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Cansaço, desânimo, sono e preguiça: esses podem ser sinais de depressão

Mulher sentada no chão em posição fetal, cobrindo a cabeça com os braços.
Stanislaw Mikulski / Shutterstock
Escrito por Ana Rubia

O cansaço e o desânimo costumam aparecer em diversos momentos da nossa rotina, ou seja, todas as pessoas já sentiram aquela preguiça ao começar mais uma segunda-feira ou antes de uma tarefa difícil. A fadiga emocional é algo de que você já deve ter ouvido falar e que tem sido cada vez mais comum perceber ao nosso redor.

É só cansaço ou eu estou doente?

Sono e preguiça constantes podem ser sinais de diversas doenças, como anemia, diabetes e até mesmo depressão. Em alguns momentos da nossa vida, nós nos vemos muito atarefados e com pouco tempo para descansar e cuidar de nós mesmos, e isso é normal. Porém, essa correria e tal sobrecarga devem ser uma exceção esporádica — e não uma regra ou um costume na nossa vida. É importante considerar o contexto e a rotina em que estamos inseridos, para entender o que nosso corpo está nos comunicando. Faça uma reflexão sobre como essas sensações e esses sentimentos aparecem, e esteja atento aos sinais.

  • Eu me sinto cansado e com sono mesmo após uma boa noite de sono?
  • Sinto fadiga mesmo sem me exercitar ou ao executar tarefas comuns da rotina?
  • Sinto preguiça constante e procrastino mesmo as tarefas mais simples e rápidas?
  • Eu me sinto desanimado só para as tarefas que considero chatas ou também para coisas de que anteriormente eu gostava bastante?
  • Pensar em lazer ativo e em diversão me deixa com preguiça?

Caso você tenha respondido sim para a maioria das perguntas, vale a pena parar por alguns minutos e ler o restante deste material. Sentir sono, preguiça, cansaço e desânimo o tempo todo não é normal! Qualidade de vida e saúde são uma possibilidade para todos!

Mulher asiática com semblante triste. Ela está sentada no canto do sofá, abraçando os próprios joelhos, com a cabeça encostada na janela, olhando para fora.
panitanphoto / Shutterstock

O que é a depressão?

A depressão é um transtorno que se caracteriza por alterações de humor, que geralmente são tristeza profunda e recorrente, acompanhada da perda de interesses e de vontades de forma generalizada. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão é o mal do século, e os seus números de casos, pelo Brasil e pelo mundo, são assustadoramente altos.

Mesmo no contexto atual e na incidência de casos constatados, ainda vemos a depressão como um assunto tabu. Geralmente, a depressão vem associada à ideia de doença mental e perturbação, e é muito importante ter um olhar mais aberto e acolhedor para esse assunto. Lucas Formoso, psicólogo da Terapize – Terapia Online, explica: “Além de uma doença, a depressão é um estado emocional que nos obriga a sentir tudo aquilo que nós nos proibimos de sentir e que não compreendemos bem. Entretanto, tais sensações ocorrem de forma violenta, e é importante lembrar que, onde existe a depressão, há também um convite para nos olharmos de um modo mais profundo.”

Como diferenciar desânimo e preguiça de depressão?

O desânimo e a preguiça não são considerados doenças, e é normal que apareçam em alguns momentos da nossa rotina. Após fazer esforços físicos ou grandes tarefas, é normal se sentir cansado. Também é normal sentir desânimo e falta de interesse antes de fazer alguma tarefa que você considera chata ou tediosa.

No entanto, se, além disso, você se percebe desanimado ou com preguiça quando pensa em fazer seu passeio favorito, visitar um amigo de que você goste muito ou realizar qualquer atividade que em outros tempos deixaria você muito empolgado, talvez seja o caso de ter um olhar mais cuidadoso para tudo o que você está sentindo e para como vem lidando com suas emoções.

Na depressão, além das mudanças de humor, podem acontecer alterações no sono, no apetite, na memória, nos pensamentos e nas emoções. Tudo isso pode interferir em atividades rotineiras, como nos estudos, no trabalho, nos relacionamentos e nos planos para o futuro.

Quais são os sinais e sintomas da depressão?

A depressão pode ser entendida como uma doença silenciosa, pois a forma como o paciente passa a enxergar o mundo e suas possibilidades é bastante pessimista e desesperançosa, e dificilmente inclui a ideia de pedir ou de buscar ajuda.

Mulher loira deitada na cama com semblante triste.
Gladskikh Tatiana / Shutterstock

Os principais sintomas são:

  • humor deprimido;
  • cansaço físico e mental constante;
  • falta de força para realizar tarefas;
  • falta de interesse;
  • apatia;
  • sentimento de culpa;
  • desesperança;
  • choro excessivo;
  • isolamento social;
  • insônia;
  • perda de apetite;
  • perda ou ganho de peso acelerados;
  • baixa autoestima;
  • irritabilidade;
  • falta de concentração;
  • ansiedade;
  • angústia;
  • automutilação.

A depressão pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade ou fase da vida, entretanto, nem todos os que convivem com a doença irão viver todos os sintomas que ela traz. É importante considerar que cada um reage de uma forma, e o quadro de sintomas e o tempo que eles perduram podem variar de pessoa para pessoa.

Como lidar com a depressão?

Lidar com um transtorno de humor depressivo ou conviver com alguém que está passando por isso é bem complicado, mas existem formas e ferramentas que podem auxiliar, tornando um pouco mais leve esse percurso.

O psicólogo Lucas Formoso, da plataforma Terapize – Terapia online, ressalta o quanto é importante buscar ajuda nesse momento: “Se possível, tenha uma rede de apoio para conversar de forma franca, falando como se sente. Termos pessoas de confiança, termos com quem falar, nos permite construir um contraponto a falas e pensamentos depreciativos que costumam aparecer quando nos sentimos assim. Entenda que a depressão é um momento e não quem você é: ela é uma vírgula, se comparada com toda a sua história. A depressão não é maior do que você — você é maior do que a depressão.”

5 dicas para lidar com a depressão:

  • Tenha uma rede de apoio a quem recorrer em momentos mais difíceis. Compartilhe suas emoções!
  • Tenha ferramentas emocionais para combater os pensamentos disfuncionais e depreciativos que aparecerem.
  • Um bom sono e uma boa alimentação podem ser aliados a atividades físicas e trazer bastante benefícios.
  • Busque acompanhamento psicológico e psiquiátrico, isso pode ser determinante na sua recuperação.
  • Não se sobrecarregue e nem se culpe. Entenda que não podemos controlar tudo e foque no que é possível para você fazer!

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Diante de tudo isso, esteja sempre atento a como você se sente e às pessoas com quem você convive e a quem ama, pois alguém próximo a você pode estar lutando contra essa doença, e sua ajuda pode ser muito importante!

Sobre o autor

Ana Rubia

Ana Rúbia é psicóloga clinica, fundadora e ceo da Terapize - plataforma de psicologia e psicoterapia online.

"Acredito que a saúde mental é um direito de todos e entendo que precisamos democratizar isso, levando informação, psicoeducação e facilitando o acesso. O autoconhecimento e o entendimento das nossas emoções nos permite viver uma vida muito mais leve e saudável, e na Terapize possibilitamos isso ao alcance de um clique!"

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