Muitas vezes, a força admirada pelos outros nasce da necessidade, não da escolha.
Ser forte se tornou, para muitos, uma forma de sobreviver em ambientes que não ofereciam suporte, em histórias onde o acolhimento faltou.
Mas a verdade é que manter essa força constante cobra um preço alto, mesmo que por fora tudo pareça intacto.
Forçar o sorriso quando a alma pede silêncio cansa.
Responder “está tudo bem” quando o coração pesa, cansa ainda mais.
Sustentar o mundo sem espaço para a própria vulnerabilidade vai, aos poucos, apagando a vitalidade de quem carrega esse fardo.
A sociedade celebra quem se mostra resiliente.
Quem não desmorona diante das dificuldades.
Quem segue em frente sem “incomodar” os outros com suas dores.
Mas o que ninguém vê é que essa força sem pausas vai se acumulando em forma de tensão no corpo, de ansiedade silenciosa, de tristeza guardada em compartimentos internos que, cedo ou tarde, se rompem.
Resiliência não deveria ser medida pela capacidade de ignorar as próprias necessidades emocionais.
Ser resiliente de verdade é reconhecer limites.
É permitir-se parar antes que a mente e o corpo entrem em colapso.
É aceitar que pedir apoio não diminui ninguém. Pelo contrário, amplia a capacidade de regeneração emocional.
Há uma diferença entre resistência e sabedoria emocional.
Resistir é endurecer, mesmo quando tudo dentro pede cuidado.
Sabedoria é ouvir esses sinais, acolher as fragilidades e buscar caminhos mais leves para seguir.
Quem foi ensinado a ser forte demais, muitas vezes, também foi ensinado a não confiar.
A carregar sozinho medos, culpas e exaustões.
Por isso, aprender a pedir ajuda é mais do que um ato de coragem.
É um gesto de reconciliação com a própria humanidade.
Não existe nenhum mérito em se destruir para atender às expectativas de um mundo que aplaude a performance, mas não cuida do sofrimento que ela esconde.
Mais importante do que resistir, é preservar a si mesmo.
Reconhecer que o seu valor não depende da sua capacidade de aguentar tudo.
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Cuidar da saúde mental é, muitas vezes, o primeiro passo para sair desse ciclo de autossuficiência forçada.
É olhar com gentileza para a própria história, respeitar as marcas que ela deixou, e escolher caminhos novos, mais compassivos.
Você não precisa provar que é invencível.
Basta ser verdadeiro consigo mesmo.
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Carla Marçal, Psicóloga
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