Doutrina Espírita Espiritualidade

Reflexões sobre a dualidade da vida

Escrito por Luiz Guimaraes

As atribulações do cotidiano dificultam que encontremos momentos de reflexão sobre as nossas vidas. Somos por essência Espírito, contudo fixamos as nossas atenções prioritariamente no corpo, já que é de fácil percepção. Essa visão quase que exclusiva para a vida material, afasta-nos daquilo que é eterno e, por conseguinte, mais importante: o Espírito. Não há como dissociar esses dois elementos que ao longo das nossas existências se completam.

Em João 6:63, temos: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida”, corroborando a nossa assertiva. Somente após o desencarne é que o espírito se liberta e, sendo imortal, segue sua caminhada em outra dimensão até que tenha uma nova oportunidade para retornar a uma nova vida corpórea.

Seria injusto de nossa parte entender que Deus, inteligência Suprema, desse-nos uma única vida e após a morte tudo acabasse… Como explicar a Justiça Divina quando aqueles que praticaram o mal de forma incessante teriam o mesmo direito e fim daqueles que se doaram na prática do bem, abdicando de seus interesses pessoais em cumprimento aos ensinamentos de Jesus? Quais seriam então os critérios para uns serem beneficiados e outros não? Se assim fosse, seria Deus justo? À luz da razão, essas perguntas já nasceram respondidas…

Referindo-se ao homem, o escritor Rodolfo Calligaris afirma no livro “As Leis Morais”, Cap. 28: “É verdade, sim, que o seu progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou, e daí porque prevalece em nossos dias, uma ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais, apenas para a prática do mal”.

Em se tratando do soerguimento moral, devemos atentar para os princípios que devem nortear as nossas condutas, a fim de que o Espírito alcance patamares elevados. Dentre elas, a prática da indulgência, do perdão, do amor e da caridade.

No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. VI, item 5, encontramos: “(…) Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo, os erros que nele se enraizaram são de origem humana, e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade!”, “(…) Orai e acreditai! Pois a morte é a ressurreição e a vida é a prova escolhida durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e se desenvolver, como o cedro”.

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Pela Lei do Progresso devemos seguir os preceitos ético-morais, pilares necessários para a nossa vida em sociedade. Quando vivenciarmos a fraternidade entre irmãos, estaremos no caminho da Luz deixado por Cristo, para que não nos desviemos do rumo da nossa estrada evolutiva… A menor distância entre um objetivo e sua concretização é o primeiro passo. 

Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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