Autoconhecimento Comportamento

Liberdade de expressão x discurso de ódio

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Uma das maiores questões e mais difíceis de se delimitar é até que ponto uma pessoa tem o seu direito de se manifestar livremente, mas sem atravessar a fronteira do desrespeito. O humor é uma das ferramentas mais polêmicas para se discutir esse assunto. Por exemplo, as tão conhecidas piadas de português são meras brincadeiras inofensivas ou uma xenofobia disfarçada? A interpretação nem sempre é a mesma em relação a quem conta a piada e quem a ouve.

Não é possível determinar uma cartilha sobre o que é e o que não é permitido falar. Nós podemos falar tudo, mas não devemos falar tudo. E quando se trata do que se deve ou não se deve, aí entra numa subjetividade que impossibilita chegar em qualquer conclusão. Se levar ao pé da letra que a liberdade nos permite expressar do jeito e da forma que quisermos, então assinamos um atestado para que manifestações nazistas, racistas, homofóbicas e todas os outros absurdos possam ser cometidos livremente, oprimindo aqueles que são perseguidos por uma maioria.

A liberdade de um termina quando começa a do outro, e quando esse limite não é respeitado chama-se libertinagem.

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Por outro lado, o quão restrito seria o mundo se todas as expressões fossem proibidas. Caso as restrições fossem impostas com êxito, provavelmente ainda estaríamos na Idade Média, com negros sendo escravizados e mulheres tratadas como objetos. Quem nunca deu risada de uma piadinha boba, mas com um pano de fundo maldoso, que jogue a primeira pedra.

No final das contas, a melhor forma de conseguir se expressar e não desrespeitar o próximo é utilizando o bom senso, que nada mais é do que um pequeno dispositivo em nossa cabeça que nos indica o que é mais prudente fazer. “Caso outra pessoa diga aquilo que estou pensando em dizer, eu me ofenderia? Vai agregar alguma coisa? O humor será provocado porque é realmente engraçado ou porque vai depreciar essa pessoa?”, esses tipos de perguntas, quando feitas a nós mesmos, nos ajuda a chegar às conclusões de até onde nossas expressões podem chegar.

É claro que mesmo com toda a prudência, é inevitável que a gente acabe passando dos limites em algumas ocasiões. O meu limite é diferente do seu limite, que é diferente do limite do outro e etc. Somado às circunstâncias novas, influenciando na tolerância quanto a determinados assuntos para cada um, então situações constrangedoras podem ocorrer. Muito se engana quem pensa que o fato de você não querer ofender vai te eximir da culpa de ter ofendido o próximo. Se causou esse tipo de sentimento ao outro, a responsabilidade também é sua.

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E nada mais nobre do que se desculpar ou corrigir algum posicionamento, pois quem se expressa está fadado ao erro. Só não erra quem impõe, portanto torna-se contraditório não se corrigir e, ao mesmo tempo, discursar sobre qualquer coisa munido de que expressa sua liberdade.


  • Artigo escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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