Autoconhecimento

O que você merece?

Mulher branca de óculos fechados e braços na cabeça.
Radu Florin / Unsplash
Escrito por Andrea Pavlo

Venho de uma família prática. Família totalmente feita de imigrantes. Meus avós chegaram ao Brasil fugidos da guerra que assolou a Europa, em busca de dias melhores e chances de trabalho. E trabalho foi o que encontraram.

Trabalharam na lavoura, na construção civil, nas famosas fábricas da época – os Matarazzo. Meu pai foi ajudante de pedreiro e até hoje não tem as digitais de tanto bater laje. Nós, crianças, tínhamos as nossas obrigações diárias. Aprendemos cedo a limpar a casa e a manter os estudos em dia. No final, a conta fechou. Deu tudo certo.

Tudo o que minha família conquistou em três gerações foi pelo trabalho e, principalmente, pela disciplina. Ninguém fala de frequentar grandes festas, de ter ido a shows históricos ou ter feitos grandes viagens. Permanecemos na disciplina, sempre dentro dos nossos limites.

E isso tudo é muito bom mas gerou um efeito colateral. A falta de senso de merecimento. Merecimento das pequenas coisas. Daquele café no meio da tarde, de um passeio, de uma viagem. Por muitos anos eu e minhas irmãs fomos as que queriam experimentar o mundo, e conseguimos, pelo menos um pouco, levar nossos pais. Mas, ainda assim, isso não é uma coisa fácil.

Merecemos porque trabalhamos. É assim, causa e efeito. O senso exagerado de merecimento é ruim, mas a falta dele também é. A falta nos faz mesquinhos, reclamões. E a ideia de que a vida é só trabalho nos deprime e nos desestimula. No final, acabamos merecendo só prazeres imediatos e danosos, que nem ao menos aproveitamos. Comer demais, sexo desenfreado, compras de coisas que não precisamos e nem ao menos queremos.

Mulher branca com os olhos fechados e cabeça levantada num campo.
Jackson David / Unsplash

Merecer é entender o ciclo da vida e do dia a dia. Entender que tudo bem comprar uma blusa cara – para os nossos parâmetros – se deixamos de comprar 20 blusas baratinhas nos últimos meses. Entender que existem sacrifícios, mas nos permitirmos indulgencias. Comemorar, de verdade, as nossas vitórias, os nossos esforços.

O merecimento está num café maravilhoso ou numa taça de vinho (mesmo aquele vinho do mercado). O merecimento é colocar o café numa bela xícara e o vinho numa linda taça. Merecimento é arrumar a mesa para sua refeição e fazer isso com as pessoas que você ama. Merecimento é passar 40 minutos na cama de manhã, num domingo preguiçoso, só para curtir o friozinho.

O merecimento também é um passeio de jatinho, almoçar no seu restaurante favorito e a viagem dos sonhos. Mas você nunca vai ter a viagem dos sonhos, se não se permitir merecer o óbvio, o pequeno. E pior, quando você não se dá o que merece, acaba dando isso para os outros, que nem merecem tanto assim. É um ciclo de recompensa que, se você não usa, outra pessoa pega.

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Vamos começar a trabalhar o nosso merecimento? Há tempo eu uso uma hastag no meu Instagram (@andreapavlo) mostrando os meus pequenos prêmios diários #eumereço. Use também. Publique seu merecimento e fale sobre isso. Explique que hoje você terminou uma tarefa importante e merece uma xícara de café e 20 minutos de descanso. Mas escolha o seu merecimento para não apenas repetir a preguiça. Disciplina também é se presentear e se amar todos os dias das nossas vidas.

Sobre o autor

Andrea Pavlo

Meu nome é Andrea Pavlo. E poder apresentar esse nome assim, parece fácil, mas não foi. Esse nome é fruto de muito autoconhecimento e autoanálise.

Fruto de duas faculdades e mais de mil horas de cursos, mentorias, vivencias e aprendizados. Fruto de muitos risos, muitas dores e muitos resultados. Sou uma espiritualista que aprendeu a servir. Servir ao outro com seus aprendizados. Apoiar mulheres a passarem por suas próprias dores.

Filha de pais narcisistas, passei a vida tentando entender a cabeça deles. Isso me ajudou a me apaixonar pela psicologia e por todas as ciências afins.

Filha de Iansã, devota de Santa Sara e neta da Dona Arlinda, trouxe uma
mediunidade temperada com clarividência, sonhos premonitórios e um dom de ler o inconsciente coletivo e pessoal. Dom que eu uso justamente para servir.

Apaixonada pela beleza da arte, da decoração e da moda, adoro transitar nesses pequenos grandes universos cheios de simbologias. Amante dos ensinamentos de Carl G Jung e seu entendimento do mundo, dos arquétipos milenares do tarot e por todas as formas de mistérios ocultos e especiais que considero o tempero especial da realidade.

Tentando manter os pés sempre no chão, o peso equilibrado e o humor em dia, esses são meus desafios eternos. Desafios que eu encaro com força e muita criatividade, além de uma xícara de café quente e um pão de queijo saindo do forno.

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