Autoconhecimento Comportamento

Eu prefiro ser inteiro!

Estátua de Buda de olhos fechados.
buddha statue in wat umong, chiang mai, travel thai temple in northern thailand, thailand
Escrito por Paulo Tavarez

A Terra, de fato, é um hospício. Não por culpa dos loucos, mas daqueles que se julgam normais. Eles simplesmente não se entendem, mesmo estando na mesma linha de pensamento vivem em conflito, seja no campo político, religioso e até mesmo filosófico.

No limiar dessa nova era parece que estamos todos em uma torre de Babel. Cada indivíduo armado com suas certezas, defendendo de forma fanática o seu ponto de vista. O homem não aprendeu ainda que um ponto de vista é apenas a vista de um ponto, nada mais. É um tempo sombrio, de trevas mesmo!

Adaptar-se a esse mundo, com o intuito de fazer parte dessa insanidade é o grande equívoco que impulsiona a humanidade. Não há solução para isso, não há cura para essa doença social. Só a renúncia, só o desapego provocado pelo total desinteresse em pertencer a esse sanatório é que poderia nos salvar.

Não queira ser normal, não queira ser igual, não aceite essa programação doentia, desligue a TV e não navegue mais na internet. É o momento de ficarmos em silêncio, escutando a voz interior, é hora de estabelecermos um diálogo profundo com a nossa alma, é o momento de nos descobrirmos.

Existe muita sedução por essa porta larga, poucos resistem aos seus encantos. Poucos conseguem demonstrar desinteresse pelo caleidoscópio de ilusões que entorpece os sentidos. Estamos atravessando um mar perigoso, encantados com o canto das sereias. É justamente nesse momento que devemos imitar Ulisses e colocar cera nos ouvidos.

É tempo de travessia, o mundo estertora no apocalipse.

Aqueles que esperavam catástrofes e hecatombes nucleares não conseguem perceber que o pior já está acontecendo na alma humana. Estamos sendo convidados à mudança, resistir é inútil, ou você muda ou o mundo irá mudá-lo.

Não queira ser normal. Normal é aquele que segue normas, nada mais que isso. A quanto tempo você tem vivido pela metade, suprimindo a sua criatividade e espontaneidade? Você concentrou demais as suas forças na razão, na mente, transformou-se em um cabeça ambulante e esqueceu-se completamente do corpo. Deixou de ouvir as demandas da alma quando escolheu ajustar-se às exigências externas.

Ilustração de uma silhueta de linhas em que pedaços da cabeça estão saindo.

É preciso ser inteiro, não ter medo de ser você, mesmo sendo ridículo, aprenda a se bancar.

Ser verdadeiro é o primeiro passo para a mudança. Quando resolveu aceitar toda essa programação você perdeu o contato com a realidade, entrou em uma matrix e transformou-se em uma marionete do sistema.

É preciso matar esse falso eu, só aquele que nascer de novo verá o Reino. Você não deve seguir com essa ilusão: tentar realizar um personagem. Você não é um personagem, você é o espectador, aquele que deveria estar na poltrona e não envolvido com as tramas dessa existência ilusória.

Nisargadatta Maharaj, usando o exemplo de uma tela de cinema, explica com clareza a real natureza do ser. Ele ensina que somos a tela e não o filme, estávamos lá antes do filme começar e permanecemos no mesmo lugar após o seu término. Maremotos e incêndios poderão ser vistos no filme, mas a tela não irá queimar-se nem molhar-se. O problema é que deixamos de ser tela e nos tornamos personagens, queremos nos realizar em um mundo impermanente e transitório (filme). Está na hora de entendermos que já somos tudo aquilo que precisamos ser: a tela.

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Sobre o autor

Paulo Tavarez

Instrutor de yoga, pedagogo, escritor, palestrante, terapeuta holístico e compositor. Toda a minha vida tem sido dedicada à construção de um mundo melhor.

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