Há tempos, fui convidado para dar uma palestra no meu ambiente de trabalho sobre a sabedoria da cabala. Era um dia comemorativo e o departamento de recursos humanos havia preparado um evento cultural, no qual vários temas e vivências foram apresentados e abordados.
Alguns poucos interessados estavam presentes, atentos ao que eu dizia. Enfim, o cabalista entende que não sabemos exatamente para quem estamos levando a Luz do Criador, apenas que somos o canal de disseminação. O plano superior é perfeito e, de certa maneira, oculto a nós.
Após a apresentação, recebi os parabéns e comentários das pessoas que ali estavam. Ao final, veio a coordenadora do evento e, no meio da conversa, disse algo que me chamou a atenção. Ela havia recebido há um tempo uma caixa de um centro de cabala, com algo que ela não sabia exatamente o que era e que estava ocupando o espaço de sua sala. Pediu que eu visse essa caixa e que se eu quisesse poderia ficar com ela, caso contrário, ela jogaria fora.
No outro dia bem cedo, fui ver o que era e estava curioso para saber acerca do que se tratava o material e se tinha algo de valor. Ficamos conversando animadamente sobre a cabala e, ao abrir a caixa, fiquei realmente estupefato! Era nada mais, nada menos, que uma coleção completa do Zohar, o assim chamado “Livro do Esplendor”, obra central da cabala, revelada pelo Rabino Shimon bar Yochai, aos seus discípulos, no século II. Essa versão estava acondicionada em uma grande e volumosa caixa, contendo 23 volumes de uma edição luxuosa em capa dura vermelha, escritos em hebraico e aramaico e em sua versão para o inglês.
O Zohar é o estudo mais profundo da Torá, que são os cinco primeiros livros da Bíblia, conhecidos como pentateuco. Nesses textos, foram revelados os segredos mais ocultos das leis espirituais, de forma direta ou até mesmo poética e na forma de conversas entre pessoas justas.
Assim, essa maravilhosa coleção de escritos espirituais veio parar em minhas mãos de forma totalmente inesperada. Eles estavam escondidos em uma prateleira esquecida, no fundo de uma sala escura e sem ventilação, esperando para ser “revelados”. Percorreram um caminho obscuro e inexplicável, desde a impressão até chegarem ali, ao seu novo dono. Eu saí dali radiante, como que refletindo a Luz do Zohar, com um verdadeiro e inestimável tesouro em mãos.
É assim que as coisas acontecem em nossas vidas. As situações ocorrem sem muita lógica para nossos olhos e nossas mentes, mas tudo já está traçado, de certa maneira, nos planos espirituais. Atraímos o que temos em nossas mentes e aquilo que carregamos em nossos corações. O que verdadeiramente nos pertence vem a nós, de qualquer maneira. Não há como ser diferente. Em algum momento, o que está a nós destinado encontra sua maneira de chegar até nossas mãos.
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A força da verdade sempre há de prevalecer, a vontade pessoal há de gerar uma série de ações até que nos deparemos com o nosso pensamento, o nosso mais profundo sonho, materializado. A lei da atração é, indubitavelmente, infalível. Nesse caso, o Zohar atravessou o mundo até chegar nestas mãos que escrevem a vocês.
