Psicologia Saúde Mental

Como reagimos às catástrofes e quais os efeitos psicológicos?

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Um relatório divulgado pela APA (Associação Americana de Psicologia) em 2017, intitulado “Saúde Mental e Nosso Clima em Mudança: Impactos, Implicações e Orientação”, alertou o mundo sobre a necessidade de analisar todas as consequências de catástrofes naturais e de mudanças climáticas, incluindo aquelas que se referem à saúde mental de cada pessoa que é afetada por uma situação assim. Ainda que essa consequência não seja visível, como pessoas feridas ou mortas e casas destruídas, esse tipo de problema pode acompanhar alguém durante toda uma vida.

Menina parada em meio a prédios destruídos e caindo aos pedaços após catástrofe.

Em geral, enchentes, furacões, terremotos e outras catástrofes naturais ganham a atenção da mídia por causarem prejuízos materiais — como a destruição de equipamentos, aparelhos, casas, prédios e carros, e também perdas humanas e animais, como as pessoas que desaparecem ou se machucam gravemente durante esses fenômenos. No entanto, as consequências podem ser ainda piores para aqueles que sobrevivem a uma tragédia.

O relatório citado aponta que uma em cada seis pessoas vítimas de catástrofes naturais apresentou sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e 49% das entrevistadas desenvolveram ansiedade ou depressão. Esses dados evidenciam os efeitos invisíveis de uma tragédia, que prejudicam a saúde mental de quem sobreviveu e reduz a qualidade de vida desses indivíduos.

Cidade alagada após enchente. Muitos elementos das ruas estão quase submersos e duas crianças remam em meio à água em um barco improvisado.

Um dos principais problemas da incidência dessas doenças mentais é que elas impedem que as pessoas tenham uma reação instantânea a novas situações de perigo. Isso significa que uma pessoa que teve sua casa destruída em um deslizamento pode ter mais dificuldade para deixar sua nova moradia se uma situação parecida acontecer. Ou então, uma pessoa que ficou presa durante uma enchente pode sentir-se aterrorizada ao som da primeira gota de chuva, acreditando que ela estará em perigo se estiver fora de casa.

Não são só as catástrofes naturais que podem desencadear altos níveis de estresse e de ansiedade na população. As mudanças climáticas bruscas, que estão cada vez mais frequentes por conta do aquecimento global, também são causas de problemas de saúde. As doenças mentais desenvolvidas por fenômenos desse tipo levam ao enfraquecimento do sistema imunológico das pessoas afetadas, tornado-as mais propensas a se contaminarem com doenças virais, por exemplo, como a gripe. A preocupação com as consequências da mudança climática ou da catástrofe ambiental de determinada região também podem trazer problemas decorrentes do estresse, como uso abusivo de substâncias químicas, de drogas lícitas e ilícitas.

Menino triste com os braços apoiados em uma cadeira.

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Para combater as doenças mentais decorrentes de catástrofes, é necessário consultar um(a) profissional da saúde para ter a orientação certa sobre cada caso. Além disso, uma maneira de buscar o retorno para a vida cotidiana é manter contato com amigos e familiares, tanto na vida online quanto pessoalmente. É importante mostrar para as vítimas das tragédias que elas podem encontrar uma rede de apoio em qualquer lugar onde estejam.

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