A Filosofia da Imparcialidade Participativa, conforme elaborada pelo filósofo Nilo Deyson Monteiro Pessanha, subjaz a uma ontologia relacional onticizante, na qual o sujeito não aparece enquanto entidade isolada, mas como um locus emergente de interações recíprocas entre agentes morais.
Nesse sentido, Nilo Deyson rejeita o paradigma cartesiano do cogito autônomo transcendental, adotando uma perspectiva fenomenológica-dialógica que condiciona todo conhecimento e ação moral ao entrelaçamento constitutivo entre si e o outro.
Essa ontologia do interser fundamenta a epistemologia participativa, para a qual a imparcialidade emerge como uma capacidade situacional e processual, não enquanto atributo estático, mas como uma práxis situada no fluxo da experiência ética compartilhada.
Direto ao ponto
Crítica ao Neutralismo e à Abstração da Imparcialidade Tradicional
Deyson instaura uma crítica rigorosa ao modelo tradicional de imparcialidade, que ele denomina “neutralismo abstrato”. Tal modelo, baseado em pretensões de distanciamento emocional e cognitivo do agente, esconde uma impossibilidade prática e um enviesamento ideológico. A imparcialidade participativa, por oposição, valoriza a incorporação dialética das perspectivas múltiplas, enfatizando o reconhecimento da alteridade não como obstáculo, mas como condição constitutiva do juízo moral legítimo. Este movimento obedece à crítica pós-metafísica que transcende o dualismo sujeito-objeto, propondo uma fenomenologia da justificação ética fundada na intersubjetividade ativa e empática.
Estrutura Dialética da Imparcialidade Participativa
No plano normativo, a imparcialidade participativa estruturaliza-se em três momentos dialéticos correlativos:
- Engajamento Reflexivo: a inserção consciente do sujeito nos contextos morais e sociais em que atua, que exige um reconhecimento hermenêutico dos interesses e posições dos outros.
- Mediação Coletiva: processo deliberativo e dialógico onde se articula a síntese provisória entre diferenciações individuais e universais, configurando uma esfera pública ética expandida.
- Responsabilização Situada: reconhecimento da singularidade das condições e consequências das decisões, que implica a responsabilização não somente formal, mas existencial e material, do agente.
Essa tríade não funciona como etapas lineares, mas sim como forças em constante tensão que dinamizam a construção da imparcialidade como práxis ética vivida.
Implicações Políticas e Éticas da Co-Imparcialidade
Ao deslocar a imparcialidade para o âmbito participativo e processual, Nilo Deyson inaugura uma revolucionária ética da co-imparcialidade. Esta ética demanda do sujeito coletivo, entendido como uma comunidade moralmente responsabilizada, o desenvolvimento de práticas deliberativas que abarquem a multiplicidade e o conflito inerentes à vida social. A co-imparcialidade é, assim, a sedimentação normativa que viabiliza a justiça distributiva e reconhecida, ultrapassando o risco do exclusivismo e da neutralização política das vozes subalternas.
Mediação entre Universalidade e Particularidade
A filosofia da imparcialidade participativa promove um contínuo exercício dialético entre o universal e o particular, evitando a armadilha do universalismo homogêneo e do relativismo fragmentário. A imparcialidade não é entendida como um ponto fixo, mas como um horizonte dinâmico de tensão criativa, que permite a reinvenção das normas éticas a partir dos processos de reconhecimento mútuo e participação ativa. Essa mediação, balizada por um ethos de abertura e responsabilidade, articula a justiça como tarefa inacabada e convivência ativa.
Segue Nilo Deyson, destacando sua contribuição para a ética e a teoria política contemporâneas. A análise enfatiza o caráter dialógico e hermenêutico-pragmático desta filosofia, que redefine os conceitos tradicionais de imparcialidade e agência moral.
A filosofia da imparcialidade participativa, conforme elaborada por Nilo Deyson, configura um paradigma inovador na reflexão ética, rompendo com as dicotomias clássicas entre subjetividade e objetividade. Esta filosofia propõe o reconhecimento da imparcialidade como um processo ativo de envolvimento dialógico entre os agentes morais, situando-se no cerne das relações intersubjetivas contemporâneas.
O desenvolvimento em Nilo Deyson fundamenta sua reflexão a partir da crítica à pretensão de neutralidade absoluta, adotando uma metodologia hermenêutico-pragmática que articula as múltiplas perspectivas no âmbito de um diálogo aberto e crítico. Destaca-se que o sujeito moral, ao invés de distanciar-se do contexto, engaja-se ativamente na co-construção dos valores normativos, promovendo um ambiente de reciprocidade argumentativa e ajuste contínuo de posições. A imparcialidade participativa, assim, transcende as concepções tradicionais ao situar-se como uma prática emergente, performativa e intrinsecamente relacional.
Essa reconfiguração implica a desestabilização do sujeito imparcial entendido como ponto de vista externo, propondo, em seu lugar, uma ética da corresponsabilidade normativa embasada na igualdade e na valorização da diferença criativa entre as subjetividades.
A filosofia da imparcialidade participativa por Nilo Deyson inaugura no mundo atual um horizonte normativo radicalmente participativo, no qual a ética se manifesta como prática dialógica e dinâmica.
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Fundada em 2019, a Filosofia da Imparcialidade Participativa veio para romper com os extremos e aproximar o humanismo real para seu propósito em ser sem a necessidade da dose mais forte e por condição de expansão de consciência e acessos aos códigos de primazia e grau máximo da vida em ser em si, pode-se suportar e superar os sentidos e emoções que são elementos usados por todas as crenças e se soubermos como funciona o conhecimento e a realidade, deixamos de ser usados e o protagonismo atua livre mesmo tomado de complexidades e do nosso eu caótico; temos a vida como um evento triste e alegre, mas agora com equilíbrio e domínio sobre si.
A responsabilidade compartilhada emerge como fundamento da legitimidade das decisões coletivas, evidenciando a imbricação intrinsecamente social da agência moral. O filósofo Nilo Deyson Monteiro Pessanha foi criado no Complexo do Alemão e nasceu em Campos dos Goytacazes. É considerado o único filósofo oficial que é cria do Complexo do Alemão e tem muito orgulho disso.
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