Relacionamentos

Aplicativos de relacionamento e o documentário ”O Golpista do Tinder”

Golpista do tinder.
Reprodução Netflix
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você pode encontrar o amor da sua vida em inúmeras situações. Algumas pessoas se apaixonam no colégio, outras na faculdade. Há aquelas que descobrem o amor no ambiente de trabalho, em uma festa ou em uma reunião de amigos. E existem os indivíduos que sentem o coração bater mais forte por meio de aplicativos de relacionamentos.

O Tinder é um desses aplicativos, além de ser o mais baixado no mundo. Os 340 milhões de usuários em todo o mundo utilizam a ferramenta para conhecer pessoas que estão próximas a eles, seja para ter um relacionamento casual ou para casar. Outros apps deste tipo que também fazem sucesso são: Bumble, Badoo, Happn e OkCupid.

Embora a proposta dos aplicativos de relacionamento seja positiva e realmente ajude muitos casais a se encontrarem, as plataformas que oferecem esse serviço ainda não são perfeitas. Sem uma verificação de segurança aprimorada de quem faz uso dos apps, pessoas mal-intencionadas podem criar perfis falsos com facilidade, por exemplo.

Como consequência disso, usuários que estão em busca de amor, principalmente as mulheres, tornam-se alvos de golpes. Um desses casos foi abordado pelo documentário “O Golpista do Tinder”, da Netflix. A partir do conteúdo que preparamos, aprofunde-se nesse assunto alarmante.

O Golpista do Tinder

“O Golpista do Tinder” é um documentário de 1h42min de duração que foi lançado na Netflix em 2022. Nele, acompanhamos três mulheres que foram vítimas de um golpe milionário aplicado por um homem que conheceram no aplicativo de relacionamentos.

Simon Leviev, o golpista, criou um perfil na rede como se fosse um magnata da indústria de diamantes. Esbanjando luxo e glamour, ele marcou o primeiro encontro com cada uma das mulheres em hotéis 5 estrelas, proporcionando uma experiência romântica e inesquecível.

Como era de se esperar, as parceiras se sentiram desejadas, queridas e importantes, até porque Simon planejava ótimos encontros, além de enviar mensagens apaixonantes. Era como se o objetivo que elas buscassem no Tinder tivesse se concretizado. Em pouco tempo, o golpista começava um namoro com as vítimas.

Homem em um jantar romântico colocando um anel no dedo da mulher.
Andrea Piacquadio / Pexels

Alegando que estava na mira de “inimigos”, no início do relacionamento Simon revelava para as namoradas que tinha uma vida difícil e vivia sob constante ameaça. Por causa disso, ele precisaria utilizar um cartão de crédito no nome dela ou dinheiro vivo, impossível de rastrear, por um período de tempo.

Entretanto, ao sustentar o estilo de vida do golpista, as mulheres acabaram acumulando dívidas altíssimas, que elas não poderiam pagar. Então Simon reforçava que iria devolver o dinheiro para elas e as tranquilizava como podia. Apesar disso, a farsa foi identificada pelo banco que atendia uma das vítimas.

A partir desse ponto, o documentário mostra a mobilização das mulheres e da mídia para trazer mais atenção ao caso, pressionando as autoridades para localizar Simon, que era um fugitivo. Por meio dos depoimentos das vítimas, podemos refletir sobre o uso dos aplicativos de relacionamento e o que ele pode significar para determinados grupos sociais.

Conto de fadas ou vida real?

Uma das vítimas de Simon declarou que sempre esteve à espera de um príncipe encantado. Mais precisamente, do príncipe Adam, do filme “A Bela e a Fera”. Isso porque, nesse caso, o papel da Bela era resgatar aquele homem, que fora consumido por uma maldição e que precisava aprender a ser uma pessoa boa.

Socialmente, as mulheres são levadas a crer que devem cuidar de todos que estão ao redor delas, até mesmo dos parceiros, no caso de relacionamentos heterossexuais. Isso pode explicar o desejo de uma das vítimas, de reproduzir o conto de fadas, e todas as atitudes das mulheres que se envolveram com o golpista.

Enquanto namoradas dele, elas sentiam que deveriam ajudá-lo financeiramente, já que a vida do golpista estava em risco. E essas mulheres atendiam aos pedidos dele porque se sentiam amadas e desejadas, que era o que buscavam no Tinder desde o princípio, como se vivessem a realização de um sonho.

Nenhuma pessoa pode julgar as vítimas por agirem como agiram. O motivo disso é que o golpista as manipulou, fazendo com que elas confiassem nele tanto pelas informações contidas no perfil do aplicativo quanto pelas experiências de luxo que as mulheres viveram ao lado dele.

Além disso, todas as pessoas estão vulneráveis a ser enganadas não só nos aplicativos de relacionamentos, mas também ao conhecer pessoas fora do mundo virtual. Não é errado buscar o amor, querer viver um relacionamento saudável e acreditar que existem indivíduos bons e sinceros no mundo.

Mulher segurando um celular com o tinder aberto.
cottonbro / Pexels

Entretanto é necessário diferenciar as nossas idealizações e projeções da realidade que vivemos. Talvez o príncipe encantado ou a princesa encantada, que seria uma pessoa perfeita, com um estilo de vida luxuoso e que faz inúmeras promessas, não seja mais do que uma ilusão.

Na vida real, as pessoas dificilmente se apaixonam de uma hora para a outra, além de não construírem um relacionamento da noite para o dia. Elas precisam de tempo, conhecer amigos e familiares uma da outra, entender a rotina das parceiras e desenvolver intimidade aos poucos. Acima de tudo, é preciso ter paciência, compreensão e paciência.

Nenhuma das partes desafiadoras dos relacionamentos aparece nos filmes, nas séries ou nos contos de fadas, mas elas existem. Então não busque uma pessoa perfeita, que faz tudo que você quer.

Pelo contrário, busque uma pessoa real, que assume os próprios defeitos, que quer te conhecer de forma profunda e que busca o mesmo tipo de relação que você. Mas será que você pode encontrar algo assim nos aplicativos de relacionamento? Devemos usá-los?

Aplicativos de relacionamento: usar ou não?

Os aplicativos de relacionamento não devem ser encarados como vilões, nem como heróis. Eles são uma ferramenta para conhecer pessoas novas, que pode dar certo ou não. Infelizmente, as plataformas ainda não são completamente seguras e não há uma forma garantida de verificar a identidade de quem está por trás da tela.

Por esse motivo, é importante que os apps sejam utilizados com cuidado e com sabedoria. Antes de encontrar uma pessoa ao vivo, você pode conversar por bastante tempo com ela, para entender quem ela é, além das informações do perfil. Caso alguma informação pareça suspeita ou boa demais para ser verdade, peça uma segunda opinião.

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Também é fundamental marcar encontros em lugares públicos, nos quais você sinta segurança. Feito isso, durante a conversa, atenha-se ao que a pessoa está lhe dizendo, evitando enxergá-la a partir do que você quer que ela seja. Ainda é possível que esse indivíduo conte alguma mentira, mesmo fora dos apps, então não tenha medo de fazer mais perguntas se algo parecer estranho.

A partir do conteúdo apresentado, chegamos a uma conclusão importante. Enquanto não há uma forma de garantir que apenas pessoas bem-intencionadas utilizem os aplicativos de relacionamento, devemos manter os olhos bem abertos para identificar aquelas que oferecem algum risco para quem só quer viver um grande amor.

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