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Quando autocuidado vira cobrança disfarçada

Imagem de fundo azul claro e, em destaque, uma mão segurando uma flor de Áster, trazendo o conceito de autocuidado com tudo e com você mesma.
Olena Svietlieisha / Canva
Escrito por Carla Marçal

Autocuidado não é cumprir uma lista ideal, mas se escutar com gentileza. Quando vira obrigação, perde o sentido. Cuidar de si é adaptar o cuidado ao momento, respeitar limites e escolher o que traz presença, mesmo que isso signifique apenas descansar.

Autocuidado é uma palavra que ganhou espaço rápido. Está em anúncios, redes sociais, embalagens de cosméticos e discursos terapêuticos. Em um mundo que adoece pelo excesso, cuidar de si virou quase um imperativo. A intenção parece boa, mas algo se perdeu no caminho.

Muita gente tem se sentido exausta por tentar cumprir uma rotina de autocuidado ideal. A meditação de manhã, o treino três vezes por semana, a alimentação balanceada, o skincare completo, o tempo longe do celular, o banho relaxante antes de dormir. O que poderia ser pausa e alívio vira mais uma exigência. Em vez de descanso, cobrança. Em vez de prazer, comparação.

É fácil esquecer que esse cuidado só faz sentido se estiver a serviço do bem-estar. Quando se transforma em mais uma meta a alcançar, com horários, padrões e fórmulas que não respeitam a vida real, ele deixa de acolher e começa a pesar. O corpo pode até estar parado, mas a mente continua em ritmo de cobrança.

A pressão por fazer tudo certo também vem de fora. O mercado soube traduzir o autocuidado em produtos, estratégias e imagens sedutoras. E, com isso, muita gente passou a acreditar que se cuidar é seguir um modelo. Mas a ideia de que existe um jeito certo de se cuidar cria frustração e distância da própria experiência.

O problema não está em fazer exercício, organizar a rotina ou buscar hábitos saudáveis. Está em viver tudo isso como uma obrigação, sem escutar o que realmente se sente ou precisa. Há momentos em que descansar é mais urgente do que planejar. E isso também é cuidado.

Para algumas mulheres, cuidar de si virou sinônimo de cumprir etapas. Mas quando a rotina vira rígida e inflexível, ela perde o sentido. Tem dias em que uma caminhada leve resolve. Em outros, a única coisa possível é se deitar por alguns minutos. E tudo bem. Não existe receita que funcione igual para todo mundo.

Imagem de uma mulher olhando para o espelho, trazendo o conceito de olhar para si mesmo e de autocuidado.
Tyler Sherrington / Pexels / Canva

O que está sendo chamado de autocuidado muitas vezes é só mais uma tentativa de controle. Uma forma de seguir funcionando em meio ao caos. Mas há uma diferença importante entre manter uma estrutura e se violentar em nome de um ideal.

Cuidar de si não é mais uma tarefa. É um jeito de se ouvir com mais gentileza. De reconhecer o que está presente agora. Isso pode incluir uma alimentação atenta, mas também pode ser pedir comida pronta sem culpa. Pode ser uma rotina de beleza, mas também pode ser dormir cedo. Pode ser falar sobre o que sente, mas também pode ser ficar em silêncio. O cuidado é plural e precisa ser adaptado ao que é possível naquele momento.

Se o que você chama de autocuidado está gerando mais estresse do que bem-estar, talvez seja hora de repensar. Às vezes, fazer menos também é uma forma de se proteger. Às vezes, não seguir o plano é o que o corpo está pedindo.

O cuidado começa quando a gente se permite sair do automático. Quando deixa de cumprir tarefas e começa a perceber o que realmente traz presença. E isso nem sempre é bonito, compartilhável ou produtivo. Mas pode ser profundamente reparador.

O que te ajuda a se sentir mais viva? O que te traz presença, mesmo em meio ao caos? Cuidar de si é encontrar essas respostas, não nas redes, nem nos manuais, mas em você mesma.

Sobre o autor

Carla Marçal

De uma carreira de destaque em grandes corporações à busca incansável por um propósito mais profundo, minha jornada de vida tem sido uma busca constante por significado e realização. Como psicóloga integrativa de formação, alcancei o sucesso profissional em níveis diretivos, acumulando todas as conquistas tradicionalmente associadas à felicidade.

No entanto, sempre senti que faltava algo, uma lacuna na minha busca pela plenitude. Paralelamente à minha carreira, mergulhei nos estudos do comportamento humano, obtendo formação como psicodramatista e aprofundando meu conhecimento em coaching, PNL, antroposofia e outras técnicas. Meu objetivo era claro: auxiliar indivíduos e organizações a prosperarem em processos de mudança, humanização e desenvolvimento pessoal e profissional. Mas ainda assim, algo essencial parecia escapar.

Em 2017, um diagnóstico de câncer de tireoide transformou minha vida de maneira profunda. Optei por um período sabático que se revelou um mergulho profundo em busca do meu verdadeiro propósito. Devorei livros, concluí cursos com diversos mentores e explorei todas as ferramentas disponíveis para desvendar meu destino. Foi nessa jornada de autoconhecimento que encontrei o ThetaHealing®, e minha vida deu um giro transcendental.

De cliente, me tornei terapeuta e instrutora oficial dessa incrível técnica. Além disso, obtive a certificação como operadora de mesa quântica estelar e mesa quântica estelar-pets, além de me tornar professora de MQE. Hoje, sou movida por uma paixão ardente pelo que faço, e vivo plenamente de acordo com meu verdadeiro propósito: espalhar luz, boas vibrações, alegria e energias positivas para ajudar pessoas e o planeta a desfrutar de uma vida plena e feliz.

Minha maior realização é auxiliar pessoas e animais a alcançarem a saúde mental, emocional e física que merecem. A transformação de vidas é a essência do meu trabalho, e estou dedicada a disseminar cura, amor e crescimento, proporcionando uma jornada de descoberta e renovação para todos aqueles que cruzam o meu caminho. Acredito que todos podem alcançar um estado de harmonia, e é isso que me impulsiona a continuar, cada dia, nessa incrível jornada de cura e evolução.

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