Convivendo

E aí, vamos falar sobre desescolarização?

Adolescente asiática deitada na cama enquanto faz anotações em um caderno em frente ao computador.
Escrito por Gabriel Ribeiro
Hodiernamente, o número de pais que estão retirando os seus filhos da escola e os educando fora do padrão da Base Nacional Comum Curricular cresce a cada vez mais. Esse fator é conhecido como desescolarização. A estratégia dos estabelecimentos de ensino para evitar tais ações é a negativação ou omissão do assunto em questão. Nesse contexto, para evitar a promoção de desigualdades de ensino e de oportunidades, precisamos elaborar estratégias e recursos que auxiliem a evitar danos às crianças e adolescentes que saem da escola em busca de suas múltiplas inteligências.

Quando falamos em desescolarização, inúmeros fatores podem ser expostos. O sistema educacional contemporâneo está visivelmente falho, já que não compreende nem corrobora com as complexidades de ensino e aprendizagem na Educação Básica. As crianças, adolescentes e jovens desse século estão ligados a uma era digital que, para eles, é promissora e, pessoalmente, relevante, já que esses “tempos modernos” garantem inclusão de todas as múltiplas inteligências e valorização das várias capacidades, já que, dentro do campo da internet, a independência do usuário é protagonista.

É dever de quem falar sobre a retirada de alunos da escola para serem educados em casa?

Os desafios da escolarização de crianças e adolescentes urgem diversas decisões por parte dos pais. A existência das escolhas afirmativas de êxodo dos estabelecimentos de ensinos tradicionais, para a educação dentro de casa, sem padrões e fora da Base Nacional Comum Curricular, faz com que os especialistas da educação tenham obrigação na elaboração de estratégias e recursos de dignifiquem e não lesem os alunos, quando iniciado o processo de desescolarização. 

desescolarização

As ferramentas da internet, como os recursos do Google, podem auxiliar no processo de desescolarização?

As ferramentas do Google podem ser instrumentos importantíssimos na diminuição das lesões causadas pela saída de crianças e adolescentes das escolas nessa década, já que existe a possibilidade de unir o fácil acesso de internet com a versatilidade e funcionalidade das ferramentas do Google. Com a utilização das ferramentas do Google, como as de ensino de línguas, sala de aula online, pesquisas em sua vasta rede de informações, padronização e agendamento de atividades pelo calendário, poderemos contribuir significativamente com os processos de aprendizado fora da sala de aula, já que essa premissa existe e merece atenção.

Mas ainda temos o desconhecimento das ferramentas do Google e da internet, em geral, que ainda é uma barreira no desenvolvimento de novas propostas, sobretudo digitais, para a aprendizagem. Nesse sentido, poucos conhecem a vasta pasta de recursos oficiais do Google, mesmo com um discurso generalizado de educação tecnológica ou moderna, dentro das mídias digitais. Essa informação nos permite compreender onde estão as dificuldades de entendimento das pessoas por parte dos recursos tecnológicos disponíveis para o uso na educação.

O Google possui uma vasta rede de informações e ferramentas suficientes para a integração do indivíduo, sozinho ou em conjunto com amigos, colegas e familiares. Podemos perceber que o Google possui esses recursos fundamentais que valorizam e que trazem conhecimentos das nove inteligências, destacadas por Howard Gardner. Nesse sentido, as suas ferramentas podem auxiliar no processo inicial da desescolarização, objetivando o papel educador programático que a tecnologia pode ter a partir de suas ferramentas.

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Por que ainda existem muitas barreiras acerca da desescolarização?

A partir de pesquisas – independentes – bibliográficas e de campo, nós podemos perceber que a barreira acerca da desescolarização ou a leve ideia sobre o tema não está ligada, exatamente, à preocupação pela socialização do indivíduo, já que o tema desescolarização por si só já garante escolhas de métodos de aprendizagem por parte dos pais. O pré-julgamento dessa função social está ligado à pressão social que é feita para que jovens ingressem em universidades ou estudem cursos consignados e tradicionais pelos estereótipos de crescimento e sucesso. Testes de mensuração de conhecimento e inteligências, como o ENEM e vestibulares afins, garantem a manutenção dessa pressão social sobre adolescentes e jovens que estão no processo de ingresso nos estabelecimento de Ensino Superior.

Podemos analisar também que os fatores de desescolarização e as suas discussões em escolas públicas são mais difíceis, já que a educação interfere nas complexidades da desigualdade social. O indivíduo que se mantém na escola vindo de uma família de classe média baixa ou de menor classe é visto, de forma geral, como uma saída esperançosa na luta contra as desigualdades sociais, por isso que muitos pais compartilham da ideia de que aqueles que possuem a chance de retirar os filhos da escola são aqueles que possuem dinheiro e tempo para investir nas atividades diárias de seus filhos.

Sem ações afirmativas ou discussões sobre o tema para os jovens desescolarizados, o nosso país acabará promovendo inúmeras desigualdades de ensino e de oportunidades, a começar pelo Exame Nacional do Ensino Médio, vestibulares das universidades e programas de verão nacionais e internacionais.

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Para encerrar, os conteúdos da vasta rede de informações da internet podem ser fundamentais para o processo de ensino de crianças e adolescentes desescolarizados, pois, muitas vezes, o tempo de espera por novos modelos de educação ou um método que valorize o indivíduo é gasto e demorado. Nesse sentido, precisamos encontrar nas ferramentas digitais instrumentos de equilíbrio educacional e de valorização das múltiplas inteligências. Por fim, devemos destacar o desconhecimento de pais e alunos, celetistas e professores acerca das vastas ferramentas educacionais da internet. Tal desconhecimento reafirma ideias tradicionais de ensino que assolam o nosso sistema educacional, na promoção de uma educação metálica e que não zela pelos múltiplos talentos de nossos estudantes.

Necessariamente, em comunhão com a realidade em que o nosso país se encontra, a discussão de temas como esse vem em resposta aos nossos anseios, para amenizar o problema social da desigualdade de ensino e de oportunidade existente em nosso país e que, às vezes, é camuflada por índices mensuradores da educação pública e privada, que não só exige a medição e comprovação de estudantes, como promovem uma miríade de consequências para o futuro da educação em nosso país.

Sobre o autor

Gabriel Ribeiro

Intercambista Cultural em Santiago, no Chile. Delegado e Mentor do Programa ImpactaJovem Brasil. Coordenador Local Sênior do Programa Internacional Students For Liberty. Foi pesquisador do CNPq das áreas de educação e mídias. Foi voluntário em programas de desenvolvimento pessoal e preservação do meio ambiente desde os dez anos. Participou de Programas de Intervenção Pedagógica para Alfabetização e Letramento, das superintendências de ensino do Estado de Minas Gerais. Tem a educação como instrumento fundamental no desenvolvimento humano, tendo o trabalho voluntário e o protagonismo jovem como recursos secundários no combate às desigualdades, aos preconceitos e qualquer atentado contra a pessoa humana.

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