Autoconhecimento

Freud, Einstein e as guerras

Homens em campo de guerra
artellliii72 de pixabay / Canva

Desde a Antiguidade, os humanos se envolvem em guerras entre si. Todo tipo de justificativa já foi encontrada para esse conflito, como a busca por poder, dinheiro, influência… Mas o que realmente conduz as pessoas a esses atos de violência? Reflita a partir de Freud e Einstein.

Em 1932, Albert Einstein enviou uma carta a Sigmund Freud, na qual perguntou sobre a possibilidade de entender psicologicamente as causas da guerra. Freud respondeu a Einstein em uma carta datada de 30 de julho de 1932.

Freud concordou com Einstein sobre a importância de compreender as raízes psicológicas dos conflitos humanos, mas também apontou que a tarefa era complexa. Ele destacou que a agressividade humana é inerente à natureza humana e mencionou a presença de impulsos de vida e de morte que coexistem na psique humana.

Freud argumentou que a agressividade é uma força poderosa e que, embora a civilização tenha restringido parte desse impulso, ela nunca o eliminou completamente. Ele sugeriu que a agressividade direcionada para fora da sociedade pode levar a conflitos e guerras.

No entanto, Freud também reconheceu a dificuldade de encontrar soluções definitivas para a questão da guerra, e sua resposta foi uma exploração profunda das complexidades da natureza humana em relação à agressividade e à civilização.

As cartas entre Einstein e Freud sobre esse assunto refletem o diálogo entre dois grandes pensadores de diferentes áreas, tentando compreender as raízes profundas dos conflitos humanos.

Desenho de rosto de Freud em cédula de dinheiro
Johan111 de JANUSZ PIENKOWSKI’s Images / Canva

Freud discutiu extensivamente sobre a dinâmica psicológica entre o indivíduo e a sociedade, abordando o conceito de “superego” (ou “supereu” em português). O superego é uma das instâncias da mente, conforme proposto pela teoria psicanalítica, e representa a internalização das normas sociais, valores e padrões morais.

Ele atua como uma espécie de “consciência moral” que influencia o comportamento do indivíduo.

Freud argumentou que a sociedade desempenha um papel crucial na regulação dos impulsos individuais, canalizando-os para formas socialmente aceitáveis de expressão. No entanto, esse processo não é sem conflitos. O indivíduo muitas vezes precisa reprimir ou recalcar certos impulsos naturais para se conformar às normas sociais.

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Essa tensão entre os impulsos individuais (representados pelo id) e as demandas da sociedade (representadas pelo superego) pode levar a conflitos psicológicos. A sociedade, ao impor suas restrições, molda o comportamento humano, mas também pode gerar frustrações e insatisfações individuais.

Essas tensões podem ser expressas de várias formas, inclusive por meio de agressão e conflito, como Freud sugeriu em sua correspondência com Einstein sobre as causas da guerra.

Assim, a sociedade funciona como um mecanismo de controle e regulação, mas também pode ser um campo de batalha psicológico onde os indivíduos lidam com a luta entre seus desejos individuais e as normas sociais impostas.

Essa dinâmica, segundo Freud, é intrínseca à condição humana e influencia a forma como as pessoas interagem consigo mesmas e com o mundo ao seu redor.

Sobre o autor

Janio Ferreira Costa (Psicanálise Online)

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