Convivendo

Venho de uma boa geração: “eu ouvi meus pais”

Mãos de um idoso ou idosa e mãos de uma jovem. Gerações se encontrando.
Escrito por Gabriel Ribeiro
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Nós, seres humanos, somos sempre a soma de algo que fomos. A soma de decisões que precisávamos tomar e de ações que, realmente, tomamos. Inegavelmente e justamente por esse feito, a sociedade, em geral, está em contínua mudança, já que as relações humanas com a vida se chocam todos os dias. Por isso, não menos importante, devemos compreender os vários aspectos do problema do ser humano e de seu “desastre existencial”.

Compreendamos que os jovens do século 21 não são eticamente ou moralmente menos evoluídos que os jovens de séculos passados, são apenas condições diferentes, em épocas diferentes. Os aspectos ofertados às crianças da era digital não foram aprendidos de forma independente, foram ensinados pelos mesmos adultos “que ouviram seus pais”. O psicólogo e professor Albert Bandura já dizia que as crianças refletem as ações de seus pais ao repetirem o que lhes é ensinado. Nesse contexto, os problemas deste século não pertencem apenas a este século, mas são resultados de anos de equívocos humanos e de sua relação com a vida, disciplina e coletividade.

Gerações diferentes na mesma família. Avô, filho e neto.

Os jovens de hoje representam o nosso futuro.

Se, não tão distante, esse futuro falhar, as consequências não estarão nas mãos apenas desses jovens, mas nas mãos de todos. Precisamos dar mais credibilidade e oportunidade aos jovens deste século para que eles estejam dispostos a mostrar tudo do que são capazes, da maneira deles e com os recursos que eles conhecem tão bem. Nunca, na história do Brasil, houve um número tão grande de jovens no poder legislativo, nas instituições de trabalho voluntário nem mesmo nas iniciativas políticas existentes em cada canto deste país. Os jovens têm sim a vontade necessária, o poder suficiente e o protagonismo vivo para a mudança social e é nisso que todos precisamos acreditar.

Venho de uma boa geração: “eu ouvi meus pais” – balela! Balela pura! Antes, vindo dessa “boa geração” pudesse mudar apenas um problema social. Não cante sobre sua criação, não arrote slogans de WhatsApp, não diga ao mundo que ele mudou, mas sim que o mundo pode mudar – e mudar para a melhor. As iniciativas precisam começar hoje! Não podemos olhar para o passado pensando como retornar a ele, precisamos compreendê-lo para que o nosso futuro seja resguardado de erros já cometidos.

Criança e idoso batendo as mãos. Fundo de natureza. Encontro de gerações.

Os jovens de hoje serão os adultos de amanhã, assim como os adultos de hoje foram jovens no passado. Todos merecem um futuro, mas, para que ele venha, precisamos melhorar a nossa relação com a vida. Precisamos compreender que a existência humana não é vazia, não é inerte, não é insensível. Temos nossos problemas, temos nossos dilemas, mas se há vida tem que haver esperança – e onde há esperança há vida.


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Sobre o autor

Gabriel Ribeiro

Intercambista Cultural em Santiago, no Chile. Delegado e Mentor do Programa ImpactaJovem Brasil. Coordenador Local Sênior do Programa Internacional Students For Liberty. Foi pesquisador do CNPq das áreas de educação e mídias. Foi voluntário em programas de desenvolvimento pessoal e preservação do meio ambiente desde os dez anos. Participou de Programas de Intervenção Pedagógica para Alfabetização e Letramento, das superintendências de ensino do Estado de Minas Gerais. Tem a educação como instrumento fundamental no desenvolvimento humano, tendo o trabalho voluntário e o protagonismo jovem como recursos secundários no combate às desigualdades, aos preconceitos e qualquer atentado contra a pessoa humana.

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