Espiritualidade

Espiritualidade e religião – Parte dois

Mãos levantadas para o céu, bem em direção ao sol
Michal Collection / Canva
Escrito por Vander Luiz Rocha

Há um ditado que diz que todos os caminhos levam a Roma, entretanto, referindo a diversas religiões, foi adaptado para: “Todos os caminhos levam a Deus”, equivocado.

Ao atribuírem a religião como sendo caminho para Deus, estamos materializando o que é espiritual e, portanto, desviando o foco do sentido da vida terrena.

Não digo aqui que religião seja certa ou errada, apenas mostro a diferença entre quem se preocupa com Deus e quem pratica Deus.

O que é pertinente de religião está apenso à manifestação de culto, de ritos e de outras expressões típicas da religiosidade, enquanto a espiritualidade se identifica pela relação humana íntima, pessoal, única, com algo maior reconhecido pelo EU, no qual o sentido da vida consiste em uma realidade de reflexão do ser sobre si, não como sendo o ser uma existência casual.

O que se requer da pessoa não é suportar as vicissitudes em nome de Deus, o que dá um falso sentido da vida; o que se propõe é compreender em termos racionais o fato de que a vida tem sentido coerente e que as tais “vicissitudes” são consequências de desempenhos malresolvidos cuja exercitação se fez necessária e se repetirá até que o acerto seja prática natural.

Cada um de nós procura estímulo que nos dê sentido para a vida, mostrando-nos caminhos entre os quais escolhemos aquele que melhor sintoniza conosco. Um escolheu ser engenheiro, ela preferiu a medicina, há quem prefira ciências contábeis e outros preferem ser pedreiros… Caminhos… Apenas caminhos…

Dar sentido à vida não significa obter alegrias no desvairo, motivando-se pelo efêmero. Acima disso está a automotivação em ser útil. Consciente ou não, desejamos construir, isso é espiritualidade. Contudo quem escolhe o ofício objetivando o que dá mais dinheiro se frustrará em algum dia no seu futuro, porquanto se pôs a servir somente si mesmo.

Não é necessário acreditar em espírito para ser espiritualista. Acreditar não é o fundamento. O alicerce está em agir pela espiritualidade. Daí o equívoco visto que quando se fala de espiritualidade é entendido como entrelaçado à religião.

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Quando dizemos que alguém é espiritualista, quase sempre nossa mente visualiza alguém de joelhos, acendendo velas ou cantando hinos com as mãos elevada. Ou seja, enxergamos religião.

Alguém pode ser religioso e espiritualista desde que pratique com naturalidade os ensinamentos morais que recebe da religião. Aquele que se posta apenas nos rituais no momento de culto é religioso, nunca espiritualista.

Há quem se diga ateu sendo espiritualista pela prática natural dos bons costumes — e também há o oposto, ser religioso e não ser espiritual no viver diário. Conclui-se, portanto, que a espiritualidade não está no caminho, e sim no caminhar.

Obrigado por me ouvir.

Sobre o autor

Vander Luiz Rocha

Nascido em Conselheiro Lafaiete–MG em 19/09/1939, é um escritor e palestrante brasileiro, conhecido por suas contribuições na área de literatura e desenvolvimento pessoal. Com uma abordagem que combina a arte de dissertar, usando técnicas de roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível com reflexões profundas sobre a vida, ele visa inspirar e motivar seu público através de suas obras e palestras.
Como autor, aborda temas variados, desde ficção até não ficção, sempre buscando transmitir mensagens que promovam o autoconhecimento e a superação.

Suas palestras costumam ser dinâmicas e envolventes, permitindo que os participantes se conectem com suas experiências e aprendizados.
Além de sua atuação como escritor e palestrante, Vander também é colunista em portal web e está envolvido em projetos sociais ou iniciativas que visam impactar positivamente a comunidade.

Seu trabalho é uma combinação de criatividade, empatia e um forte desejo de auxiliar os outros a encontrarem seu próprio caminho.

Suas obras são:
1. Manual do Passe Espírita;
2. O Andarilho do Cosmo. (Metáfora sobre o caminhar do espírito);
3. Confluências–Coletânea de novelas. (Ou macrocontos);
4. Voltei, Quero Viver. (História contada por um abortado);
5. Deixo-lhe a Rosa;
6. O Baile do Palhaço;
7. Alma maculada;
8. A Noite da Formatura (Espiritualista)
9. Escapando da Paranoia. — Relata momentos difíceis vividos nos dias da ação militar em 1964;
10. Acidente no Motel;
11. Ady-Hes: A Missão;
12. Um Artista Brilhante;
13. Seja Bem-vindo, Filho!

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