Convivendo

Ciúme: A contramão do amor

jealous worried man peering over the shoulder of his girlfriend while she is talking on the phone smiling
Escrito por Patricia Tolezano

Eu não sou dada às posses e cismas. Mas, dia destes fui acometida por um ciúme irracional. Destes que rasgam o peito ao invés de roupas, arranham a garganta como se fossem costas alheias, joga um copo de magoas na face de quem deveria receber beijos, pune o ser que deveria receber amor, mas recebe acusação e pune a si próprio, que gostaria de distribuir afeto, mas repassa a senha da fila do medo.

O incrível é que teoricamente, sei como evitar todas estas sensações, sei que nada disto é sinônimo de amor e que se parar e respirar, a sensação ruim vai passar. Sei tanto! Mas, na prática, descobri que nada sei. E o “sei que nada sei” não é justificativa para jogarmos a nossa escuridão sobre o outro e liberarmos as sombras alheias que, claro (!) se unem no meio do caminho e torna a estrada curva, turva, escorregadia e perigosa. E não há nada mais perigoso na estrada do amor do que as ruas sem saída de acusações, a alta quilometragem das discussões, a curva sinuosa mal sinalizada do tempo perdido – o meu e do outro.

É tanto amor envolvido que não parece correto andar na contramão do medo por menor que seja o percurso. Mas, se dirigirmos com atenção, podemos jogar luz às estradas mais sombrias. A luz tem muitos caminhos a percorrer e é tão mais poderosa que a sombra, que a placa do medo e do rancor dá lugar a sinalização do arrependimento e amor.

Sei que o meu rádio sintonizou errado e ouvi as vozes ocultas do ciúme a me cantarem uma música fora do tom.

Sei que o meu rádio sintonizou errado e ouvi as vozes ocultas do ciúme a me cantarem uma música fora do tom. Um locutor a dizer coisas irreais. Eu nunca imaginei que eu daria ouvido para esta música ruim, que me distraiu e me levou a pegar um atalho esburacado ao invés de percorrer a lisura do asfalto bem pavimentado do amor.

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Mas se, em um último segundo de lucidez, conseguimos integrar luz e sombra em prol do aprendizado e nos damos conta que o amor não possui, nem toma para si, não julga e nem fica no passado, então pegamos o primeiro retorno à pista que a nossa alma planejou e seguimos alegres e confiantes em nossa estrada iluminada com uma melodia ritmada ao fundo, dispersamos o caos momentâneo que a derrapada nos levou e conduzimos alegres e confiantes ao destino final, que é o amor.

Sobre o autor

Patricia Tolezano

Sou jornalista de formação, marketeira de opinião, analista esportiva de supetão e escritora de coração.

Se tivesse que me definir em uma única palavra, esta seria adaptação. Mas gosto mesmo é de escrever. Sou uma pessoa e escritora em construção. A partir de agora, vocês conhecerão um pouco do mundo à minha volta.

Viva sem culpa, ame sem medo. E, na dúvida, tente sempre! Para mim, isto é ser feliz.

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