E de repente você não está… E de repente não sei onde você está agora. E não há nada que eu possa fazer para mudar isso, ainda que ambos o quiséssemos.
Nem eu nem você podemos mudar este rompimento que se fez, independente de nós, permanente e irreversível.
As lágrimas irrompem ou se interrompem sem que eu as controle.
As lembranças dos bons e dos maus momentos se intercalam e eu não as reprimo. Nem procuro. Deixo-as fluir.
Não tento compreender nem interpretar coisa alguma.
As nuvens na estrada se mostram espessas pela janela em movimento.
Meus olhos se perdem na imensidão do azul e passeiam por elas sem buscar formas, mas elas vão se mostrando e resgatando momentos… Dois olhos de brilho inconfundível e profundos sobre o fundo azul encontram os meus desprevenidos.
Olho a hora, sei que no próximo minuto o último resquício de contato físico se esvai… Nossos corpos distantes – o meu latente, doente pela dor… O seu já frio, tão longe de qualquer chegar.
Cada momento sentido, cada palavra escutada, cada sofrer compartilhado… quase tocado, de tão perto. Eu estava lá?… E você? Estaria lá ainda que eu pudesse estar?
“Just when I needed you most”, canta o som que chega aos meus ouvidos. As lágrimas seguem seu curso salgando a boca e apertando o peito.
Amargam por dentro a inutilidade do que poderia ter sido, do que não se fez… Por culpa de quem? Por causa de que? O que importa agora?
Nada a fazer a não ser esperar por uma resposta, por um sorriso num sonho, numa visita no meio da noite, sei lá…
Fantasias, esperança de desesperançado na tentativa de acreditar em algo, em energias que não se perdem, que se comunicam, que se fazem ouvir.
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O mais forte da dor é olhar para o hoje e só sentir o vazio… Pensar no amanhã e não encontrar porquês para se estar nele…
Olhar para ontem e sofrer a dor de não tê-lo feito como devia. E é tão somente o que me resta!
