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Resignação

Mulher de máscara segurando flor com as duas mãos
Gustavo Fring / Pexels
Escrito por Vander Luiz Rocha

Neste mês de novembro completam-se oito meses de isolamento social, que nos trouxe mudanças de hábitos, fazendo-nos desejosos da volta à normalidade.

Além de todo o desconforto, a mídia nos bombardeia a cada dia com o número de mortos, cada vez mais crescente. Só nos chega uma informação: desgraça.

O desalento e a angústia, principalmente entre os idosos, empesteiam os lares. O Natal se aproxima e Papai Noel não põe crianças no colo, parece que o amor findou. Será que em algum dia isso vai terminar? Há quem pergunte. Pelos protestos, em vários países, contra medidas sanitárias, percebe-se que o desespero se mostra nascente.

Na obra sob o título “O Enigma da Vida”, escrita no final do século 19, de autoria da pensadora inglesa Anne Wood Besant, no capítulo VII, encontrei algo excelente, aplicável para a atualidade: “Transtornos que sobre nós caem, como ‘flechas lançadas do céu’, são duros de suportar, mas transtornos surgidos de causas, isso podemos entender e, consequentemente, controlar e enfrentar com paciência e resignação”.

Faz mais de 100 anos que isso foi escrito, no entanto, ao sofrermos pela calamidade da Covid-19, vemos que esse texto permanece atual.

“Controlar e enfrentar com paciência e resignação”, disse ela. É isso que significa resignação: aceitar e enfrentar. O que nos é ensinado é o oposto, dizem-nos que resignar-se é sujeição, entendendo-a como negação da vontade, opondo-se à razão.

Transtornos que sobre nós caem, como “flechas lançadas do céu, são duros de suportar”, eis mais sabedoria. Esse dito também é aplicado, não que a Covid-19 traga flechadas vindas de um Deus malvado, mas por ser um momento propício à reflexão, cujas flechas, as dores, motivam-nos ao aprendizado.

Hoje, nas diversas correntes filosóficas que tratam do que é espiritual, há unanimidade ao dizer que esta pandemia promoverá mudanças na humanidade. Não é meu objetivo entrar nessa questão, preocupa-me como aproveitar o momento para tonificar o nosso psiquismo; resignar-se é a palavra mágica que nos conduz ao aprimoramento.

Mulher na beira do mar olhando o horizonte
Splendens / Getty Images Pro

Como já dito, resignar-se não é ser passivo perante situações adversas, ao contrário, é partir para o enfrentamento corajoso, pois a aceitação do inevitável, somada com a determinação de enfrentar adversidades, nos faz capazes perante a devastação e motiva a continuar; ser como a árvore, que se verga com a força do vendaval e não se quebra, pode até ser arrancada pela raiz, mas despedaçar-se nunca.

Então temos que nos resignarmos e entendermos que há acontecimentos difíceis de superar, aceitando-os como lição para o nosso aprimoramento, fazendo com que essa situação nos sirva de catapulta para nos lançarmos a elevados patamares de entendimento da vida.

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O coronavírus está a nos dizer como agir Deus. Agir Deus não é dedicar-se ao pieguismo religioso, nem às beatices, nem aos rituais; agir Deus é viver Deus, não destruindo a natureza, não poluindo a água. É não sujar as ruas, respeitar e obedecer às leis, acatar as autoridades, não se prestar a qualquer tipo de promiscuidade. É sorrir para quem está triste, é tolerar o idiota, é compreender o inquieto, o desajustado. É respeitar as árvores, os animais, os pássaros, os vermes, os peixes, o ser humano, e entender que o momento nos chama a pensar.

Ao vivermos isolados, sem nos isolarmos de nós mesmos, nos é concedido avançar no aprendizado interior e alcançar crescimento espiritual, que será levado conosco para a imortalidade. Temos, aqui e agora, um combate bom de ser combatido, em decorrência da Covid-19. Não desperdicemos essa oportunidade para sermos melhores.

Sobre o autor

Vander Luiz Rocha

Nascido em Conselheiro Lafaiete–MG em 19/09/1939, é um escritor e palestrante brasileiro, conhecido por suas contribuições na área de literatura e desenvolvimento pessoal. Com uma abordagem que combina a arte de dissertar, usando técnicas de roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível com reflexões profundas sobre a vida, ele visa inspirar e motivar seu público através de suas obras e palestras.
Como autor, aborda temas variados, desde ficção até não ficção, sempre buscando transmitir mensagens que promovam o autoconhecimento e a superação.

Suas palestras costumam ser dinâmicas e envolventes, permitindo que os participantes se conectem com suas experiências e aprendizados.
Além de sua atuação como escritor e palestrante, Vander também é colunista em portal web e está envolvido em projetos sociais ou iniciativas que visam impactar positivamente a comunidade.

Seu trabalho é uma combinação de criatividade, empatia e um forte desejo de auxiliar os outros a encontrarem seu próprio caminho.

Suas obras são:
1. Manual do Passe Espírita;
2. O Andarilho do Cosmo. (Metáfora sobre o caminhar do espírito);
3. Confluências–Coletânea de novelas. (Ou macrocontos);
4. Voltei, Quero Viver. (História contada por um abortado);
5. Deixo-lhe a Rosa;
6. O Baile do Palhaço;
7. Alma maculada;
8. A Noite da Formatura (Espiritualista)
9. Escapando da Paranoia. — Relata momentos difíceis vividos nos dias da ação militar em 1964;
10. Acidente no Motel;
11. Ady-Hes: A Missão;
12. Um Artista Brilhante;
13. Seja Bem-vindo, Filho!

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