Autoconhecimento Psicapometria

O medo da realidade cria o nosso mundo de ilusões

Escrito por Paulo Tavarez

Pare um pouco e olhe para você, eu vou ajudar. Faça uma análise daquilo que está acontecendo com você. Sinta-se fora de si por uns instantes e perceba. Sua vida é um cenário de frustrações e decepções? Com certeza, né!? Então vamos fazer uma análise juntos.

Em algum momento da sua história de vida, diante do vazio e do desconforto da sua existência, você começou a sonhar uma vida ideal (uma vida no mundo das ideias, não se esqueça). Muito bem, nesse mundo virtual, você escreveu o roteiro de um filme e aos poucos foi convidando os atores para interpretar os papéis dessa história. Deu a cada um um script e sentou-se na cadeira de diretor.

Ok, até aí tudo bem, vida que segue. Acontece que durante a realização das filmagens, os atores erravam os textos, mudavam sua falas, faltavam às tomadas, interpretavam de forma inadequada suas personagens e, com isso, o filme foi desenvolvendo uma história bem diferente daquela que você idealizou. Você percebeu, frustrada, que tudo aquilo que estava claro e perfeito no seu ‘mundinho ideal’ ruiu e foi jogada com toda força dentro da realidade. Acontece que você não gosta da realidade, fez tudo isso, idealizou todas essas coisas, justamente, para fugir dela e aí começa o problema.

Você projetou um mundo perfeito que não foi capaz de realizar, criou uma história que não aconteceu.

Resultado, frustrou-se, decepcionou-se, irritou-se e transferiu todo o seu ódio para os atores, passou a culpar os outros e viu a sua vida dentro de um ambiente de lamúrias e reclamações. Sim, diante de tanta incompetência técnica, foi fácil eleger os responsáveis pela sua ruína. Com isso, abraçou aquela velha máxima de Sartre: “O inferno são os outros”.

Perceba que é justamente isso que nós estamos fazendo com a nossa vida. Nós nos envolvemos com as pessoas, entregando a cada uma delas um papel para ser representado. Criamos expectativas doentias e exageradas e nos esquecemos que o outro tem os seus próprios interesses; que o outro, tanto quanto você, também escreveu roteiros, pois como quase todo ser humano no planeta, é mais um fugitivo da realidade criando suas projeções.

Fazemos isso com aqueles que convivem conosco, sejam os filhos, o companheiro, o patrão, o vizinho, o colega de trabalho, não importa. Qualquer um que subir no palco da nossa existência terá que seguir um script criado por nós e ai daquele que errar o texto.

Scared young woman running through a forest at night looking back

Passou da hora de compreendermos que tudo acontece dentro da gente, todo o problema é nosso, pois nós criamos as expectativas e ninguém tem nada a ver com isso. Não existe insanidade maior do que querer mudar as pessoas fazendo-as assumirem uma personagem que se ajuste às nossas demandas internas. Desta forma, elas nunca serão elas mesmas e você estará convivendo com qualquer coisa, menos um ser real.

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O primeiro passo para a nossa libertação é justamente assumir a responsabilidade total por tudo aquilo que não está dando certo em nossas vidas. Parar de culpar Deus, o mundo, as pessoas, o governo, os pais e assim por diante. O princípio da responsabilidade é representado pela maior das virtudes: a humildade. Sofremos de forma renitente por sermos orgulhosos, vaidosos, estarmos totalmente intoxicados de nós mesmos e querermos que mundo corresponda aos nossos interesses.

Sobre o autor

Paulo Tavarez

Instrutor de yoga, pedagogo, escritor, palestrante, terapeuta holístico e compositor. Toda a minha vida tem sido dedicada à construção de um mundo melhor.

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