Solidão. Nem todo mundo lida bem com essa palavra, que vem com uma carga emocional muito grande e, às vezes, muito triste, especialmente quando vem acompanhada de outra: abandono. Essas palavrinhas combinadas, solidão por abandono, são verdadeiros pesadelos para muita gente.
E o medo do abandono pode causar muitos problemas ruins, de sintomas físicos a comportamentos como autossabotagem, ciúme, entre outros. É importante entender o que é o tal medo do abandono e de que maneira podemos lidar com ele, especialmente em relacionamentos amorosos.
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O que é medo do abandono?
O medo do abandono não é um transtorno psicológico, mas pode desenvolver doenças como depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico. Em poucas palavras, o medo do abandono é uma preocupação demasiada de ser abandonado, seja pela família, pelos amigos ou, principalmente, pelo parceiro numa relação amorosa.
As causas do medo do abandono são diversas e não seguem padrão. Há pessoas que temem o abandono por já terem passado por traumas parecidos e por temerem que isso aconteça de novo; há aquelas que não se imaginam sozinhas; há aquelas que se sentem dependentes de outras pessoas… Enfim, os motivos são muito individuais.
Podemos ver alguns exemplos disso em pessoas que passaram por términos de relacionamento causados por traições e, daí em diante, passam a achar que qualquer relação vai terminar assim, então têm ciúme excessivo de seus parceiros, além de baixa autoestima e sentimento de rejeição.
O mesmo pode acontecer com crianças que foram abandonadas pelos pais ou que cresceram temendo a rejeição dos adultos à sua volta, então se acostumaram a tentar agradar o tempo todo, caso contrário seriam abandonadas ou rejeitadas.
As consequências do medo do abandono
Há muitos “sintomas” do medo do abandono, que também podem ser considerados consequências desse estado mental que pode ser uma imensa agonia. Sentir medo é ruim, não é? Imagine sentir isso na maior parte do seu dia e até mesmo da sua vida… Pode ser uma angústia que parece não ter fim.
A principal consequência do medo do abandono é que ele tira da pessoa a capacidade de tomar decisões que sejam melhores para si, porque, no fim das contas, ela está sempre pensando no outro e no que o outro vai fazer e sentir a partir do que ela decidiu.
Um exemplo: uma pessoa bastante insegura e ciumenta recebe uma proposta para trabalhar por dois meses em outra cidade. Como ela vai decidir se aceitar a proposta é mesmo o melhor para sua carreira se há o medo de ser trocada/abandonada pelo parceiro no tempo em que estiverem distantes?
Outros comportamentos comuns em pessoas com medo do abandono são raiva, ciúme, sensação de apreensão, isolamento emocional e social e ansiedade. Entre os sintomas físicos estão suores excessivos, tremores, náuseas, desconfortos gastrointestinais, taquicardia, náuseas, dores de cabeça e dificuldade de respirar.
Como lidar com o medo do abandono?
- Investigar as causas
O que causa o seu medo do abandono? É insegurança, trauma, baixa autoestima ou medo de ficar sozinho? Entender a origem desse seu medo de ser abandonado é essencial para tratá-lo, porque é a partir disso que você vai compreender por que está sofrendo com isso e o que precisa fazer para combater essa sensação angustiante.
Tratar apenas os sintomas ou as situações pontuais não vai ajudá-lo a vencer plenamente esse problema que pode ter raízes muito profundas, tão profundas que não estão à vista facilmente.
- Fazer terapia
Fazer reflexões consigo mesmo é fundamental para entender a origem do seu medo do abandono, mas nem sempre é possível que consigamos nos analisar plenamente. É como escrever um texto e achar que ficou incrível, mas entregar para outra pessoa ler e perceber que há muito a ser melhorado.
Como não podemos nos “ver de fora”, ajuda profissional pode ser fundamental para cuidar disso, e é aí que entra a terapia, que vai te ajudar a ir a fundo no seu medo do abandono, entendendo como ele começou, por que acontece e o que pode ser feito para evitar os impactos dele na sua vida.
- Confiar em si
Muita gente sofre com medo de abandono por não conhecer o seu próprio valor e, a partir disso, confiar em si. Quando não valorizamos nossas qualidades e supervalorizamos as qualidades do outro, vêm a insegurança, a baixa autoestima e, por exemplo, a ideia de que nosso parceiro vai nos trocar por alguém melhor.
Quando você entende quem você é, quais são suas qualidades, suas boas características e no que pode melhorar, entende que é uma pessoa com muito valor, e aí o medo de ser deixada de lado ou trocada é diminuído drasticamente.
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- Gostar da sua presença
O pavor de ser deixado sozinho também causa o medo do abandono em muita gente. Por isso é essencial que encontremos hobbies, atividades e prazeres que incluam somente a nossa presença, porque assim some um pouco do medo de ser deixado sozinho, já que estar sozinho pode ser muito bom.
Vivemos em uma sociedade na qual ir ao cinema ou a um show sozinho, por exemplo, pode ser absurdo, bem como sair para jantar em um lugar legal curtindo somente sua presença. Quebre esse preconceito e aprenda a valorizar a sua solidão, transformando-a em solitude, isto é, em prazer de estar só.
- Conversar abertamente
Se você está, por exemplo, sentindo ciúme do seu parceiro ou pensando que ele vai trocá-la por outra pessoa, que tal conversar abertamente com ele? Diálogo é fundamental em qualquer relacionamento saudável e, se houver amor, em vez de te culpar ou te ofender de “louca”, ele vai te acolher e afastar os seus medos.
Se você sente que não tem abertura para isso, como num relacionamento abusivo ou em uma relação com pais tóxicos, procurar ajuda terapêutica para entender o que fazer a partir disso é uma ótima ideia.
- Evitar culpar o outro
Sim, algumas vezes nossa insegurança vêm de atitudes do outro, mas na maior parte das vezes vêm das nossas paranoias e medos que já cultivamos dentro de nós, por isso é essencial evitar culpar o outro por causa daquilo pelo qual ele não tem culpa. Se algo te causou ciúme, mas você sabe que o parceiro não fez por mal, evite a raiva.
Para evitar brigas, desentendimentos e outras confusões causadas por insegurança, voltamos na dica anterior: converse! Mas converse com calma, afeto e amor, não com gritos, acusações e raiva.
- Relacionar-se com responsabilidade afetiva
Se você sente que o seu medo do abandono não é uma coisa da sua cabeça, se ele é incentivado por atitudes pouco responsáveis do seu parceiro, dos seus amigos e da sua família, por exemplo, talvez o melhor seja encerrar a relação ou se afastar, caso não seja possível colocar um ponto final.
Uma coisa é o medo do abandono causado por traumas, baixa autoestima, insegurança e por aí vai; outra coisa é o medo do abandono que é consequência de atitudes irresponsáveis de outras pessoas. Saiba o momento certo de sair, quando for necessário.
- Abandonar a necessidade de controle
Quando sentimos que estamos no controle de tudo, o medo do abandono fica maior. Então nos esforçamos mais para que o nosso parceiro se interesse por nós, para que os nossos amigos gostem de nós ou para que os nossos pais tenham orgulho de quem somos, por exemplo.
Mas nada disso — o amor do seu parceiro, a amizade dos seus amigos e o orgulho dos seus pais — está sob o seu controle. Quanta gente incrível foi abandonada pelo parceiro? Quantos filhos sensacionais são maltratados pelos pais? Quantas pessoas ótimas vivem com poucos ou nenhum amigo? Evite tentar controlar o que não pode ser controlado. Seja você! Quem tiver de ficar vai ficar por vontade própria.
Agora que você já entendeu o que é o medo do abandono, quais são suas consequências e de que maneira ele pode ser tratado, busque promover as mudanças necessárias na sua vida para que ele não atrapalhe as suas relações e a pessoa incrível que você tem todo o potencial do mundo para ser!
