O objetivo não é procurar os culpados, mas começar uma faxina. Todo processo de cura é um processo de limpeza. Todo processo de cura é devolver para o Universo aquilo que não nos pertence. Nunca nos pertenceu! A raiva é um resposta emocional para eventos que vêm de fora, o medo é acionado por eventos vêm de fora, as culpas vieram de fora, as frustrações vieram de fora e assim por diante. A nossa imaturidade responde pela falta de recursos emocionais para processarmos de forma eficiente os eventos externos, assim problematizamos tudo. Criamos um programa emocional que é resultado de experiências ruins e frustrantes e nos identificamos com tanta intensidade com esse programa que perdemos toda a conexão com a realidade.
Está na hora de aprender que o que é nosso faz parte de nossa essência, jamais nos fará sofrer. O que é nosso é eterno, incontaminável, perfeito, enfim, tratase de nossa Centelha Divina, do nosso Self, do Cristo em nós, de Deus, do Pai, de Allah, seja lá qual for o nome que você queira usar. O que é nosso é Divino. O ego suja, o Self limpa e limpa com a dor, com o trabalho, com as experiências reencarnatórias de ajuste, enfim, todo desenvolvimento humano se articula em torno de um processo de limpeza e manifestação. O grande problema do ser humano é achar que ele é o lixo que carrega. O ser humano se identifica tanto com esse monturo de coisas inúteis que acumula, que a sua natureza se transforma no sofrimento e como nos ensinou o príncipe Sidharta, o sofrimento é a primeira Nobre Verdade.
Voltar à casa do Pai é isso, é retornar para a própria realidade, sair do inferno de ilusões que sempre encontrou aderência em nossa alma. Esse é o verdadeiro sentido da parábola do filho pródigo. Esse é o retorno daquele que estava morto e agora vive. Como na história, nós conhecemos o mundo, gastamos nossos recursos, experimentamos os prazeres terrenos e quando acordamos, estávamos em piores condições que os animais. Voltar à casa do Pai significa voltarse para dentro de si mesmo e busca desse paraíso perdido. Significa reencontrar-se com a única e eterna realidade.