Convivendo

Uma nova era urge e vem num trem-bala

Mulher olhando através da janela com expressão de cansada e pensativa
Joshua/Unsplash
Escrito por Izabella Procópio

A rotina mudou bruscamente. O lar se tornou uma prisão com academia, “home office”, parque infantil, escola, universidade, restaurante, motel e “cantinho do pensamento” como castigo de anos por fecharmos os olhos para o mundo e para nós mesmos.

Tempo? É o que mais temos! Da sala pra cozinha são uns dez passos sem bate-boca no trânsito. Quem diria que até a “boia” deixaria de ser fria? O trabalho e o chefe chatos nunca fizeram tanta falta.

Famílias e casamentos passam por verdadeiras provas de fogo sem escapatória. É a hora do confrontar o não dito que embrulha seus estômagos e dói as suas cabeças.

Afiar a língua e colocar a sabedoria na mão serão inevitáveis como “bandeira branca” a ser erguida. Os dias da semana sumiram. Há domingos intermináveis. Já aquela segunda-feira safada partiu com mais de mil e deixou uma saudade tremenda. O abraço, o beijo e o toque viraram fontes de perigo. O virtual passou a ser o único contato e a distância pareceu fazer mais sentido.

Mulher deitada na cama enrolada na coberta e segurando seu celular
CZSHI/Unplash

O que diria Bauman agora se estivesse vivo? A hipocrisia ri e dança nua bem na nossa cara. Aproveitadores de plantão veem oportunidade de fama na desgraça. Likes e seguidores ainda continuam sendo as únicas moedas que parecem ter mais valor.

Mas onde está mesmo o valor pela vida do outro sem colherem nada em troca? Críticos não debatem, apenas rosnam e projetam suas sombras com “verdades absolutas” vindas de um ego fraco e insensato. No final, o pensar no próprio rabo é o que melhor lhe cabe.

Enfermeira andando pelo corredor do hospital
Hursh/unsplash

Trabalhadores que geram serviços essenciais para a nossa vida (muitas vezes até desprezados e invisíveis), fizeram saltar nossos olhos com admiração e respeito.

“Ô, cheio dos títulos! Pisa no chão, meu filho! Porque função e competência têm mais importância do que arrecadar inúmeras medalhas de diplomas!” E os idosos? Todo o foco se voltou pra eles. O que isso pode sinalizar dentro de uma sociedade que só vê os mais jovens como úteis e de relevância?

Religiões, santos, orações, rezas, meditações, tudo passou a ser bem-vindo. Afinal, as boas intenções que vêm do coração são as mesmas. Pra quê briga de egos num mundo de um só Deus? Chega, não é mesmo?

Duas pessoas de mãos dadas
Nani Chavez/Unsplash

E cá estou na minha cama pra descansar um corpo nada cansado com a lentidão do ritmo atual. Olho para as estrelas da minha janela (sim, durmo e acordo admirando o céu. Minha janela não usa roupa, pois gosto da claridade da lua e do sol iluminando a minha vida) e penso que uma nova era urge e vem num trem-bala.

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O que eu almejo? Uma coragem gigante para uma sociedade ainda muito frágil, união em meio às diferenças, autocontrole por amor a si mesmos e ao próximo, paciência com as dificuldades e sabedoria para compreender a realidade que nunca foi vista. Pra mim? O que quero pra mim? Talvez um teto de céu pra eu apreciar pra sempre com esperança o quão incrível o Universo é! Gratidão Deus por tudo!

Sobre o autor

Izabella Procópio

-Bacharelado em Enfermagem pela UFAL
- Professional Self Coaching com titulações internacionais, Certificações pelos cursos de Coaching Ericksoniano, Master Coach e de Pós-Graduação em Psicologia Positiva, pelo Instituto Brasileiro de Coaching - IBC;
- Hipnoterapeuta Ericksoniana pelo ACT Institute, com o Dr. Paul Adler;
- Jornalista especialista em comunicação corporativa, pela empresa MEGA+;
- Palestrante e criadora do projeto "As 8 chaves para abrir o coração";
- Escritora desde sempre.

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