Por mais que entendamos os significados das palavras é muito difícil não atribuir outros significados quando nos encontramos. Construímos sentidos para as palavras, mas também para os olhares, sorrisos, corpo. Comunicação é um processo complexo, mas não precisa ser rígido, seguindo regras ou coisas que aprendemos tentando descobrir como fazer.
Comunicar pode ser macio. Pode ser através do diálogo. Pode ser através do silêncio. De repente, pode ser desaprender tudo que aprendemos sobre isso.
Comunicar também é um processo de receptividade, além de habilidade. Estar receptivo é como estar em férias para alguém. É como se tivéssemos todo o tempo do mundo para o ser que está à nossa frente. Isso pode durar apenas alguns minutos, mas temos que estar receptivos. Podemos nos propor a cultivar o estar em férias para alguém, isto é, nos transformar em um oceano de receptividade. Um oceano com seus corais, botos coloridos, cavalos marinhos, golfinhos, tubarões, barqueiros, navios, farol. Luz.
Podemos, a partir desse estado, nos preparar para a comunicação. Afinal, quando iniciamos um diálogo, por exemplo, é um espaço de conexão. Quando desfrutamos do silêncio em companhia, também. Mas essa conexão pode ter mais chances de acontecer quando estamos em férias para alguém, quando somos oceano, quando estamos receptivos. Neste desafio de comunicar, o bom mesmo seria se estivéssemos em férias juntos.