Educação

Hora de repensar o que queremos como educação

Menina sentada em frente a um computador estudando.
fizkes / 123RF
Escrito por Juliana Bernardo

No dia em que se comemora o Dia da Escola (15/03), somos convidados a refletir sobre o modelo educacional que ainda vigora na maioria das instituições de ensino.

Se paramos para refletir sobre o desenvolvimento da tecnologia nos últimos 100 anos, passamos por avanços incríveis e podemos dizer, inclusive, que vivemos em um outro mundo, quase impossível de ter sido previsto no início do século passado, mesmo em obras futuristas.

A medicina mudou, as formas de relacionamento se transformaram e até mesmo o trabalho tem passado por modificações significativas nas últimas décadas. Em muitos aspectos, a sociedade está bastante diferente do que foi no início do século XX.

No entanto, a escola permanece a mesma de mais de um século atrás.

No que diz respeito à arquitetura, a maioria das instituições de ensino mantém profundas semelhanças com as prisões ou, na melhor das hipóteses, com fábricas: um prédio retangular, salas todas no mesmo padrão e com grades, pátio central para tomar Sol, vigilância nos corredores e pouca ou nenhuma criatividade na organização espacial.

Ademais, na organização do tempo, as grades são mantidas e, dessa vez, curriculares, mesmo em um mundo cada vez mais complexo e transdisciplinar.

O conteúdo também permanece com poucas alterações. A Física Mecânica apresentada ainda sem os questionamentos trazidos pela física quântica, a decoreba na Matemática de fórmulas que o computador poderia substituir com total facilidade, o estudo de estruturas idiomáticas fora de uso, a memorização de fatos históricos sempre ditados pelo mesmo viés e a vida estudada de maneira fragmentada e inerte dentro das aulas de Biologia.

Pessoa atrás de uma pilha de livros.
Pixabay

Enquanto isso, o pensamento crítico e a reflexão têm lugar mínimo. As vozes não dominantes do discurso continuam caladas ou, no mínimo, pouco ouvidas. A criatividade na busca por soluções para os problemas globais nem chega a ser cogitada e, assim, o aluno de hoje dificilmente será o criador de alguma invenção revolucionária no futuro.

O meio ambiente é ainda estudado como algo distante, sem reflexões necessárias sobre mudanças de hábito e de consumo, mesmo num momento em que precisamos de mentes para saber como sobreviveremos às mudanças climáticas e aos problemas decorrentes disso.

Uma estrutura em que o estudante se vê como receptor de um conhecimento, a seu ver, inútil. E, assim, ao longo de mais de 10 anos na escola, percebe sua vitalidade sendo sugada, contando os minutos para o sinal que avisa a hora em que ele poderá ir embora e se sentir mais livre.

O mais triste ainda é ver que, no final do ensino médio, depois de milhares de horas sentados nos bancos escolares, boa parte deles permanece analfabeto funcional, sem a capacidade de uma interpretação textual. Além disso, o hábito de leitura não conseguiu ser criado, tampouco o encanto pelo aprendizado.

Para que haja uma mudança efetiva na escola, é necessário um olhar para as necessidades reais dessas crianças e desses adolescentes, enxergando-os como seres integrais, seres em desenvolvimento físico, intelectual, emocional, social e, quem sabe um dia, cogitemos, espiritual.

A função da escola não é somente a de preparo de profissionais. Eu diria que isso seria a menor parte de sua função, visto que podemos prever pouco sobre as profissões necessárias no futuro.

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A função primordial da escola é estimular que a potência do ser se torne manifesta. É dar ferramentas para que a criança mantenha seu encantamento com o mundo, deseje aprender cada vez mais e perceba seu poder como agente dentro da sociedade.

É levantar questionamentos sobre a política, a estrutura social, sobre a história contada. É estimular a produção cultural além do comercial.

Ou seja, é ampliar as possibilidades de pensamento, acesso e criação.

Talvez esse caminho necessite muito de recursos materiais, mas mais ainda de políticas públicas eficientes, melhoria na formação de professores, mais engajamentos dos pais e, sobretudo, necessite de uma valorização real da educação dentro de nossa cultura.

Então, neste dia, eu convido cada um de nós a pensarmos:

  • Como eu posso contribuir com a criação de uma nova escola?
  • Como posso me responsabilizar mais pela educação das crianças que estão ao meu redor?
  • Que habilidades eu tenho disponíveis para isso que eu ainda não considerei?
  • Como posso sair da reclamação ou apatia para a ação?

Então, conta-me nos comentários como foi sua experiência na escola, como tem sido com seus filhos e quais necessidades de mudança você identifica.

Sobre o autor

Juliana Bernardo

Olá! É uma alegria ter você por aqui.

Eu atuo como terapeuta holística, o que significa que trato do Ser de maneira integral, levando em consideração não somente o físico mas também as dimensões emocional, mental, espiritual e relacional.

Minha missão é ajudar as pessoas a expandirem a consciência e reconhecerem seu poder na criação de uma vida mais alegre, leve, abundante e cheia de amor.

Para isso, auxilio as pessoas que atendo em seus processos de reconexão com a essência, despertar do amor-próprio e reprogramação mental. Tudo isso aliado ao poder transformador com que a Natureza nos presenteia por meio de seus recursos e ensinamentos.

Além do atendimento individual, realizo vivências em grupo focadas em autoconhecimento, empoderamento e transformação interior. Criei para isso o programa terapêutico para mulheres chamado “Florescer para uma Nova Vida”.

Sou também facilitadora de cursos livres na área holística, como tameana/pleiadian healing e aromaterapia.

Tenho formação e experiência em diversas técnicas terapêuticas, dentre elas constelação familiar e soluções sistêmicas, terapia floral, aromaterapia clínica, radiestesia e mandalas radiônicas, reiki, Thetahealing®, Barras de Access®, alinhamento intuitivo e numerologia sistêmica com abordagem terapêutica.

Antes de me tornar terapeuta, me formei em comunicação social pela USP e fiz mestrado em artes visuais pela Unesp, com pesquisa publicada internacionalmente sobre colagem na arte contemporânea. Atuei, dentre tantas coisas, como docente na educação formal e não formal em ambas as áreas antes da minha transição de carreira e de vida.

Email: juliana.bernardo@poderdanatureza.com.br
Site: poderdanatureza.com.br