Autoconhecimento

Mulheres fortes

Mulher com os braços cruzados e camisa azul. Fundo de lousa preta com giz.
Escrito por Valéria Schil
Hoje vou contar uma história de uma menina que passou pelo meu consultório e pela minha vida, que não sabia o que era, nem para que serviria na vida.

Desde pequenina, ela buscava meninas que pareciam mais fortes e determinadas para transformar em seu ídolo.

Ela foi crescendo, se tornou mulher, e ainda não havia se visto, não acreditava em si, não se dava valor. Quanto mais se dava, mais se sentia rejeitada.

Sim, ela passou a idolatrar mulheres, porque as considerava melhores, mais inteligentes e por que tinham família. É mais confortável as nomeá-las como ídolos para garantir a sua “felicidade”. 

Ao se manter atrás daquelas mulheres, a vida aparentava ficar mais fácil, era fuga, conveniência, era a oportunidade de se “sentir algo”, “alguém”.

Era a oportunidade de pertencer a um grupo, a uma pessoa, a uma ilusão.

Ao idolatrar, demonstrava um aspecto falso, inseguro, submisso, servil.

Poster "We can do it". Mulher com macacão azul e faixa vermelha na cabeça, mostrando braço forte.

A idolatria a aprisionou, pois gerou uma necessidade grande de viver para o outro, para suprir as necessidades do outro, para ser o outro.

Vivia na ânsia de ser reconhecida, aprovada, amada. Como se o que ela dava, sem perceber, não era real, pois ainda não sabia que tudo o que fazia aos outros era para ser amada, não por amor. 

Mas, como num sopro, depois de muitos anos, passou a buscar conhecimento através da terapia, que a fez criar sua própria identidade. Passou a perceber, dia após dia, que aquelas mulheres, cujo seu olhar inocente as enxergava “tão Deusas”, hoje, já não cabiam mais.

Não passavam de mulheres comuns, com qualidades e defeitos, com medos e inseguranças, com coragem e força, tudo assim, como ela podia enxergar, agora, em si.

Ela se tornou uma mulher grande, com valores reconhecidos por ela. Ela agora pertencia, pertencia a si, e tudo passou a fazer sentido.

As tais mulheres que idolatrava sequer fazem parte da vida agora, também já não cabe mais. 

Mulher forte e confiante em pôr-do-sol.

Porém, na vida dessa mulher, isso aconteceu de maneira branda, sem grandes danos, pois não chegou a um grau de obsessão. Não houve danos ao outro, pois era inofensiva. O sofrimento era todo gerado apenas para ela, pois o apego e a idealização geravam sofrimento. 

Trouxe esta matéria hoje, pelo Dia da Mulher, para que se perceba e não se coloque abaixo de nada nem ninguém. Assim como minha paciente, vá atrás do autovalor, do autoamor, do autoconhecimento para libertar-se desta condição, e de qualquer outra que a aprisione, a diminua, fira a sua integridade como mulher.

Você é essa mulher forte, é inato!


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Sobre o autor

Valéria Schil

Ana Valéria Vieira Schil, Psicanalista Clínica, Gestora em RH, Gestora em Pessoas, Docente em Cursos de Formação, Conferencista,Terapeuta Holística com formação em: Máster em Reiki; Máster em Reiki Tradicional Japonês Dentho; Reiki-Ryoho; Karuna Cirúrgico; Reflexologia Podal;Auriculoterapia; Florais de Bach; Feng Shui.

Atua com terapia em adultos, casais, grupos, com métodos de acesso ao inconsciente; Hipnose, Regressão, Terapia de vidas passadas;Terapia de Memória Simbólica.

E-mail: valeriaschil@gmail.com