Amo essa energia de março, de tanto se falar sobre a mulher. Você abre as redes sociais e vê conteúdo político, empático, didático e sensível sobre o assunto. Homens e outras mulheres rendendo homenagens e palavras positivas umas às outras. Vai às ruas e vê mulheres carregando flores com um sorriso no rosto.
Vê marcas e lojas fazendo promoções e produzindo conteúdos e campanhas voltadas para o feminino. As mais atentas, claro, prestam verdadeiramente um serviço à sociedade, desconstruindo temas como sexualidade, autoestima, desafios da mulher moderna, saúde física, mental e emocional da mulher, entre tantos outros.
Veja bem, este não é mais um texto de reivindicação de direitos, apesar de poder ser. Este é, e eu digo com muita alegria, um texto para uma sociedade em que se pode começar a falar sobre o que é de fato ser mulher. Depois de tanto tempo. Afinal, reivindicar direitos perde todo significado se não compreendermos a essência dessas lutas e a importância de cada vitória.
Poder começar a construir uma discussão em cima das mulheres de forma tão mais ampla é uma dessas vitórias. A luta histórica de mulheres passa a ganhar seus primeiros frutos, para que, entendo eu, uma de suas maiores conquistas seja atingida: a de não ser mais morta por ser mulher. E digo “morta” em todos os sentidos, mas, sobretudo, claro, relacionado à vida física, mesmo. Essa é uma dor e uma ferida ainda muito presentes. Por isso, reivindicar, questionar e lutar ainda é extremamente necessário.
(Para denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres, ligue 180. A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países).
Resistência feminina
Essa luta, que virou necessidade de sobrevivência, começou quando mulheres passaram a ser vistas como uma ameaça ao que começava ser um padrão de funcionamento de uma sociedade, que já passava a visar somente o lucro, o ganho, a competição e a posse.
Com sua enorme sabedoria, mulheres apresentavam alternativas de cura e liberdade, reconhecendo a conexão com a natureza, a Mãe Terra, uma das maiores potências dos seres humanos, o que foi sendo perdido ao longo dos tempos, com o reconhecimento e relevância de importantes ferramentas, por exemplo: a intuição, que tanto guiou mulheres a desenvolver verdadeiras tecnologias quando mal se tinha água.
Esse afastamento gerou o que chamamos hoje de uma sociedade doente.
Porém, o funcionamento do Universo é perfeito, e há muitos seres, neste plano e em outros, acompanhando e trabalhando na cura da Terra.
A mulher loba
Falar em Pachamama (Mãe Terra) é lembrar que fazemos parte de algo muito maior. E essa consciência está presente na mulher loba. Instintiva, feroz, sábia, corajosa, livre, sensível. A mulher loba, sobretudo, sabe quem é, o poder que tem e não tem medo de usá-lo. Ela confia e é sábia o suficiente para saber que, se errar, já possui as ferramentas para tentar outra vez. Ela é magnética!
Reconheço, na conexão com o arquétipo da loba, presente em todas nós, a essência por trás dessa tão antiga luta feminina. Sejamos nós, mulheres, com características mais delicadas ou mais ferozes.
Isso porque a mulher loba, ou mulher selvagem, resgata características instintivas da mulher, que vão desde a compreensão do que o cheiro natural do corpo quer dizer, a alcançar grandes objetivos conectando-se a sua verdade e intuição. A mulher loba está conectada a sua alma. E é justamente o retorno para este lugar, a maior vitória.
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“Com medo de suas magias e seus mistérios, a jogaram na fogueira. O que não sabiam é que ela é a própria chama. E mesmo quando queima, assim como a fênix, ela renasce das cinzas, vestida apenas de sua força, mais linda do que nunca”. – Wandy Luz