Autoconhecimento

O Afeganistão é aqui

bandeira do afeganistão
Belyay / Getty Images / Canva
Escrito por David Hugo Peczenik

Temos acompanhado pelos meios de comunicação o terrível reaparecimento da violência Talibã no Afeganistão. Durante anos, a mídia transmitiu cenas de horror promovidas pelo grupo extremista, que sob uma ótica distorcida do Islã, legitimou brutais crimes contra a sociedade afegã.

A jovem paquistanesa Malala, que se tornou símbolo de resistência pelos direitos civis negados pelos talibãs, vive hoje na Europa, longe de sua terra natal. Aos 14 anos de idade, foi baleada pelos extremistas por se recusar a deixar os estudos, mas sobreviveu e escreveu um livro contando o episódio.

As últimas cenas transmitidas por televisão e internet mostram o desespero total da população afegã ao tentar se agarrar a um avião em movimento, prestes a decolar. O presidente do país abandonou seu cargo, sua terra e sua gente.

O que, porém, a situação no longínquo e exótico Afeganistão tem a ver conosco? “Aquela guerra não é nossa”, respondeu o governante de uma superpotência.

A impressão que se tem é que, como nos tempos de Noé, um novo dilúvio se aproxima, mas dessa vez ainda não se fala em uma arca que salve os justos.

Mulheres no afeganistão
ArmyAmber / Pixabay / Canva

A Cabalá, a esse respeito, ensina que de uma forma geral existem dois tipos de pessoas no mundo: as que enxergam o mundo sob uma ótica dualista e aquelas que possuem uma visão de mundo unificada.

Por visão dualista, podemos entender que praticamente tudo e todos podem ser classificados ou rotulados, de forma que as polarizações e as divisões entre elas sejam tão claras que cheguem a contrastar entre si.

Dualistas falam em negros e brancos, latinos e europeus, modernos e ultrapassados, judeus e muçulmanos, e por aí vai. Não percebem que a visão dualista é fragmentada, não se dão conta de que dia e noite são partes integrantes e de mesma importância para um dia de 24 horas.

Simplesmente não aceitam a ideia de que as diferenças são superficiais, de que a cor de pele, o gênero ou a religião não faz de ninguém mais ou menos merecedor das bênçãos divinas.

Por sua vez, a visão unificada percebe a Unidade em tudo: o frio e o calor, a cobra e o pássaro, o recém-nascido e o ancião, o índio e o caucasiano, todos são peças únicas, delicadas e preciosas do sagrado quebra-cabeças divino. Como dito em artigo anterior, para aqueles que nutrem essa visão unificada, não há sexo, credo ou cor de pele superior; em que os dualistas enxergam tons de pele distintas, os de visão unificada enxergam centelhas divinas.

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Vivemos tempos em que palavras como fraternidade, sororidade e empatia são pronunciadas a gosto, infelizmente com pouca consciência do que realmente significam.

Se o mundo fosse um barco, diria que há um buraco no casco debaixo da região “Afeganistão”. Quem se atreveria a dizer “não é problema meu?”

Estamos todos no mesmo barco e é hora de olharmos para este nosso mundo com uma visão mais unificada.

Sobre o autor

David Hugo Peczenik

Judeu, tive meu primeiro contato com a cabala aos 8 anos, por meio do meu avô materno.

Em 1998 me afiliei à Ordem Rosacruz, onde comecei a dar palestras e cursos sobre o tema, no estado do Rio de Janeiro.

Escrevo em minhas páginas do Facebook e Instagram intituladas “O Pomar dos Aprendizes”.

Assinei uma coluna sobre cabala em um jornal online de uma cidade no Rio de Janeiro e fui convidado a escrever um artigo para uma revista de bairro de grande tiragem.

Atualmente realizo lives e dou cursos à distância.

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