Espiritualidade

O lado espiritual do Dia das Bruxas

Mulher com roupas de época e coroa de flores olhando para frente enquanto lança fumaça de suas mãos.
Irina / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Uma vassoura, várias verrugas no rosto, um nariz grande e pontudo, roupas pretas, cabelos brancos e pele cheia de rugas. Para muitas pessoas, essa pode ser a descrição de uma bruxa. O cinema e a literatura construíram uma imagem dessa mulher estereotipada, baseada na Idade Média, época em que a Igreja Católica dominava as civilizações e considerava que eram bruxas as mulheres que, por qualquer motivo, não se enquadravam nos padrões impostos pela sociedade.

Acreditavam que ter um amplo conhecimento sobre a natureza, por exemplo, era um indício de que existia uma conexão entre a mulher e as trevas. As bruxas, como assim eram chamadas, queimavam em fogueiras para que todo o mal do mundo fosse expurgado. Com o passar do tempo, outras expressões da espiritualidade passaram a ser aceitas pela sociedade, e as mulheres puderam exercitar a bruxaria livremente.

Apesar disso, o preconceito e a misoginia permeiam as impressões que as pessoas têm sobre essa prática. Ainda que alguns filmes e séries realizem um esforço para apagar essa imagem negativa, colocando mulheres que se encaixam em padrões de beleza para interpretar bruxas, a informação sobre essa prática deve ir muito além de definir que bruxas são boas ou más, bonitas ou feias.

Para a bruxaria, também chamada de religião Wicca, a natureza é sagrada e faz parte da nossa existência. A harmonia entre ela e as pessoas é essencial para compreender a nossa função no mundo. Além disso, essa teoria promove a ideia de que tudo foi criado a partir da essência masculina em união com a essência feminina, uma forma de pensar mais igualitária em relação às religiões que colocam um homem como criador e centro de tudo.

Mulher com maquiagem pesada e escrituras feitas a mão por toda a sua face, de olhos fechados.
Paul Kerby Genil / Pexels

Outra ideia disseminada pela bruxaria é a de que as pessoas são responsáveis por suas trajetórias e pelos seus próprios ensinamentos. Em comunhão com a natureza, cada uma deve aprender as próprias lições e agir de acordo com o que acredita ser melhor para si e para os outros. Esse processo diz respeito aos espíritos humanos, que são as pessoas vivas (encarnadas). No entanto também existem os espíritos não humanos, que podem prejudicar as pessoas, dependendo de sua essência.

Os espíritos que podem fazer mal às pessoas são: os zombeteiros (cultivam o caos nos pensamentos das pessoas encarnadas), a instância da esterilidade (mulheres que não se deram bem com a maternidade e atormentam as encarnadas, dificultando o amor), a instância dos falsos guias (sugam a energia de médiuns inexperientes, como se fossem conselheiros), a instância dos furiosos (incitam violência e dor por estarem consumidos por um desejo de vingança), a instância da miséria (sugam a energia e a vida de encarnadas), a instância da mentira (incentivam as encarnadas a serem injustas) e a instância da obscuridade (manipulam visões de quem julgam estar usando os dons de forma errada).

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Ao mesmo tempo em que existem os espíritos que podem prejudicar as pessoas encarnadas, existem também aqueles que já evoluíram e compartilham seus conhecimentos com as outras pessoas. Esses espíritos podem ser humanos ou não humanos: anjo da guarda (cada pessoa tem um protetor), elementais (evoluem junto a quem eles devem acompanhar), espíritos de pessoas falecidas (podem proteger e auxiliar em momentos essenciais) e espíritos animais, também chamados de totens (espíritos evoluídos responsáveis por proteger quem representam).

Como qualquer religião, a bruxaria trabalha com a crença de que existem forças que podem agir para o bem ou para o mal. É importante entender que as pessoas que se consideram bruxas não têm poderes especiais como os que aparecem nos filmes. São rituais que elas executam de forma a conseguir auxílio e a orientação dos espíritos nos quais acreditam. A conexão com a natureza e o conhecimento sobre o próprio corpo e sobre as próprias vontades, por exemplo, fazem parte desses rituais.

Mulher olhando para o lado enquanto tira o capuz de sua cabeça.
Andre Furtado / Pexels

Se você tem interesse em conhecer mais sobre essa religião e compreender que as bruxas da atualidade são pessoas como qualquer outra que seguem uma religião, talvez você possa fazer parte da Wicca. Pesquisando “eventos Wicca/eventos de bruxaria”, você vai encontrar alguns programas quem falam sobre essa religião. Um deles é o Celebração do Dia de Orgulho Pagão, em São Paulo. Encontros de bruxos e rodas de meditação acontecem o ano todo, todos os anos.

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