Autoconhecimento Psicoterapia

À procura da pessoa amada

pessoa amada

Vivemos um momento onde é  quase “natural” os anúncios de agências de matrimônio, os sites de encontros na Internet e casas noturnas lotadas de pessoas, serem formas de busca da cara metade ou da alma gêmea. Que busca é essa?

Faz parte do ser humano sentir-se querido, desejado e amado. Mas, quando se busca a pessoa ideal, na verdade está se procurando alguém que represente tudo aquilo que a própria pessoa é, inconscientemente, ou o que busca ser e não sabe, ou que nega ser sem perceber.

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Quando a pessoa encontra alguém que se “molda” a ela, acontece a paixão, aquele amor passional, capaz de fazer loucuras. A tendência é acontecer uma mistura, que acaba levando à despersonalização enquanto indivíduos. Não é à toa, que no auge de uma paixão, o casal vá para a lua-de-mel. Imagine-se vivendo dentro de uma lua, toda de mel. Impossível, não dá para se saber quem é quem.

Passado algum tempo, a pessoa começa a perceber que o príncipe – ou a princesa, já não está encantado, que não é mais do jeito que ela havia enxergado na primeira vez. Nesse processo de re-conhecimento, o casal tem a possibilidade de deixar de se ver no outro e realmente ver o outro do jeito que ele é. Essa é uma fase muito difícil em um relacionamento, pois se não houver amor, ficam apenas as críticas, cobranças e inseguranças, culminando muitas vezes em separação.

Mas como cultivar o amor?

É importante que a pessoa procure sempre se autoanalisar para não se confundir com o outro, o que nem sempre é fácil. Por isso, cultivar o amor próprio, respeitando as individualidades, é também cuidar do relacionamento. Conversar muito francamente sobre o que se sente, o que se pensa, colocar seu ponto de vista (mesmo que seja contrário ao que o outro pensa), saber ouvir, compartilhar, namorar, se deixar enamorar pelas pequenas coisas, procurar no outro o lado bom. É paciência, é compreender o que não está bom e não ter medo de ser feliz. Não é simplesmente, em um dia especial do ano, comprar um presente e entregar para a pessoa amada; é poder se conhecer através do outro para transmutar. É aprender se separar para conseguir caminhar junto.

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Por isso, encontrar a pessoa amada prontinha, sem se lapidar internamente, não é como ligar para um delivery.

Sobre o autor

Márcia Gonçalves Ferreira

Especialista em psicologia junguiana com abordagem corporal, pelo Sedes Sapientes, e especialista em obesidade e transtornos alimentares, pela FMUSP, inclusive com experiência em pacientes com bariátrica.

Atendimentos presenciais e online. Larga experiência em expatriados no Brasil e em diversos países. Atendimento de adultos e adolescentes.

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