Autoconhecimento Filosofia

Autêntico pessimismo trágico

Paisagem mostrando o Sol escondido ao longe. Metade da imagem está obscurecida.
Jack Ward / Unsplash

“Como aceitar com alegria a vida, se ela própria por si só não se reconhece por pertencimento, vive antes a procurar por algo fora dela?”

A vida é uma tragédia!

Ela se perde desde o seu surgimento.
O tempo que a vida existe é o mesmo tempo em que ela acha perdida, sem um lugar próprio de pronta aceitação, vive vagando, buscando, se condicionando para ser aceita.

A vida é uma tragédia por ser complexa, difícil e cheia de possibilidades. Contudo, todos estão condenados à liberdade, logo, estão aptos a estragarem suas vidas como quiserem. A vida não se resume aos condicionamentos sociais, religiosos e políticos; antes, ela por si só não se resume, pelo contrário, inconsciente ou consciente, ela avança pela curiosidade, pela energia espiritual, pela dose mais forte, em direção ao inédito que lhe será peculiar na revelação do novo, daquilo que é o novo.

Muitas vidas se perderam, se suicidaram, enfim, não suportaram o próprio espírito natural, autêntico, livre diante da imensidão do nada.

A vida seria, portanto, o ser, enquanto o universo seria o nada. Logo, o ser diante do nada, não tendo uma estrutura espiritual e intelectual, não suporta a dor da liberdade.

É trágico a existência, por diversos fatores; inclusive, se a capacidade de suportar o vazio for deficiente no sentido estrutural, logo surgirá a depressão, os sentimentos e o pavor pela existência. Isso é outro assunto, onde poderemos desenvolver em outro artigo.

A vida não pode ser definida, sendo ela tão somente aquilo que cada pessoa se define como isso ou aquilo. Não adianta fugir da imensidão do universo vazio, no espaço-tempo onde acontece o agora. É inevitável a vida passar pelas angústias, pelos pensamentos ruins, pelos sentimentos bons e ruins, tudo é extremamente oscilante, movimento, complexo e difícil. No decorrer da carreira de vida na superfície da terra, ocorre a formação do sujeito em sociedade, na qual é condicionado aos meios sociais aos quais viverá. Logo, ele, por rótulos, se denomina ser uma coisa sem, contudo, saber que não, ele não é aquilo que aprendeu a ser. Isso também é outro assunto que segue outra estrada que poderemos desenvolver em outro momento.

Você pensa coisas muito feias para uma sociedade conservadora. Seus pensamentos te fazem se calar pelo fato de sua consciência te acusar. Você é vida, vive, portanto, me dirigi à vida citando você, pois é exatamente você que é preconceituoso em relação aos temas indizíveis pelo fato de ter que manter o bom senso e manter-se aceito nas convenções coletivas e sociais. O ser que vive é trágico, pois pensa em sexo durante muitos anos e horas da vida, logo, vive a fantasiar cenários e coisas que nunca aconteceram ou acontecerão. Também o ser que vive, pensa, através dos recursos das experiências, que sua bagagem garante a verdade absoluta sobre suas crenças, no entanto, de verdade, grande parte das crendices são captadas pelo ouvir, e não pelo pesquisar profundamente. Logo, muitas crenças são puras no sentido da fé, porém falsas, no sentido histórico dos acontecimentos que, quando escritos, foram, talvez, totalmente ou parcialmente adulterados. Neste sentido, Deus não existiria, seria mitologia pura, seria pura literatura, poesia.

Mulher de costas, em pé sobre uma superfície rochosa, olhando para o mar. O céu está coberto por nuvens e a foto é acinzentada.
Isaac Burke / Unsplash

O que é a vida?

Uma tragédia! Estávamos em silêncio fora da existência, até que uma força maior, uma energia cósmica no universo ou o acaso, nos trouxe a existência da vida, sem, contudo, não nos oferecer uma companhia de verdade. Cruel realidade da vida neste teatro, onde debaixo do sol tudo é vaidade. Um mundo organizado, onde os pobres não podem ter acesso aos conhecimentos. Uma divisória total entre classes sociais, onde os sistemas montam quem pode encontrar quem. Onde esse sistema dita quem pode ter o acesso ao conhecimento e quem deverá ser massa de manobra. Criaram, desde sempre, estruturas fortíssimas em todos os países para controlar o ser diante do nada. Contrato social, limitações, propriedade privada, informações e alianças entre outros, tudo para dominar a polis. No entanto, todos estão condenados a liberdade, ao sentimento da angústia, pois tudo em todos os meios sociais são caminhos para a tragédia do estragar a vida como quiser.

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Existe quem estrague a vida na religião, outros, nas baladas, outros, em estudos e sacerdócios acadêmicos, outros tantos na mediocridade sem propósito, sem falar de outras ramificações da vida.

Enfim, essa vida é sem graça!

Esperar a outra vida pós-morte para ser feliz? Isso é a negação dessa vida ou seria negociar sua vida dando seu dinheiro aos pastores que te enganam? Assistam no YouTube o canal teologia reversa e tenham acesso a documentos oficiais sobre adulterações e coisas que jamais aconteceram na bíblia. A vida é uma tragédia por não ser um mar de rosas ou por sermos limitados a ficar buscando a dose mais forte após alcançar um desejo? Prefiro permanecer sendo um super-homem além do bem e do mal, imparcial, pronto para participar, sorrir, partir, pois sei, nada, absolutamente nada me faz perder nada, porquanto que nenhuma coisa boa torna seu possuidor feliz, a menos que sua mente esteja habituada à possibilidade de perda.

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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