Autoconhecimento Comportamento Cura Reconectiva

Por um fio

Imagem de uma mulher olhando para o espelho, trazendo o conceito de olhar para si mesmo, sair do escuro da incerteza e ir para a luminosidade do recomeço.
Tyler Sherrington / Pexels / Canva
Escrito por Andrea Ralize

Por um fio, entre dores e silêncios, emerge o desejo de fuga e a negação do que pesa. No vazio, a palavra renasce como fio-condutor. A escrita e a cor desenham saídas, brechas, caminhos. No fim, um convite sutil: transformar o escuro em recomeço, com gestos simples e alma desperta.

“Estou por um fio. Não sei quanto tempo mais vou suportar. Estou por um fio para estourar as amarras que me unem a qualquer coisa que seja “real”. Procuro fingir que está tudo bem, mas dou voltas em torno de mim mesma e percebo que há espelhos refletindo a farsa.

Sinto a pele derretendo e se curvando. Não há brilho no olhar. Só dores musculares e mentais e emocionais.

A continuidade do ser não se mantém, escorre… lambuza-se nas desculpas malfeitas que eu mesma dou para não chegar perto da verdade.

Preciso conseguir uma fresta na pedra que se transformou o meu coração. Uma fresta de luz, mesmo que minúscula, mas uma que possa ser transformada em passagem de fuga.

Desacredito de quase todos. Ninguém mais é confiável. A palavra é usada para enganar e tem duração nenhuma. O que se diz não se escreve. O que se diz não se grava. O que se diz é impulso, é a língua da cobra sibilando lenta e premeditada.

Estou por um fio. O último. O derradeiro. Tentarei segurá-lo para usá-lo como pena de caneta… escrever… tecer um texto que possa virar ponte e me tirar daqui.”

Assim começou o dia… de repente me lembrei de que eu posso usar as palavras para me elevar. E foi isso o que fiz. Elevei-me com a caneta na mão e os lápis coloridos no entorno, pintando mandalas coloridas e revitalizadoras.

Imagem de um artista pintando uma linda mandala disposta sobre uma mesa.
Sedanur Kunuk / Pexels / Canva

O ato de escrita criativa e de pintura de mandalas pode ser curador, pois as ferramentas que podem penetrar o impenetrável, destravar os parafusos enferrujados da alma e, com um pouco de paciência, ser o princípio de um novo recomeço.

Vamos comigo escrever e pintar? Façamos desse combinado silencioso a fórmula mágica para sair do escuro da incerteza para a luminosidade do recomeço?

Eis meu convite…

Sobre o autor

Andrea Ralize

Escorpiana, professora de filosofia, revisora de textos, mãe de três seres de luz, praticante de yoga, estudante de Vedanta e, nas horas vagas, escritora de fragmentos da vida.

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E-mail: acralize@gmail.com