Você já parou para observar de verdade o movimento frenético das formiguinhas que invadem nossas casas? É algo tão curioso, mas que pouca gente se dá ao trabalho de notar. À primeira vista, tudo parece um caos: umas passam correndo, carregando pedaços enormes diante do próprio tamanho; outras param “para conversar”, num vai e vem de anteninhas, quase como quem pergunta: “qual o caminho agora?’.
Algumas parecem estressadas, olhando de um lado para o outro, apressadinhas demais. Outras ainda se juntam num grupo, antenas agitadas, como se fizessem uma pequena reunião estratégica para decidir qual o próximo passo. É um verdadeiro balé desordenado que, para nossos olhos humanos, parece confuso e até meio surtado.
Quando eu era criança, aqui no Rio, tínhamos uma grande amendoeira no quintal. Era o nosso oásis no calorão carioca. Mas havia uma época do ano em que, ao amanhecer, eu encontrava a árvore completamente pelada — nem uma folha sequer restava.
Eu ficava entre a tristeza e a curiosidade, pensando em como aquelas formiguinhas eram focadas nos seus objetivos: devoravam tudo antes mesmo do dia clarear completamente. “Sacanas, hein?!”, eu pensava, quase rindo. “Muito espertinhas!”, como se diz hoje nas redes: “hahaha”.
Às vezes penso que deveríamos aprender mais com as lições silenciosas das formigas. Mesmo mergulhadas em um aparente caos, elas seguem adiante, trabalhando juntas, comunicando-se do seu jeito, respeitando o coletivo. Enquanto isso, nós, seres humanos, andamos cada vez mais distraídos, olhando apenas para o próprio umbigo. Esquecemos de parar para conversar, de reparar ao redor, de encontrar o que realmente vale a pena.
Precisamos ser como as formigas em certos aspectos: focar no que importa, não adiar o que é essencial para o nosso bem-estar, seguir firmes pelas trilhas que a vida nos apresenta, mesmo quando tudo parece uma bagunça sem sentido. Podemos até parecer absorvidos pelo caos — e quem não se sente assim hoje em dia? — mas, no fundo, é fundamental manter claro o nosso propósito, acordar com disposição e não protelar o que nos faz bem.
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No final das contas, o mundo das formiguinhas é um lembrete vivo de que disciplina, cooperação e propósito podem existir mesmo no meio da confusão. Basta a gente parar um pouquinho para observar e, quem sabe, aprender.
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