No budismo Nitiren, ter uma fé e práticas — tanto em orações quanto em ações — de água corrente significa ser uma pessoa que nunca para diante das dificuldades e obstáculos. O fogo queima e naturalmente termina em algum momento. A água, enquanto percorre rios, oceanos lagos e mares, é infinita.
E Nitiren Daishonin também afirma o seguinte na escritura denominada “Resposta ao Lorde Ueno”:
“Atualmente, existem pessoas que têm fé no Sutra de Lótus. Entretanto alguns creem como chamas ardentes, enquanto outros, como água corrente. Quando os primeiros ouvem sobre o budismo, entusiasmam-se como o fogo, mas quando se afastam são dominados pela mente disposta a abandonar a fé. ‘Como água corrente’ significa crer continuamente sem nunca retroceder. Como o senhor frequentemente tem me visitado independentemente das circunstâncias, sua fé é comparável à água corrente. Quão digno de respeito!” (END, vol. 1, pág. 419.)
Sobre este trecho, Dr. Ikeda, pacifista budista ressalta:
“A analogia da prática da fé com “chamas ardentes” refere-se às pessoas que se entusiasmam com o budismo no início, mas logo esmorecem diante da realidade da vida diária.
Em contrapartida, a fé de “água corrente” caracteriza-se pela busca contínua do autoaprimoramento por meio da recitação diária do Gongyo e do Daimoku (orações budistas) e de ações para aplicar o poder da oração nas questões do cotidiano.
Portanto, a fé de “água corrente” é consolidada pelos desafios da vida diária e manifesta-se no empenho em resolver as questões pessoais, como relacionamento familiar, dificuldades econômicas ou profissionais, dedicando-se ao mesmo tempo às atividades do budismo na vida diária em prol da paz entre todos os seres.”
Logo, devemos adotar o comportamento de fé e ação de água corrente, que não para diante de nada, avançando e evoluindo ininterruptamente.