, tendo também boa experiência em Psicoterapia Adulta e Infantil, e ainda Psicologia Escolar e Avaliação Psicológica. Na área cultural, é editor do site "O Franco Atirador", desde 2016, com produções artísticas e divulgação de material científico e político, e também do Blog "O Auscultador do Invisível", desde 2007, com produção literária (traduções, poemas, aforismos e ensaios).

Dados de Contato:

Celular: (62) 99801-0867
E-mail: ghenzfranco@gmail.com

Site: www.ofrancoatirador.com
Facebook: facebook.com/oauscultadordoinvisivel
Instagram: @ghenzfranco
Twitter: @ghenzfranco
Tumblr: ghfranco.tumblr.com/