Espiritualidade

A Verdade Além dos Sentidos

Mulher branca se alongando numa ponte.
Ashley Inguanta / Unsplash
Escrito por Roberto Guelfi

O mundo dos nossos sentidos

A percepção que temos do Universo que habitamos é a de um mundo em três dimensões: matéria, tempo e espaço. A matéria, quando considerada em sua forma, ocupa três dimensões no espaço: a linha, o plano e o espaço propriamente. As dimensões do tempo também são três: passado, presente e futuro.

As três dimensões do nosso Universo interagem entre si: a matéria se movimenta no espaço e se transforma no tempo. As três dimensões do espaço são complementares: a linha, feita de pontos, o plano, feito de linhas, e o espaço, feito de planos. As três dimensões do tempo são lineares: do passado ao presente; do presente ao futuro.

O conceito de dimensões como exposto acima é de fácil compreensão porque está perfeitamente afinado com a capacidade que nossos sentidos têm de perceber e que nossa mente tem de racionalizar. Em verdade, o próprio conceito dimensional, em si, é resultante da percepção dos sentidos e da racionalização da mente que o concebeu.

Portanto tal conceito somente poderá ser questionado se questionarmos a capacidade absoluta dos nossos sentidos e da nossa mente racional. Ou seja, se admitirmos serem os sentidos e a mente limitados a tais percepções e racionalizações, incapazes, portanto, de perceber outras dimensões além das que a limitação dos sentidos e da razão permitem.

Até certo ponto, a limitação dos sentidos já é muito bem conhecida: nossos olhos não enxergam cores além do espectro visível, como o infravermelho e a ultravioleta, embora sua existência seja comprovada; nossos ouvidos não ouvem frequências aquém de 20 Hz nem além de 20.000 Hz, embora saibamos que existem outros seres na natureza capazes de ouvir esses sons; nosso tato não percebe a presença da energia e do magnetismo, embora não haja dúvidas sobre sua existência.

Mãos juntas numa praia.
Louis Hansel / Unsplash

Quanto à mente racional, sua limitação fica evidente pela incapacidade de a ciência explicar fenômenos improváveis, mas absolutamente constatados: mediunidade, clarividência, telepatia, telecinesia e precognição, para citar alguns.

Em seu avanço mais recente, a ciência tem proposto muitas teorias acerca desses fenômenos, mas tais propostas são ainda carentes de unanimidade. A própria física quântica abre o leque dos conhecimentos para aspectos do microcosmo atômico nunca antes desvendados, mas não consegue ainda fechar o círculo do conhecimento acerca dos fenômenos descobertos por meio de vários experimentos: a cada patamar atingido, fica clara a existência de novos patamares a serem galgados.

O mundo abstrato

No lado oposto — o da religião e da espiritualidade — fala-se de temas ainda estranhos à ciência, que afirmam a existência de Deus, de dimensões paralelas, de seres multidimensionais, de planetas habitados por energias e inteligências de densidades não compatíveis com os sentidos e a razão humanas, da existência fora do tempo e do espaço. Tais conhecimentos são trazidos aos humanos não só por meio da sensibilidade mediúnica e de canalizações energéticas feitas por alguns seres privilegiados, mas também por seres de altíssimo nível espiritual que encarnam na Terra com a missão de elevar o nível de consciência da humanidade.

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Embora haja consenso entre muitos dos que preconizam tais conhecimentos, não existem comprovações científicas sobre eles, sobretudo para os conceitos mais afastados dos limites entre ciência e espiritualidade. No entanto o bem-estar físico-biológico e psíquico das pessoas tem sido muito mais relacionado com a devoção à prática espiritualista do que ao conhecimento científico.

Abordar a questão espiritual, portanto, não tem qualquer respaldo da ciência convencional. A convicção de que a ciência impõe a si mesma a limitação intransponível da pesquisa baseada na experimentação sensorial e no tratamento racional dos experimentos e o fato de que tanto os sentidos como a razão humana utilizados na pesquisa científica são instrumentos de percepção e de análise limitados ao campo da matéria/energia ensejam a busca do conhecimento abstrato por meio de processos intuitivos.

Aquelas consciências que já superaram os limites da matéria e adentraram os campos do espírito absorvem o conhecimento necessário à sobrevivência e ao crescimento espiritual diretamente da Fonte ou por intermédio de seres cósmicos ligados a Ela. Assim é que a Verdade Única disseminada pelas religiões tradicionais e pelas filosofias esotéricas de várias origens têm a mesma raiz, embora quase sempre distorcida pelos vieses da cultura, da linguagem, dos dogmas e da inconsciência dos seres humanos que a disseminam.

Mulher branca com as mãos juntas em meio a galhos.
Ashley Inguanta / Unsplash

A espiritualidade é, antes de tudo, um processo. É uma caminhada interminável na senda da evolução espiritual. Embora estejamos todos caminhando na direção do Espírito, cada ser dispõe do livre-arbítrio para decidir como fazer sua caminhada. Na humanidade em geral, essa decisão ainda é inconsciente, pois o véu do esquecimento da sua verdadeira Origem a impede de enxergar o caminho mais curto de volta para Ela. Daí a diversidade infinita de estados de consciência entre os seres humanos, alguns mais avançados que outros, alguns já conscientes do processo evolutivo que inexoravelmente percorrem, outros ainda buscando o paraíso no emaranhado da matéria.

Sobre o autor

Roberto Guelfi

Espiritualista, escritor, revisor literário, músico amador. Seu trabalho é divulgado na mídia digital e por meio de livros que propaguem a Luz.

De formação profissional na área de gestão de empresas e na área acadêmica, particularmente em finanças, desde muito jovem tem se lançado ao desafio de seguir o roteiro, imposto pela consciência de olhar para cima, para fora do sistema socioeconômico-cultural (a matrix), fazendo do desenvolvimento da consciência seu projeto de vida, o que só parece fazer sentido se compartilhado com quem quer que se coloque na trajetória dessa intenção.

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Livro: Ousar Saber