Comportamento

Entrevista de Mestrado/ Doutorado: Dicas de Como se Sair Bem!

Homem em foco de social com café
Escrito por Eliuse Silva
Recorrentemente, egressos da universidade onde leciono me procuram buscando ajuda para ingressarem em programas de mestrado e doutorado… e uma pergunta que já tenho engatilhada é “você sabe por que quer fazer mestrado (ou doutorado)?” Parece boba a pergunta e alguns até se assustam com ela, mas o fato é que é essa pergunta que abre o caminho para o ingresso de fato.

É a resposta a essa pergunta que vai fazer você encontrar a motivação para enfrentar todos os desafios que virão com a decisão de cursar um mestrado/doutorado. A resposta também vai direcionar você a buscar o curso ideal para seu propósito. Afinal, é um investimento de vida, que não pode ser feito de qualquer jeito.

Começando pelo caminho certo, você encontra mais segurança para trilhar todas as etapas necessárias. Uma delas, como todos sabem, é a entrevista. Sabendo “o que quer” e “por que quer”, você já estará em vantagem para ter um excelente desempenho.

Homem de social sentado

A entrevista é feita pelos professores do curso e visa saber seu preparo, seu perfil enquanto acadêmico. É difícil prever o que será perguntado, mas o principal foco da entrevista será o projeto de pesquisa que você apresenta para se inscrever.

Por isso, é muito importante você ficar bem atento às dicas abaixo:

Conheça o programa do curso e as pesquisas do professor que você almeja como orientador – conhecendo o programa, você pode pensar previamente quais as características que você apresenta para atender ao perfil de candidato que o programa busca e assim terá mais segurança para responder às perguntas (estar seguro é fundamental). Além disso, se alguma pergunta específica sobre o programa for feita, você estará ciente. Também, é primordial que você conheça os trabalhos dos professores que estão disponíveis para serem orientadores, para que você demonstre maturidade sobre o que quer. Se for o caso de já precisar indicar o nome de um possível orientador, convém que você saiba bem sobre o que pesquisa o(a) professor(a) que você está visando como orientador(a). Convém que conheça o que ele(a) pesquisa, em quais teóricos se fundamenta, quais temas ele(a) vem orientando etc. Esteja pronto para dizer “o que a banca quer ouvir” de você.

Mulheres em sala de reunião

Esteja muito seguro do que você está buscando com essa pós-graduação e tenha um objetivo claro – os professores entrevistadores buscam pessoas que estejam comprometidas com o estudo e com a pesquisa. Logo, se você não sabe por que está pleiteando um mestrado/doutorado, terá um baixo nível de comprometimento. Então tenha claro qual é o seu propósito ao buscar esse crescimento acadêmico, saiba aonde ele vai te levar, o que você vai alcançar com o título de mestre ou de doutor.

Tenha perfil de pesquisador, mesmo que nunca tenha realizado uma pesquisa – nenhum professor quer ensinar o “bê-á-bá” para quem chegou nesse nível acadêmico, porque já se espera que a pessoa saiba o elementar no que diz respeito à pesquisa. Portanto, busque conhecer como as pesquisas em sua área são realizadas, quais as metodologias empregadas, o que é um artigo e como são publicados, o que é o sistema Qualis dos periódicos. Enfim, demonstre autonomia e assuma o perfil de um pesquisador já na entrevista.

Corpo visto de frente com roupa social

Conheça muito bem o seu projeto de pesquisa – como disse, o alvo central da entrevista será sua proposta de pesquisa, desse modo, é imprescindível que você saiba com firmeza cada linha de seu projeto. Você deve falar de seu projeto como se falasse de sua própria história. Nada de titubear na hora de esclarecer o que você propõe. Tenha total domínio do motivo que o levou a propor o tema, o que o motivou a propô-lo, porque sua pesquisa é relevante, qual o diferencial que ela traz, o que defendem os autores que você usa em sua fundamentação teórica e por que você propõe tal abordagem metodológica. Mas, mesmo dominando sua proposta, não se mostre preso a ela, porque pode ser que o orientador queira propor algo diferente, então se mostre aberto a outras possibilidades.

Demonstre disponibilidade para se dedicar aos estudos – isso é importante, porque muitas pessoas iniciam uma pós-graduação e depois não têm condições de continuar os estudos, o que é um aspecto negativo para o programa, que acaba perdendo ponto na avaliação pela qual passa. Por causa disso, os professores buscam pessoas que, além de terem autonomia, cumprem os prazos e isso implica em terem tempo para os estudos. Então, antes de se propor a fazer um mestrado/doutorado, organize sua vida, reserve tempo para os estudos, e se indagado revele isso na entrevista.

Mulher em pé apresentando projeto

Agora falando um pouquinho sobre dicas específicas de oratória, eu diria: seja você mesmo sobretudo. Não tente criar um personagem, porque possivelmente você demonstraria inconsistência em sua postura. Os professores que fazem a entrevista são muito experientes e facilmente perceberiam que você não está sendo você.

Seja sincero e objetivo nas respostas para manter consistência sobre o que você fala e não correr o risco de se contradizer. Não tente demonstrar que sabe mais do que de fato sabe, pois o tipo “bom de lábia” não é bem visto, já que não demonstra ser compromissado. Também não se deve ser confuso ao apresentar suas ideias, porque isso gera desconfiança em quem te ouve. Procure ser claro no que diz, usando poucas palavras. Mas atenção: ser objetivo não significa ser superficial! Diga o que precisa ser dito para deixar suas ideias bem claras.

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Mantenha a linguagem corporal de segurança. Dificilmente os professores vão querer ter como orientando alguém que não tenha uma postura firme e que assuma uma postura de vítima. Tenha domínio de suas emoções e isso se demonstrará em seu corpo. Saiba que o corpo fala, mesmo que não tenhamos consciência desse fato. Embora nem sempre se fale de inteligência emocional no espaço acadêmico, muito se observa sobre isso.

Olhe nos olhos da banca. Estabeleça conexão com os professores para que eles estejam atentos ao que você diz. Isso também demonstra que você os trata com respeito, mas sem se subjugar. A gente abaixa a cabeça ou não encara quando está diante de uma autoridade e tem medo dela. Com certeza, não deve ser esse o seu caso.

Mulher com caneta e Ipad na mão apresentando

Mantenha expressão de leveza e adeque seu humor à banca. Nada de ficar muito risonho diante de uma banca muito séria, mas também não precisa exagerar na seriedade, se a banca se mostrar receptiva. Busque o equilíbrio, “dance conforme a música”.

Você deve ter percebido que, para atender a todos esses requisitos acima, você precisa se preparar com antecedência. Não dá para querer ingressar numa pós-graduação stricto sensu de última hora. Então não vacile, comece a se preparar agora. Boa sorte!

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Sobre o autor

Eliuse Silva

Nascida e residente na Bahia, carrego a alegria de minha gente e o jeito espontâneo de se expressar. Realizo-me profissionalmente como Professora Universitária e como Coach em Comunicação Harmônica e em Oratória.

Licenciada em Letras e mestra em Linguística, sou uma apaixonada pela linguagem, pelas formas de interação e pelo contínuo desenvolvimento do ser humano, seja pessoal ou profissional. Acredito que somos seres múltiplos e inacabados, em constante transformação e potencialização.

Por isso, venho mesclando estudos relativos a autoconhecimento, autodomínio emocional e comunicação intra e interpessoal. E, dessa simbiose, nasceu o Projeto Oratória Mestra, através do qual ofereço cursos presenciais e online em Comunicação Compassiva e em Oratória Emocional, provocando a expressão autêntica e autônoma de cada participante.

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