Sustentabilidade

Slow fashion: a moda sustentável

Regata cinza com uma etiqueta escrito "slow fashion"
Andrii Zastrozhnov / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Se você não é muito interessado por moda, talvez não conheça o tamanho desse mercado. De acordo com uma pesquisa financiada por marcas desse mercado em 2020, naquele ano, toda a cadeia de produção e venda de roupas movimentaria 1.5 trilhão de dólares (ou 7.6 trilhões de reais).

E boa parte desse dinheiro envolve processos que são muito prejudiciais ao meio ambiente, como uso de combustíveis fósseis, fabricação de produtos não biodegradáveis, entre outros. Por isso é que o conceito de slow fashion tem se popularizado, para mudar esse cenário. Neste artigo, entenda tudo sobre isso!

O que é slow fashion?

Em resumo, slow fashion é uma alternativa com menor impacto socioambiental e mais sustentabilidade ao chamado fast fashion (ver mais no tópico abaixo), que comanda o mercado da moda atual. É mais do que apenas um conceito: é um estilo de vida, uma escolha em relação a como consumir produtos de moda.

Aqueles que praticam o slow fashion priorizam produções locais, em vez de marcas globais, e pesquisam marcas que tenham ciclos produtivos mais sustentáveis, praticam preços que incorporem custos ecológicos e sociais e mantenham sua produção em escalas médias e pequenas.

Além disso, relaciona-se ao conceito de consumo consciente. Ou seja, em vez de comprarmos dezenas e dezenas de peças que usaremos uma única vez e nunca mais tiraremos do guarda-roupa de novo, comprar peças que usaremos com maior frequência e, acima de tudo, comprar somente o necessário. Nada além.

O termo “slow fashion” surgiu por volta do ano de 2004 e é uma criação da escritora de moda Angela Murrills. Desde que ela começou a usar o termo, ele se popularizou em blogs e revistas sobre moda, a ponto de virar uma expressão já estabelecida nesse universo.

O que é fast fashion?

O slow fashion é justamente uma oposição ao chamado fast fashion, que é o modelo que conduz o mercado de moda atualmente.

O conceito de fast fashion surgiu na década de 1990, quando tanto a mão de obra quanto a matéria-prima e os equipamentos de confecção ficaram mais baratos. Então marcas como H&M, Zara e Topshop tomaram uma decisão: produzir peças que simulam alta costura e luxo, mas com custo baixo para o consumidor.

Mulher segurando várias sacolas de lojas.
freestocks / Unsplash

Porém o principal problema é que essa tentativa de cultivar um custo baixo automaticamente vem com uma consequência: as peças têm um tempo de vida reduzido. Então gastamos menos, mas compramos muito mais — e com muito mais frequência.

Os malefícios do fast fashion

Entre os impactos do fast fashion estão o fato de que a indústria da moda se tornou a segunda mais poluente do mundo, especialmente por causa do uso de tinturas de baixa qualidade, que são insolúveis, além de outras matérias-primas à base de metais pesados.

Além disso, os processos produtivos das empresas que seguem esse modelo do fast fashion geralmente envolvem a queima de combustíveis fósseis, necessária para a confecção de tecidos sintéticos. Por isso essa indústria é grande emissora de carbono e gases tóxicos na atmosfera, além de contribuir com a quantidade de plástico no oceano.

Por fim, o descarte exacerbado de peças de roupa, com o intuito de acompanhar a moda ou simplesmente porque a durabilidade das peças é baixa também cria uma quantidade absurda de lixo. Portanto podemos dizer que as peças fabricadas com essa mentalidade de fast fashion são descartáveis.

Qual a importância da moda sustentável?

As empresas que seguem conceitos de moda sustentável produzem se preocupando com a preservação do meio ambiente e com maior durabilidade das suas peças. Por isso é que esse ciclo inclui reduzir a quantidade de poluentes do processo de fabricação e minimizar a retirada de matéria-prima da natureza.

Entre as ações que essas empresas realizam estão utilizar fibras biodegradáveis e/ou produzidas de maneira sustentáveis, sem o uso de pesticidas, entre outros produtos tóxicos. E isso porque a fabricação de tecidos de fibras sintéticas (como poliéster, nylon, entre outros) exige muitos produtos químicos.

Além disso, tecidos naturais, como lã, seda e algodão não necessitam de muitos produtos químicos em sua fabricação. Por isso é ideal consumir de marcas que usem essas matérias-primas.

Cesta com vários tecidos em cores pasteis.
Mel Poole / Unsplash

Contudo algumas marcas vêm investindo na criação de tecidos reciclados, como seda orgânica, algodão orgânico, PET reciclado, entre outros, demonstrando mais preocupação com o meio ambiente.

Se você está interessado em contribuir com essa mudança no cenário atual do mercado de moda, preparamos também algumas dicas que vão te ajudar a consumir de maneira mais consciente!

Como fazer uma moda sustentável?

Confira os tópicos abaixo, que são pilares fundamentais para aqueles que querem seguir conceitos como slow fashion, moda sustentável e consumo consciente!

Compre apenas o necessário

Quantas vezes você analisa a quantidade de sapatos ou de roupas no seu guarda-roupa e percebe que ali tem pelo menos umas boas peças que você mal usou e que sabe que provavelmente não vai usar com frequência?

Isso mostra que você comprou além do necessário! Por isso é que mudar essa situação é essencial para transformar o mercado da moda. Tente analisar o seu dia a dia e mapear quais tipos de peças de roupa precisa e a quantidade delas, então compre o necessário e só volte a comprar em caso de necessidade.

Observe o material quando for comprar

Sempre que for comprar uma roupa nova, seja em um site ou em uma loja, observe o material de fabricação na etiqueta. O ideal é que você evite tecidos sintéticos, como nylon e poliéster, e priorize tecidos naturais, como lã e algodão, porque isso contribui com menos poluição no processo de fabricação.

Se possível, consuma de marcas que utilizam também tecidos orgânicos, como os que citamos ao longo do artigo, a exemplo de seda orgânica, algodão orgânico, PET reciclado, entre outros. Muitas vezes, peças fabricadas com esses tecidos têm preço mais elevado, mas você vai contribuir com o meio ambiente, em vez de estimular essa cadeia de preço baixo + pouca durabilidade.

Roupas usadas para doação dispostas em um cabide.
Waldemar Brandt / Unsplash

Em vez de jogar no lixo, doe (ou recicle!)

O que você faz com peças que não vai mais usar? A não ser que elas estejam permanentemente danificadas, de forma que não possam ser reparadas, o ideal é que você faça uma doação. Em todos os lugares do país, existem campanhas que arrecadam doações em vários momentos do ano.

Além disso, vender suas peças novas, que mal usou, em um brechó físico ou online é uma boa ideia também. Por fim, quando for descartar uma peça de roupa, lembre-se de fazer o descarte em um lixo reciclável, não no lixo comum.

Valorize negócios locais

Sim, volta e meia, todo mundo quer ter uma roupa de marca para dar aquela ostentada, mas você não precisa que todas as suas roupas do dia a dia tenham o logo da Nike ou da Adidas, né? Por isso se planeje para que o seu guarda-roupa seja composto também por peças fabricadas por negócios locais.

Além de você ajudar a economia do seu bairro, cidade, Estado ou país, sabe que está contribuindo com negócios de pequeno ou médio porte, que costumam ser menos preocupados com escalar a produção e ganhar mais dinheiro em detrimento de se preocupar mais com o meio ambiente.

Converse sobre isso

Como uma andorinha só não faz verão, debater esse assunto entre amigos, colegas e familiares é essencial. Pois isso promove conscientização coletiva! Ainda que uma pessoa não decida mudar seus hábitos de consumo só porque ouviu você falando sobre isso, a conversa pode plantar uma semente que germinará no futuro.

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Enfim, slow fashion e moda sustentável são conceitos essenciais para que possamos construir um mercado de moda menos prejudicial ao meio ambiente e mais preocupado com sustentabilidade e com a preservação do nosso planeta. Contribua você também com essa ideia!

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