Autoconhecimento Convivendo

Hoje é o melhor dia

Homem correndo em frente a um relógio gigante em uma parede.
123rf/konstantynov
Escrito por Lúcia Almeida

Eu tenho percebido e ouvido muitas pessoas comentarem sobre como o tempo está passando rápido. Eu particularmente tenho a mesma sensação, para mim o tempo não só corre como também voa.

Ampulheta com areia vermelha, e a maior parte de seu conteúdo ainda está na parte de cima.
Pexels/Pixabay

O dia de hoje parece que nem é percebido ou vivido na sua totalidade. Como disse muito bem o poeta e escritor brasileiro Mario Quintana no seu poema “O Tempo”:

“Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio…”

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Sim, a vida está a passar e escorrer por entre os dedos, deixando uma sensação de que eu poderia fazer algo mais, com mais capricho, com mais atenção, com mais calma. Parece que estamos em um terminal do metrô, em uma fila interminável e todos temos pressa, queremos entrar no vagão e vamos nos acotovelando, para enfim podermos adentrar e seguir viagem. Para onde? Não sei…

A ansiedade nunca esteve tão próxima, já se tornou uma velha conhecida e quando nos visita vem quase sempre acompanhada da angústia e da insônia. Temos de correr para o trabalho, terminar aquele relatório, bater as metas, pagar as contas, cuidar da casa, levar os filhos para a escola, não perder o ônibus, o avião, não esquecer de respirar, precisamos ter aquela roupa, ter aquele carro ou aquele celular que tira fotos maravilhosas. Vivemos na esperança de um futuro melhor, mas nos esquecemos de que é hoje que determina o futuro. Hoje é o melhor dia, pois é o dia em que estou vivendo, pois amanhã eu nem sei se estarei aqui. É no dia de hoje que eu decido se quero estar de bem com a vida, se vou me reconciliar com aquela pessoa que me magoou, se quero largar de algum vício que sei que só me faz mal, se vou me distanciar daquela pessoa que só me atrasa.

Nessa busca insana de ter, acabamos esquecendo do ser. Quem sou eu em meio ao caos? Mais um na multidão, sobrevivente da escravidão dos ponteiros do relógio, que me indicam que meu tempo está acabando, e que em breve eu serei só alguém que estive por aqui por um tempo e nada mais.

Relógio de parede quebrado, caído no chão, cheio de entulho metálico em volta.
Pixabay/Henry Nicholson

Refletindo sobre isso, entendi que sim, eu preciso cumprir alguns horários e correr em alguns momentos do meu dia, mas eu não preciso me tornar atleta das corridas. Eu preciso de um tempo para mim, para respirar, para me aquietar e para me recolher, nem que seja por alguns minutos. Eu tenho de me encontrar, me abraçar e dizer que eu sou uma pessoa bacana, que eu estou a cada dia me tornando melhor (e que hoje é o melhor dia). Nessas horas (ou minutos) eu me desligo da vida lá fora, esqueço das redes sociais, dos grupos de WhatsApp, do relógio, e me dou a chance de dizer que está tudo bem, e que, sim, o tempo está passando depressa, mas que aqui dentro de mim existe um espaço de conforto, de acolhimento e de calmaria, em que eu posso voltar e ficar o tempo que eu quiser.

Que o seu dia de hoje seja de acolhimento, tranquilidade e paz interior (apesar da correria).

Sobre o autor

Lúcia Almeida

Sou formada em Administração de Empresas, duas pós-graduações na área administrativa, revisora de textos, reikiana, e atualmente faço um curso de Psicanálise Integrativa. Sou colunista do site "O Segredo" e tenho duas páginas no Facebook e uma no Instagram com textos e poemas.

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