Comportamento

Respeito

Guarda-chuva azul destacado em meio a outros cinzas.
vician / 123rf
Escrito por Miriam Salete

Respeito é sentimento pouco usado. No dicionário é pouco explicado, diluído com outros, e até a obediência entra na análise do que seja. Não me convenceu.

Vamos para a etimologia. Gosto! É como visitar as palavras no berçário.

Respeito; a coisa no peito. Tá aí porque gosto. Diz também que é o ato de olhar várias vezes para trás. Ter respeito então seria olhar para o passado da pessoa, para o nosso, sem julgamentos, mas considerando a jornada de cada um.

Se juntássemos tudo, daria uma sopa fantástica – alimento nutritivo a sopa!

Mas, tal como a sopa, o respeito está em desuso. Os jovens não gostam, as crianças engolem, os velhos já não lhe sentem o sabor, alguns nunca experimentaram. A sopa e o respeito.

O respeito é raro; não cresce como erva daninha, e se pisado é destruído.

A tal “coisa no peito” precisa ser acalentada, nutrida, experienciada, sentida…

Mas, como sopa, parece coisa de velhos ranzinzas.

Homem branco de barba preta, cabeça tombada para trás, usando moletom com a palavra "respect" em vermelho, em frente à uma parede de folhas.
Tiago Felipe Ferreira / Unsplash

Mas respeito poderia ser a nova religião: respeito à vida – qualquer que seja, respeito às ideias – de quem quer que seja, a nós mesmos – onde tudo nasce pra nós. E essa religião, como todas, exigiria prática, e não em dias determinados. Essa prática se daria até na solidão.

Mas… muitos mas para que o respeito se instale como prática.

Aqui se vive ainda, mesmo depois de Cristo, o “olho por olho” e o “dente por dente”, o “quem pode mais chora menos”, o “quem não chora não mama”.

Estamos ainda no reino biológico.

Você também pode gostar

No trânsito de automóveis, ele desaparece.

Nos aglomerados humanos, ele se transfigura, assim como as faces humanas.

Pode tudo!

Não há reverência ao Sagrado, à Sabedoria, à Experiência.

Ao mais velho, ao mais novo, ao mais fraco, ao menos favorecido, o respeito não tem espaço.

A tal “coisa no peito” parece cantiga de criança, “era vidro e se quebrou”.

Sobre o autor

Miriam Salete

Sou formada em Letras e Psicologia, tenho pós graduação em Psicossomática e Análise Junguiana. Sou Practitioner dos Florais de Bach (o que equivale a uma pós graduação, que finalizei no Bach Centre de Londres). Fiz diversos cursos: psicoterapia breve, Gestalt terapia, cromoterapia, terapia cognitiva comportamental, psiconeuroendocrinoimunologia.

Tenho como propósito de vida na minha profissão, levar a pessoa que me procura à possibilidade de descortinar a causa de seu sintoma, de seu desconforto/sofrimento, num processo de autoconhecimento. Levá-la a uma ampliação de consciência que vise uma consistência maior, uma conquista de si mesmo e de seu domínio.Conto nesse processo, com a ajuda terapêutica dos Florais de Bach desde 1989, visto que eles são descortinadores de sintomas.

Escrevi 4 livros e escrevo sobre comportamento humano. Meu primeiro livro foi sobre o Eu interior que chamei de Mim. O segundo foi sobre nossos conteúdos obscuros, sombrios; a sombra. O terceiro foi um infantil e agora, ainda em lançamento um sobre minha experiência com o câncer.

Contato:

Telefone: 996015555 | 42264242
E-mail: miriamsalete7@gmail.com
Site: miriamsalete.com.br/