Dia Nacional da Leitura
Desde pequena, eu tive verdadeiro fascínio pelos livros. Sabe quando você olha para um livro com a cara de quem achou um tesouro? Pois é, era assim mesmo que eu ficava toda vez que um livro caia em minhas mãos.
Ler é um prazer enorme para mim! Viajar em histórias e informações, personagens e casos, castelos, cidades e países. O cheiro do livro novo: o mistério, o desconhecido, a esperança de encontrar algo novo e inusitado! O cheiro de livro velho: o conhecimento, a tradição, a história e a ancestralidade. Seja como for, os livros são capazes de nos levar para lugares distantes, dentro ou fora de nós.
Novas tecnologias têm nos facilitado o acesso aos diversos conteúdos, seja por livros virtuais ou conteúdos da internet. A questão é que, na maioria das vezes, o acesso à leitura por meios tecnológicos traz fotos e imagens descritas no texto, minimizando a necessidade de uso de nossa capacidade de traduzir palavras em imagens mentais. Sim, eu sou um pouco romântica em relação a isso! Os celulares, as mensagens truncadas e os emoticons/emojis agilizam a comunicação, solicitando cada vez menos a capacidade da leitura e, por consequência, a escrita também é sacrificada. O segredo está no poder escolher, em fazer com que essas formas nos prestem um serviço, mas não nos limitem.
Cito aqui uma frase de Bill Gates sobre livros e leitura: “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria história.”.
Por outro lado, compreendo e valorizo o fato de que essas novas possibilidades ajudam a disseminar conteúdos que antes eram restritos àqueles que podiam adquirir livros, revistas, jornais, etc.
Segundo uma pesquisa chamada Retratos da Leitura realizada em 2016 pelo Ibope, a pedido do Instituto Pró-Livro, 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. Nem vou entrar na questão do analfabetismo funcional, da dificuldade financeira em adquirir um livro, do sistema educacional que enfrenta muitas dificuldades para estimular crianças e jovens à leitura. Esse é um assunto que custaria artigos e mais artigos.
A leitura permite colocar em discurso quaisquer temas sob um olhar compassivo e empático. A criança descobre por meio de personagens e histórias aquilo que é diferente de seu contexto, outros hábitos e culturas. Toma conhecimento de mundos diversos ao seu e tem a chance de se tornar mais tolerante e compreensiva com realidades diversas à sua. E quer saber? Isso também serve para os adultos!
Independentemente da forma, ter acesso à leitura de bons conteúdos é fundamental para a formação da capacidade crítica e imaginativa dos indivíduos de uma sociedade. Como dizia Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros.”.
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