Tratam-se de indivíduos que têm medo de serem rejeitados, por parceiros, amigos ou grupo de amigos, experimentando um sentimento de intenso abandono e desespero ao acreditar, de forma real ou imaginária, que esses parceira(o)s, amigos ou grupo de amigos podem ser perdidos ou se afastarem por qualquer motivo, associado a um medo intenso de não ser gostado, além de uma desconfiança (sem clara razão) de que nas relações será prejudicado de alguma maneira, sendo magoado, enganado ou desprezado.
Alguma insegurança todo mundo tem, mas se esses sentimentos interferem de modo significativo na vida desses indivíduos, dificultando formar/manter vínculos seguros e satisfatórios, pois suas necessidades de estabilidade, segurança, cuidado, amor e pertencimento, não são adequadamente atendidas, adicionado ao medo de ficar sozinho… É… Esses indivíduos estão sofrendo, e a vida não precisa ser assim…
Esse sofrimento pode ser decorrência de prováveis situações desagradáveis/traumáticas vivenciadas no passado, das quais não foram adequadamente elaboradas naquele momento, tais como (resumidamente abordando):
- Divórcio ou morte dos pais;
- Família instável, fria, abusiva e rejeitadora;
- Violência doméstica na infância;
- Bullying severo cometido por pessoas de significância para a criança, tal como pais, avos, irmãos ou professores;
- Traumas, acidentes, internações e cirurgias precoces podem reforçar o quadro.
A percepção da criança (real ou imaginária) de ter suas necessidades de provisão, cuidado, segurança e reconhecimento, não atendidas e sem entendimento das respectivas causas dessa negação, essa criança desenvolve um vazio emocional angustiante e buscará preenchê-lo com os relacionamentos no decorrer da vida.
Se esses indivíduos se derem conta de que se trata de uma busca infrutífera, pois outros jamais poderão preencher um vazio que desconhecem, e que essa busca estéril está impactando negativamente na sua vida, nas relações e nas pessoas próximas, aceitando que é um problema e que necessita solução, já é meio caminho andado!
Partindo das prováveis causas, baseado no histórico e respectivas percepções/emoções desses indivíduos, sozinhos (muito trabalhoso, muito sofrido e muito lento) ou com ajuda de um profissional (menos trabalhoso, menos sofrido e menos lento), visita-se detalhadamente o passado e respectivas percepções/emoções para ressignificar os acontecimentos desagradáveis que vivenciou. A compreensão, aceitação das limitações e imperfeições humanas, são as chaves para a reconciliação e ressignificação dessas situações e consequente minimização das angústias.
Como mencionado, trata-se de um processo de autoconhecimento e não há prazo definido para conclusão, pois cada um tem o seu tempo.
Este artigo não tem a pretensão de se esgotar o assunto, mas apenas mostrar uma luz para as pessoas que se percebem nessa situação e que sentem necessidade de mudança.