Espiritualidade

Salvação

Mulher em um campo florido
Oliver Pacas/Unsplash
Escrito por Vander Luiz Rocha

É comum vermos pelas ruas religiosos gritando citações tendo em comum a palavra salvação. Perguntei a um e outro o que significava essa palavra e como resposta tive frases decoradas.

Ser salvo de quê? Para quê? Por quê?

Lembrei de um dito, não é meu, que dizia: “Existem boas águas em muitas fontes e delas devemos beber”. Fui na busca da resposta através de diversas leituras, me esquivando dos casulos das interpretações e trilhando pelo campo da justificação.

Somos milhares de criaturas na mesma condição, cada uma no próprio aprendizado corpóreo, que juntas caminhamos… Para onde?

Para a salvação! Continuam gritando aqueles.

Mão em direção ao céu
Jeremy Perkins/Unsplash

Vindo por ensinamentos de mestres temos que o temor se faz necessário à humanidade por ser pequena a nossa evolução, daí existir a mitologia do anti-deus demônio e do seu aquecido habitat. Livrar-nos dele é a salvação, é isso que apregoam. Faz sentido, já que a maioria precisa temer para andar no equilíbrio.

Contudo, sabemos que o trânsito pela matéria é fundamental para o nosso aprendizado nessa escola terrena. Estamos em um mundo de expiação e provas cujo autoaprimoramento nos levará ao mundo de regeneração, deste para mundos felizes e à Divindade cujo teor, no nosso estágio, é incompreensível.

Sempre estamos prontos naquilo com que nos sintonizamos mentalmente e espiritualmente, logo nada de benévolo receberemos em espírito se a nossa natural sintonia não estiver com o bom.

E é por aí que somos influenciados por inteligências extracorpóreas com as quais nos adequamos, se pelo bem, se para o mal. Somos antenas receptoras e transmissoras de pensamentos e emoções. Ao agirmos pelo acerto, ao bem seremos intuídos, se pelo erro a inspiração nos levará ao que lhe equivale.

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Ser bom não é apenas fazer coisas boas, os facínoras também as fazem. É, em essência, aprimorar-se continuamente no bem, reformando-se, o que não é trabalho fácil, tampouco de rapidez tal que se torne notado em curto prazo, só o tempo poderá mostrar a distância percorrida. O trabalho da construção interior, tal qual na construção do grande edifício, se dá tijolo a tijolo.

O caminho, portanto, não está na magia de sair da terra e entrar num mundo de conto de fadas, tampouco está em objetos e fórmulas sacras nem por qualquer outra prática exterior. Está em saber gostar de si mesmo, disciplinando pensamentos, sentimentos e emoções no convívio terreno, de maneira consciente, para não ferir a si nem a outrem, sendo útil a si e ao próximo; vindo então, pelo natural agir, a solidariedade, a caridade, etc. solidificada no saber discernir sobre o que se deve e o que não se deve, não se deixando prender por isso ou aquilo a não ser pela determinação do aperfeiçoamento de si próprio tornando-se melhor a cada.

A salvação é, portanto, nos salvar de nós mesmos, independentemente de benesses celestiais ou pelo temor de castigos infernais. Está em sermos espíritos suaves por nosso querer.

Sobre o autor

Vander Luiz Rocha

Vander Luiz Rocha, nascido na cidade de Conselheiro Lafaiete, no estado de Minas Gerais, Brasil, em 1939.

Criado dentro dos princípios da tradicional família mineira, teve no catolicismo a sua primeira religião.

Na adolescência, dos 7 aos 14 anos, fez, como interno, o Seminário Menor da Ordem dos Redentoristas, na época em Congonhas do Campo, MG. Naqueles momentos o cenário de vida foi o barroco e o fundo musical o canto gregoriano.

Deixando o seminário, tornou-se não religioso e se dedicou aos estudos e ao trabalho em Belo Horizonte. Inicialmente se formou em contabilidade e, posteriormente, graduou-se em administração, com o título de bacharel. A sua vida privada foi alimentada por essas profissões.

Em 1973, mudou-se com a família, esposa e três filhas para São Paulo, indo residir no ABC Paulista, em São Caetano do Sul, trabalhando em empresas da região, tendo se interessado pelo espiritismo e adotando-o em 1976 como escola de vida.

Após preparar-se em cursos feitos sob supervisão da Federação Espírita de São Paulo, SP, tornou-se servidor, no segmento palestrante, e expositor de cursos em casas de socorro espiritual, e com os socorridos muito aprendeu.

Nos dias atuais, continua a se dedicar à filosofia espiritualista, adaptando as palestras para textos escritos.

Possui várias obras editadas e ganhou prêmios literários.

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