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SINCERIDADE X PUREZA: um problema filosófico?

Uma mulher erguendo o seu braço esquerdo e apoiando a sua mão direita sobre o lado esquerdo do peito.
Andrii Iemelianenko / Shutterstock

“O que define a pureza como algo limpo, transparente, pode também ser indício de inocência e de um estágio bobo para ser passado para trás?

A sinceridade, ela pode destruir ou pode construir?”

Uma pessoa pura não deseja nada além da felicidade do outro, inclusive, esse tipo de pessoa gosta de ajudar. Seu coração é limpo, inocente como o de uma criança, de sorte que ela não percebe a maldade do lado. A pureza a qual nos referimos é exatamente aquela que se tem no coração, em que, nesse tipo de coração puro, não há inveja, maldade, ciúmes, mágoa ou ódio. São raros, muito raros os que possuem esse tipo de coração, ainda mais nos dias atuais, contudo, ainda existem pessoas puras de coração.

Uma mão segurando uma miniatura de coração vermelho.
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Por outro lado, existem pessoas que são extremamente sinceras, que falam tudo na cara, de sorte que estão dispostas ao enfrentamento para defender seu ponto de vista em relação à verdade. Mas que tipo de verdade? Pode ser a verdade de não ir com a cara de alguém, por exemplo.

Porém, também pode ser que sua sinceridade seja para solucionar problemas complexos ou coisas do cotidiano. Pessoas supersinceras não guardam a língua de falar o que sentem ou pensam. Isso, por um lado, é uma qualidade, por outro, pode ser um defeito. Se a sinceridade servir para prejudicar os outros, não pode ser tido como uma sinceridade da verdade agasalhada na moral.

É preciso ética, discernimento e, sobretudo, respeito para com a diversidade. Existem pessoas sinceras que são preconceituosas e não medem esforços para deixar isso público. A Filosofia, por exemplo, busca saber a verdade das coisas e não quer dizer que ela seja agressiva no sentido de menosprezar ou difamar a imagem de uma estrutura que se apresente como verdadeira. A Filosofia procura, através de seus filósofos, questionar o mundo das verdades para poder, então, dar ou não, luz à ciência e sair de campo.

A sinceridade é uma qualidade quando equilibrada e se valoriza no sentido de ter o discernimento de saber falar em oportunidades que sejam propícias para a liberação da exposição dela.

Enquanto a pureza, mesmo sendo uma qualidade rara, também é muito importante de ser apreciada. Existem, no mundo, pessoas boas de coração que, se pudessem, ajudariam todas as outras. A sensibilidade da alma de quem tem um coração puro, sabe como é difícil dizer não, pois é de sua natureza estender as mãos.

Um homem estendendo a mão a outro homem.
Suwinai Sukanant’s Images / Canva

O problema é quando uma pessoa de coração puro, é passada para trás. Ela sofre um golpe, perde o respeito. Por outro lado, a pessoa sincera é firme, forte, tem uma personalidade agressiva, no sentido de estar resolvida, e somente diz: “Sim, sim ou não, não.”

Claro, quando falamos de pessoas de coração limpo, puro, não me refiro aos cristãos ou evangélicos que, aqui no Brasil, onde estamos como o décimo país mais religioso do mundo em meio a mais de 200 países; não me refiro aos puros de coração condicionados pela religião. Antes, me refiro aos que de espontânea vontade, e mesmo com suas falhas e limitações, são puras por propósito de vida, por serem pessoas éticas e que guardam a moral.

Também não me refiro aos que são sinceros, sendo uma qualidade de pessoas religiosas. Me refiro aos que, por natureza de personalidade, não gostam de mentir, não aceitam a mentira e nem escondem aquilo que sentem. Pessoas sinceras tendem a ter poucos amigos, são muito seletivas e falam pouco, em sua maioria.

São dois tipos de pessoas interessantes de ser observadas, pelo simples fato que podemos adquirir e aprender dessas pessoas, qualidades que podemos também desenvolver em nós.

Mesmo que a pessoa não tenha nenhuma das duas disposições, ela pode desenvolver essas habilidades em qualquer idade, claro, se ela quiser, afinal, é possível mudar mesmo estando com uma bagagem de experiência longa, embora tenha uma idade avançada.

Duas pessoas à beira de um grande rio.
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A pureza no coração pode ser adquirida quando o nosso coração ficar esvaziado de mágoas, invejas e toda a sorte de mazelas. A partir da consciência despertada para reconhecer e recomeçar, tudo no coração se transforma.

Pode-se, então, começar a praticar a verdade sempre, falar a verdade, ser sincero com todos e em qualquer circunstância, doe a quem doer. A vida não é uma mediocridade; é a única passagem que temos nela, portanto, faça de sua passagem pela vida um verdadeiro espetáculo, pois esta só se justifica se for repleta de heroísmos, e as maiores obras do mundo foram feitas por amor.

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“Mude seu modo de pensar, pois ninguém nasceu assim ou assado para ter que morrer assim ou assado. Somos um corpo, uma energia cósmica, que, no movimento do tempo, dentro deste universo, mudamos de ciclos, e a maturidade muda os conceitos, crenças e amplia a nossa dimensão de consciência para melhorar a versão humana. Logo, há, sim, a probabilidade de diminuir os interstícios entre ter pureza no coração e ser extremamente sincero.”

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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