Convivendo

Empoderamento

Mulher vestida com roupas sociais, em pé em sala de reuniões, sorridente.
Escrito por Miriam Salete
De repente, acordei em um mundo às avessas…Nesse mundo é percebido como ruim uma menina pedir uma boneca de presente ou querer se vestir de rosa. Mas se o seu irmãozinho o fizer, será aplaudido. Avesso!

Lembro dos dias de Natal da infância, onde esperávamos ansiosas, eu e mais duas irmãs, pelas bonecas, pelas cozinhas em miniatura… E que o Papai Noel se atrevesse a nos trazer caminhõezinhos!

E ninguém ficou babaca, bobona ou passivona na vida! Somos mulheres que lidam com frustração, revezes, agruras…

Algumas pessoas me dizem que é desconstrução!

– Ah! – Respondo eu – Que bom!

Mas será que é preciso jogar a água do banho com a criança junto, o sabonete, a banheirinha e tudo mais?

Silhuetas de cabeças de homem e mulher com ícones de símbolo de sexo masculino e feminino

Nesse mundo, vejo o homem demonizado. Eu gosto dos hominhos. São simples, práticos, engraçados e necessários. Nunca os percebi como inimigos, adversários e violentos.

Percebi, sim, durante a minha vida, pessoas perdidas, violentas, descontroladas e equivocadas.

Percebi até bichos e plantas nessa condição.

Percebi nesse mundo que as mulheres estão usando um termo copiado do vocabulário americano “empoderadas”.

E fico analisando…

Empoderar-se é “descer até a boquinha da garrafa”?

É mostrar os tetês, o toddynho, os tudinhos?

Para quê? Para quem?

Empoderar-se é bater o “pau” na mesa?

É masculinizar-se?

Vejo mulheres passando a mão em bumbuns de homens e lhes dizendo coisas que eu abominava ouvir na minha juventude.

Empoderar-se é agredir, bater e dar chicotadas com os longos cabelos alisados (e a desconstrução?) em quem está atrás de si nas filas?
Ou é não ceder , não flexibilizar, falar algo, gritar, empurrar e não ouvir?

Esquecer o feminino, a gentileza, a delicadeza e o acolhimento?

Avesso!

Empoderar-se é usar o sangue da menstruação para pintar muros?

Minha avó, que pôs o avô para correr quando descobriu que era traída (anos 40), ficaria horrorizada!

E mulheres defecando, urinando em praças públicas?

Avesso!

Mulher branca, loira, se descabelando, em pé em frente de parede preta cheia de símbolos confusos.

Se o Pepeu cantou que: “Ser um homem feminino não fere o meu lado masculino”, por que empoderar-se se transformou em um modelo masculinizável?

A história nos mostra que opostos são patogênicos, que o matriarcado errou igual ao patriarcado.

A salvação é a alteridade, é perceber o outro como outro e como parte de nós.

Uma mulher, assim como um homem, pode gostar de todas as cores ou eleger uma para chamar de sua. Pode gostar de dirigir caminhão, o lar, a empresa e os cambau, mas sem que isso desmereça ninguém.

É preciso ter postura, é preciso ter atitude… Aí sim!


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Sobre o autor

Miriam Salete

Sou formada em Letras e Psicologia, tenho pós graduação em Psicossomática e Análise Junguiana. Sou Practitioner dos Florais de Bach (o que equivale a uma pós graduação, que finalizei no Bach Centre de Londres). Fiz diversos cursos: psicoterapia breve, Gestalt terapia, cromoterapia, terapia cognitiva comportamental, psiconeuroendocrinoimunologia.

Tenho como propósito de vida na minha profissão, levar a pessoa que me procura à possibilidade de descortinar a causa de seu sintoma, de seu desconforto/sofrimento, num processo de autoconhecimento. Levá-la a uma ampliação de consciência que vise uma consistência maior, uma conquista de si mesmo e de seu domínio.Conto nesse processo, com a ajuda terapêutica dos Florais de Bach desde 1989, visto que eles são descortinadores de sintomas.

Escrevi 4 livros e escrevo sobre comportamento humano. Meu primeiro livro foi sobre o Eu interior que chamei de Mim. O segundo foi sobre nossos conteúdos obscuros, sombrios; a sombra. O terceiro foi um infantil e agora, ainda em lançamento um sobre minha experiência com o câncer.

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