Convivendo

Projeto: Mais uma rodada

Escrito por Marianna Gomes

“Música, shows, festivais, eventos e todo tipo de ferveção, sob o meu ponto de vista: sentado!

Pedro Américo, 32 anos. Sorocaba/SP. Portador de Distrofia Muscular de Cinturas, doença genética e sem cura. Ela faz com que o portador perca as forças para executar atividades básicas como caminhar e levantar, por exemplo.

O portador não perde a sensibilidade, diferente da paraplegia, atingindo todas as células musculares do corpo. Pedro teve os primeiros sintomas aos 6 anos. Aos 23 precisou usar cadeira de rodas, mas isso não fez com que ele parasse de viver. Pelo contrário, para essa doença não progredir, quanto mais se utilizar o corpo melhor. Foi exatamente o que Pedro fez. No ano passado criou o projeto “Mais uma rodada”.

O que ele é?

“O projeto é um jeito de divulgar acessibilidade cultural e faço isso por meio de vídeos no youtube e postagens no Facebook e Instagram”, disse Pedro.

“Acho importante colocar que a música é libertadora, através dela que eu sobrevivi e criei essa persona forte que tenho hoje. Por isso, sou tão conectado. Os ‘defis’, as pessoas em geral na verdade, devem encontrar na vida o que faz com que tenham esse sentimento, o que faz com que se sintam vivas. E então, viverem! Plenamente! É muito importante abrir sua mente para novas possibilidades e novas ideias, o mundo está cheio de propostas, cheio de oportunidades, não podemos nos trancar em casa, a vida acontece lá fora”, completou.

E finaliza: “A mente domina o corpo e NADA detém uma mente liberta”.

E as dificuldades que já enfrentou?

“Já enfrentei diversos tipos de dificuldades, mas sempre digo que uma das coisas mais básicas, acaba sendo a mais difícil: banheiros!  Sempre tenho dificuldades com banheiros, quase nunca são adaptados da maneira correta, dificultando ou impossibilitando o uso”.

Qual foi o pior e o melhor lugar?

“Na verdade, eu não vou falar do lugar em si, mas do evento. Porque as produtoras alugam os espaços para fazer os eventos e então ela pode ou não montar uma estrutura acessível. O pior evento que participei foi o show do David Guetta, em 2012, no Anhembi São Paulo. Nesta ocasião não tinha nada pensado para a acessibilidade de pessoas com deficiência, nem entrada especial, nem banheiros, nem área reservada, muito menos banheiros, foi um terror! Agora o melhor, talvez tenha sido o Festival Sonar em 2015, no Espaço das Américas em São Paulo. Tudo funcionou, não tive problema algum. Mas, os outros eventos todos, sinto que a cada ano vem melhorando a consciência do povo pela acessibilidade”.

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Caros leitores, informamos que os comentários feitos nos artigos de Marianna Gomes não poderão ser respondidos. Nossa querida colunista deixou este plano terreno em junho de 2018, e agora ilumina outras esferas. Agradecemos muito seu interesse, e também a ela por ter contribuído lindamente com este projeto.

Gratidão imensa.

Sobre o autor

Marianna Gomes

Marianna Gomes Santos, 23 anos.
Sempre buscando conhecimento. Apaixonada por aprender! Ama viajar e assistir filmes.

Formada em Pedagogia pela Unimes e cursando 5º Semestre de administração de empresas. Diretora de Relações Públicas da FOP BRASIL.

Portadora de Fibrodisplasia Ossificante Progressiva, doença genética rara. Diagnosticada aos 5 anos.

Telefone: (13) 99694-2120
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